Vamos dar um jeito

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Pov Autora

Biologicamente, sentimos medo como reação natural de preservação da vida. Este medo que nos protege é considerado um "medo bom", visto que a ausência dele nos deixa expostos à condição de risco. Entretanto, quando ele ocorre de forma exagerada ou irracional, pode nos paralisar, acovardar e roubar nossa liberdade de escolha.

Era assim que Juliette e Sarah se sentiam, sua liberdade de escolha lhes fora roubada. Naquele momento uma decisão mudaria tudo, mas quem tem a capacidade de raciocínio lógico quando está sob uma onda enorme de desespero?

- Sarah, a minha filha, eles estão falando da minha filha Sarah. -Disse a morena desesperada com a possibilidade de que algo aconteça com Lavínia.

- Eu sei Ju, nós temos que fazer algo, temos que proteger a Lavínia. -respondeu a loira, expressando o mesmo desespero.- Eu me apaixonei por essa garota, eu a amo como nunca amei ninguém, eu não posso perder vocês.

- Mas o que nós vamos fazer? Eu não posso arriscar assim a vida da Lavínia, eu não suportaria perder mais um amor.

- Nada vai acontecer com a Lavínia, eu prometo pra você, eu tenho um plano.

...

- Essa hora as pombinhas já devem estar se despedindo uma da outra. Então nós colocaremos o plano em prática. Assim que a minha querida irmã sair da casa da Juliette você irá dar um jeito de entrar e pegar a garota. E nós usaremos isso para fazê-la assinar o documento.- Disse Kerline.

- Mas como saberemos se elas acionarem a polícia? Esse plano está muito mal feito Kerline.- Perguntou Rodolfo.

- Elas não vão, confia em mim, a Juliette jamais arriscaria assim a vida da filha dela. -Respondeu meio incerta.

Kerline e Rodolfo eram sim perigosos, mas também não eram criminosos de longa data. O que tinham de maldade, faltava em inteligência. Sendo assim, o casal de mulheres tinha vantagem.

...

Sarah havia acionado um detetive particular de extrema confiança, mas a morena estava absurdamente nervosa com a possibilidade de algo acontecer com sua filha.

- Meu bem, olha pra mim. -Disse Sarah olhando diretamente para a morena. - Nós não vamos deixar nada acontecer com ela ok?! Eu jamais colocaria vocês em risco. Kayk é um detetive que eu confio muito, e nós já imaginamos quem esta por trás disso.

- Você tem certeza disso Sarah? Eu sei que você conscientemente não nos colocaria em risco, mas e inconsciente? 

-Apenas confie em mim.

Sarah suspeitava de que sua irmã Kerline estivesse por trás de tudo aquilo, mas ainda não tinha provas o suficiente, entretanto, deveriam se separar e deixar a policia  que foi acionada com a recomendação de Kayk fazer seu trabalho.

Dois agentes disfarçados entrariam e seriam os responsáveis pela segurança de Juliette e Lavínia. Sarah conhecia sua irmã e sabia que apesar de tudo, Kerline não era uma criminosa, sabia que a mulher não tinha muita noção de assuntos como esse, então contrataria alguém para fazer o serviço sujo. Se despediram com um beijo longo e um abraço apertado. Prometeu que aquilo não duraria muito e que logo estariam felizes e seguras novamente. Os dois agentes chegaram e se esconderam no apartamento da morena.
Sarah, que sabia que seria observada saiu do prédio, mas não foi embora para casa. Esperou duas quadras a frente, até que Juliette a chamasse de volta com a captura de quem quer que fosse.

Uma hora havia se passado, e Juliette não tinha lhe mandado nem uma mensagem, decidiu então voltar até o apartamento da morena para verificar se estava tudo bem. Quando chegou ao apartamento, se deparou com sua irmã Kerline com uma arma apontada para a cabeça de Thais, e um homem que não conhecia, com Juliette em sua frente, também com uma arma apontada para si.

Flor de Lótus- SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora