Capítulo 6

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Roupas formais são um verdadeiro desperdício da moda, eu as odeio

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Roupas formais são um verdadeiro desperdício da moda, eu as odeio. Retiro um vestido vermelho colocando-o sobre meu corpo, me vendo no espelho. Se eu chegar com um vestido desse na empresa dos meus pais as coisas vão ficar piores. Volto para o closet e vasculho entre os cabides olhando as outras opções. Caralho, eu só tenho vestidos sensuais demais ou brilhoso demais.

Poderia usar essa desculpa pra não ir, no entanto conheço muito bem a minha mãe e ela mandaria um estilista com mais de dez opções de looks para cá, algo que eu não quero e muito menos preciso, pois eu sei que tenho dois pares de roupa pra essa ocasião escondida em minha cômoda, eu só não suporto olhar para elas. São horríveis demais. Santo Deus, eu mal me recordo de quanto vesti aquelas peças pela última vez. Quando as usei me senti uma viúva de 80 anos. Droga, nada contra senhorinhas, mas eu realmente não aprecio essas saias midi e blusas com quinhentos botões.

Geralmente o meu closet já é uma bagunça e justamente hoje, ele está pior do que de costume. Passo mais uma vez olhando os tecidos brilhantes e outros curtos demais tendo a absoluta certeza que não me resta outra opção. Caminho até minha cômoda e abro a última gaveta pegando as peças que terei que usar. Se dona Martha souber que tenho apenas dois pares dessas roupas pré-históricas, ela vai me fritar viva.

Meu estilo é baseado em calças jeans e camisetas, no entanto também uso vestidos e outras peças. Mas com certeza não uso saias formais na altura dos joelhos, um motivo? Não dá pra usar com coturno. E antes eu usar coturno do que usar saias. Pego uma saia esquisita colocando na frente do meu corpo enquanto me olho no espelho. Foda-se se ficar brega, minha mãe pode usar isso de desculpa para me mandar embora pra casa. Será uma maravilha.

Eu mal consegui dormir por causa do projeto de jantar de ontem. Claro que estava certa sobre aquele convite não ter sido para um simples jantar, mas não achei que chegaria naquele nível. Faz um bom tempo que não discuto daquela forma com os meus pais, mais especificamente com a minha mãe, porém agora posso dizer que isso está em dia. Obviamente não gostei da forma como eles jogaram na minha cara sobre a faculdade e muito menos da parte que me ameaçaram cortar meus cartões e até mesmo meu apartamento e carro.

Quando estava na faculdade pensei que quando terminasse meu curso ia escrever um livro atrás do outro, colocar na Amazon.com e mandar meu originais para algumas editoras. As minhas amigas de curso sempre estranharam o fato de eu falar tanto sobre esses planos sobre a escrita, mas nunca terem me visto escrevendo uma sinopse se quer. Na minha cabeça o problema era sempre elas que queriam fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas na verdade, o problema era eu. Eu não queria mais aquilo pra mim, só estava tolerando um sonho infantil de quando era criança.

Em Malibu passei semanas atrás de semanas na frente de um notebook tentando ter ideias ou escrever apenas algumas frases e até mesmo poemas. Mas minha cabeça estava completamente vazia, assim como agora. Eu me senti uma inútil, burra por um tempo, mas depois que a ficha realmente caiu percebi que não precisava tentar me tornar uma escritora, porque eu não queria ser uma e quanto mais eu tentava, mais eu tinha plena certeza que aquele não era o mundo que desejava pra mim.

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