Capítulo 9

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Meu falecido tio Roberto me ensinou muitas coisas nessa vida

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Meu falecido tio Roberto me ensinou muitas coisas nessa vida. Às vezes em uma busca desesperada por algo parecido com amor paterno eu o considerava um pai para mim. Ele nunca foi uma pessoa fácil de lidar, principalmente com o seu filho, Sebastian. Mas acho que exatamente por eu não ser seu filho ele conseguia me ver diferente, além de que ele não estava me criando para ser um chefe da máfia Mexicana como seu filho, então tudo era mais simples para mim. Ele me tratava bem e quanto a isso não tinha o que reclamar naquela época, no entanto todos de fora sempre acharam que ele pegava pesado demais com Sebastian.

Certa vez eu pedi ao meu tio para deixar Sebastian sair comigo para assistir uma luta clandestina. Ele não autorizou e quando perguntei o porquê ele me deu um belo tapa no rosto. Eu tinha 18 anos e Sebastian 17. No outro dia, quando voltei para as aulas de tiro com meu tio, avistei Sebastian com vários cortes no rosto. Luzia, a governanta da casa comentou que de fato foi o pai dele que tinha machucado o próprio filho.

Já havia desconfiado do que ele fazia com meu primo, no entanto fui avisado pela minha mãe por não tentar confrontá-lo por esse e outros motivos, mas depois de saber que de fato meu tio tinha feito aquilo e sem poder fazer nada para ajudar Sebastian, foi difícil de engolir e por isso pedi para meu tio que me mandasse para Quântico, para treinar.

Na maioria das vezes eu não o entendia, ele era um bom tio para mim e um péssimo pai para Sebastian. E um dos motivos maiores que me fez ir embora foi pra ele tentar focar no Sebastian da mesma forma que estava fazendo comigo. Nós não passávamos muito tempo juntos, ele não deixava meu primo e eu sermos tão próximos. Na cabeça dele, tiraria a concentração de Sebastian com coisas desnecessárias.

Com o calor subindo ao meu redor eu volto a realidade enquanto jogo o galão de gasolina dentro do pequeno galpão. É uma pena que eu esteja contaminando o meio ambiente com essa fumaça tóxica, no entanto essa é a forma mais rápida e segura de acabar com essa droga barata dessa organização criminosa. Me afasto juntamente com meus homens vendo o fogo consumir as paredes e o teto. Nesse lugarzinho de merda estavam instalados alguns homens da pequena organização que começou a simplesmente trazer drogas do Paraguai para cá a fim de traficar para todos os estados do México.

Estamos a dias procurando pelo momento certo. Dessa vez resolvi agir somente com suas mercadorias, quero deixar alguns vivos para eles terem um pingo de noção onde estão se metendo. A porra dessa cidade, estado e país é nosso e de mais ninguém. Ninguém pode chegar aqui e apenas decidir que vai entrar no nosso negócio. Na verdade, eles até podem tentar, mas isso será o mínimo que pode acontecer com suas mercadorias fora a questão de Sebastian e eu perdermos a porra da cabeça e mandarmos suas almas para o buraco mais profundo do inferno.

Não existe espaço para outra organização em nosso país. Nós comandamos e temos tudo porque somos a porra da máfia Dellafuentes. Tudo é nosso, sempre foi e sempre será. 

Meus seguranças se juntam ao redor da nossa camionete enquanto olhamos o lugar sendo consumido pelas chamas. Não vai demorar muito para saberem o que fizemos, mas estarei esperando ansiosamente por eles. Já faz alguns meses que não tivemos problemas com intrusos ou outros. Mas quando começamos a suspeitar desses caras, tivemos que intervir. Não somos tolos, sabemos que sempre teremos algo assim para lidar, mas é cansativo ter que caçá-los e matá-los, por mais que seja divertido puni-los.

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