Bryce hall- paixão

225 9 0
                                    

Oioi mais um cap pra vcs em comemoração aos 2k de leituras AAAA to muito feliz obrigada 🤍 me sigam nas redes sociais

_____________________________________________

Eu saí de casa aquela noite precisando simplesmente relaxar um pouco depois de um dia estressante no trabalho. Passei o dia inteiro na recepção de um evento, forçando meu sorriso para aquele monte de caras que ficava olhando dentro do meu decote e passando cantadas baratas, tudo para terminar de pagar minhas aulas de canto. Eu só queria beber até ficar inconsciente ou arranjar quem me levasse para casa e me fizesse esquecer até o meu nome, o que viesse primeiro.
Eu cheguei sozinha no Baltic por volta de onze da noite e fui direto para o bar. O Baltic era esse clube badaladinho da cidade, onde eles olhavam até se você era meio bonito pra entrar, palco de playboy. Pedi um martini e um shot de tequila para o barman, entreguei uma nota de cinquenta e mandei ele ficar com o troco. Ele arqueou as sobrancelhas diante da minha não tão comum generosidade e eu brindei em direção a ele. Lambi o sal nas costas da mão e virei o shot de tequila, mordendo o limão logo em seguida. Apertei os olhos, balancei a cabeça e deixei o líquido queimar caminho abaixo. Ótimo, em breve o torpor alcoólico faria tudo ficar melhor.
Permaneci encostada ao balcão, bebericando meu martini e olhando o movimento. Não encontrei nada que chamasse a minha atenção num primeiro momento, então talvez a minha escolha deveria ser beber até cair. Eu estava quase pedindo um outro martini, quando o garçom chegou com uma nova taça, bem cheia.
— Cortesia do rapaz de blusa azul do outro lado da bancada. - Ele falou bem próximo do meu ouvido, depois que eu perguntei o que aquela taça significava. Quando olhei na direção que ele indicou, um homem alto, por volta de seus 25 anos, vestindo uma polo azul claro ergueu sua long neck em minha direção.

Acredito que o fato de eu ter olhado na direção dele deve tê-lo feito achar que deveria se aproximar e falar comigo. Francamente, as pessoas deveriam saber mais do que andar de camisa polo em baladas, mas achei que seria no mínimo educado trocar meia dúzia de palavras com alguém que pagou uma bebida pra mim.
— Eu me pergunto o que uma garota como você faz bebendo sozinha… - Ele colocou a mão na minha cintura, sem minha permissão, obviamente. E continuou falando ao meu ouvido. - Não gosto de ver moças tão bonitas bebendo sozinhas.
— Bom, se você não gosta de ver, talvez desse fechar seus olhos, porque essa moça aqui adora beber sozinha e não tem o menor problema com isso. - Virei o resto do meu martini.
— Eu gosto de garotas selvagens. Meu nome é… - E parei de escutar o que ele estava falando. Aquele papinho genérico de caras bonitos, que não precisam falar muita coisa para conquistar uma garota, e podem jogar qualquer merda contando vantagens de si mesmos e tá tudo bem.
Do outro lado do clube, algo me chamou a atenção. Ele estava de pé, os dois ombros apontavam para a garota em frente a ele. Eu só via uma parte do perfil dela, mas conseguia dizer que ela falava sem parar e que ele não parecia minimamente interessado no assunto. Acho que ele bebia um bourbon, pelo menos era esse o copo que ele segurava. Ele tinha um jeitão bem descolado, trazia anéis em ambas as mãos de um jeito bem despretensioso, o braço tinha algumas pulseiras que se mexiam conforme ele ia levando o copo à boca. A camisa estava aberta, deixando o peito à mostra e um pingente brilhava quando ele se movia. A mão livre tamborilava o parapeito do mezanino, meio impaciente, como precisasse de uma desculpa para sair dali depressa.

De repente, seu olhar encontrou o meu. Quer dizer, eu acho que encontrou. Estávamos muito distantes um do outro, mas ele parecia olhar em minha direção e fez subir um calor pelo meu corpo. Eu mordi o lábio inferior num reflexo, ele ergueu o copo em minha direção, como num brinde. Ergui a minha taça em resposta.
— … mas eu nunca tive muito problema quanto a isso na faculdade. - O cara da camisa polo deu uma olhada para trás para ver com quem eu estava brindando, mas não chegou a olhar em direção ao mezanino.
— Um conhecido que passou. - Eu dei um sorriso amarelo. - Você estava dizendo?
— Ah, sim. Eu era muito bom em… - De novo, liguei o modo automático do que ele estava falando e voltei minha atenção ao estranho do mezanino.
Ele tinha dispensado a garota com quem conversava e agora debruçado sobre o parapeito, olhando na minha direção. Parecia analisar a situação, como quem assiste um filme, tentando entender os personagens e a cena. Eu sorri amarelo de alguma coisa que o camisa polo parecia achar engraçado e mexi o pescoço, desconfortável. Passei a mão no cabelo, tirando uma mecha da frente do olho para poder encarar o boy estranho mais atentamente.
Quando voltei o olhar ao mezanino, ele tinha ido embora. Escaneei o lugar e ele não parecia estar em qualquer lugar. Dei dois passos para trás, buscando ter uma visão melhor da pista, mas isso pareceu encorajar o cara da camisa polo na minha direção e ele mais uma vez colocou a mão na minha cintura e já vinha fazendo um movimento para me agarrar.
— Ei, Julia! - O cara que me encarava do mezanino apareceu do meu lado, puxou meu braço para longe do alcance do outro cara que eu nem tinha me dado o trabalho de saber o nome. - Desculpa o atraso, eu não achei que fosse demorar tanto naquele jantar.
— Tudo bem, não tem problema. Esse aqui é o meu amigo… Ahn, como é mesmo o seu nome? - Eu enlacei o meu salvador pela cintura e encostei minha cabeça em seu ombro.
— Ah, eu já estava mesmo de saída. - O camisa polo colocou sua garrafa de cerveja vazia no balcão, deu meia volta e sumiu no meio da multidão.
— Nossa, muito obrigada por me salvar desse chato! Já tinha horas que ele estava aqui falando na minha cabeça e eu já não aguentava mais. - Fui soltando lentamente do estranho que me salvou. Fiquei um tanto relutante de ter que fazê-lo, porque Deus, ele tinha um perfume maravilhoso.
— Tudo bem, eu consegui ouvir o seu grito por socorro lá do outro lado do clube. Foi um prazer, na verdade. - Ele se aproximou devagar, como se fosse pegar na minha cintura e eu fui me encostando no bar, esperando ansiosa. Quando nossos corpos se encontraram, ele ergueu a mão e pediu o garçom uma bebida.

imagines - naden & variadosOnde histórias criam vida. Descubra agora