𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀𝐑 𝐀𝐓𝐑𝐀𝐒 || 𝗢𝗻𝗱𝗲 depois de três anos Tom Holland descobre que tem um filho.
━━━ ❝Sei que errei no passado mas eu quero concertar as coisas, não é possível voltar atrás depois de três anos, mas eu quero uma chance, apenas isso.❞
...
Assim que meu horário chegou ao fim (14:30) eu me troquei no banheiro as pressas e nem deu tempo para comer ou arrumar o cabelo direito, peguei minhas coisas no armário e fui andando o mais rápido que eu podia até meu apartamento.
Mandei uma mensagem para Ayla avisando que eu já estava chegando. Ayla trabalha no mesmo lugar que eu porém em horários diferentes, ela é das 16:00 até às 21:00, já eu sou das 07:00 até às 14:30.
Somos amigas desde o primeiro ano do ensino médio, ela me acompanhou por anos, ela me conhece como ninguém, sabe de todas as minhas falhas, erros e acertos. Ela me ajudou quando eu estava grávida de Bryan, se não fosse ela eu nem sei o que seria de mim.
Quando decidimos morar no mesmo apartamento foi uma loucura, estávamos ansiosas para a vida adulta e não parávamos de falar da "novidade" por um dia sequer.
Quando descobrimos o que realmente era a vida adulta nós quase enlouquecemos, nossas contas vinham caras no começo e no lugar de festas estávamos atrás de vagas de empregos. Choramos juntas quando descobrimos que nunca mais iríamos para festas e ser "normais" novamente.
Já perto do meu apartamento, peguei a chave no bolso da calça e corri o mais rápido possível para o elevador.
7° andar. Apertei o botão e logo depois pressionei minhas mãos uma na outra, meu coração batia forte dentro do meu peito e o medo vinha com tudo me atingindo em cheio. Eu não queria perder Bryan.
O elevador abriu e eu corri para minha casa. Enquanto eu tentava abrir a porta, olhei para dentro da casa pelo olho mágico e vi que não tinha nenhum sinal de Bryan, seus brinquedos ou seu chorinho.
Abri a porta e joguei minha bolsa no chão, corri até a sala para ver se meu filho estava lá porém ele não estava.
── Ayla? Bryan? ── Silêncio. Nenhum sinal de Bryan ou Ayla ── Filho? Mamãe chegou meu amor ── Chamei baixinho e caminhei em passo lentos e silenciosos até o seu quarto.
Suspirei aliviada ao ver que meu filho dormia tranquilamente em sua caminha e do lado estava Ayla com um colchão no chão, dormindo em posição de estrela do mar.
Caminhei até sua caminha e dei um beijo em sua testa que estava quente por causa da febre. Senti as lágrimas quererem virem porém me segurei, não queria acorda-lo com meu choro.
Fui até Ayla e me abaixei, ficando de joelhos ao seu lado.
── Ayla? Cheguei ── Chamei baixinho enquanto eu a balançava de um lado para o outro
── Botas para no céu e não sei local ── Falou palavras aleatórias e eu ri baixinho
Minha amiga tem esse negócio horrível de falar coisas aleatórias enquanto dorme, isso é desde que eu a conheço.
── Ayla, acorda, você precisa se arrumar para ir ao trabalho ── Comecei a chamá-la novamente e do nada ela se senta com tudo, como se ela tivesse acordando pela primeira vez em sua vida
── O que? S/n? O que você está fazendo aqui? ── Perguntou confusa quanto coçava os olhos
── Meu horário chegou ao fim e aqui estou ── Respondi como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e ela riu sem humor enquanto negava com a cabeça ── Hoje foi horrível, aconteceu uma coisa bem chata lá e eu ainda não conseguia tirar Bryan da minha mente, eu estava morrendo de medo dele ter piorado
── Que pena amiga, nem sei porque eu ainda fico surpresa, já é normal mesmo ── Falou dando de ombros enquanto se levantava devagar
Suspirei e me abaixei para pegar o colchãoe guarda-lo.
── Desculpa ter tirado esse colchão do lugar é que eu não queria incomodar o Bryan, ele está doente e eu também queria deixar ele à vontade, já não basta estar doente, né? ── Falou fazendo uma careta e eu ri
── Não tem problema, obrigada por ter ficado com ele ── Agradeci dando um sorriso simpático para ela que apenas ficou calada me observando guardar o colchão. Assim que terminei, olhei para meu filho e dei um beijo em sua mão ── Te amo, meu amor. Te amo muito!
Sai do quarto e fui até a cozinha, Ayla me acompanhou e se sentou na cadeira da cozinha.
── Tentei fazer um almoço decente pra você mas não consegui, o arroz acabou queimando e o feijão ficou fora do ponto. Desculpa de verdade ── Disse e eu ri ── Não ria! ── Reclamou e jogou uma uva que tinha na cesta em cima da mesa
── Aí! ── Reclamei e me fiz uma careta para ela ── Obrigada por tudo novamente, minha casa estava uma zona e você arrumou. Na verdade... eu peço obrigada por tudo que você já fez pra mim, eu te amo muito Ayla!
── Eu já falei que não precisa me agradecer, eu considero o Bryan como um sobrinho para mim, eu o amo demais e em momento algum irei deixar de cuida-lo
Peguei os ingredientes no armário e coloquei alguns em cima da mesa junto com alguns outros materiais necessários.
── Qual vai ser a comida da vez? ── Perguntou curiosa enquanto me observava pegar as coisas
── Vou fazer a sopa que minha vó fez para mim quando eu estava doente, foi a melhor sopa que eu comi na minha vida e olha que eu nem sou muito fã de sopas ── Contei enquanto andava de um lado para o outro da pequena cozinha
── Hm... O Bryan pediu para eu colocar o filme do... ── A interrompi no mesmo momento
── Nem completa a frase! ── Quase gritei para que ela não falasse aquilo para mim ── E você colocou? ── Perguntei curiosa para saber a verdade mesmo que eu não quisesse ouvir aquele nome
── É óbvio que sim! Eu nunca negaria nada para o Bryan, principalmente ele doentinho como está ── Confessou
── Legal. ── Respondi e eu sabia que pelo tom de voz que eu falei, não estava nada bom e Ayla percebeu
── Desculpa, de verdade S/n ── Falou e eu podia notar seu arrependimento pelo tom de voz em que falou
── Tudo bem, de verdade. O Bryan realmente não cansa de ver esse filme ── Suspirei ── Agora mudando de assunto, eu vou mostrar um tutorial real de como fazer a melhor sopa do mundo! ── Falei animada para ela que deu um sorriso e bateu palmas ── Desse jeito vamos acordar o Bryan! ── Reclamei baixinho para ela que fez um sinal de zíper na boca se levantou devagar para me ajudar a preparar a sopa.
── Vamos fazer o mais rápido possível porque eu ainda tenho que ir trabalhar ── Avisou e eu concordei com a cabeça
── Tem como você pegar uma colher azul que está na terceira gaveta? ── Perguntei e na mesma hora ela pegou e me entregou ── Rápida, hein!
Rimos juntas e começamos a fazer a sopa.
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