𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀𝐑 𝐀𝐓𝐑𝐀𝐒 || 𝗢𝗻𝗱𝗲 depois de três anos Tom Holland descobre que tem um filho.
━━━ ❝Sei que errei no passado mas eu quero concertar as coisas, não é possível voltar atrás depois de três anos, mas eu quero uma chance, apenas isso.❞
...
Bryan chorava sem parar, eu não sabia o que fazer. Era como se eu estivesse em um loop infinito novamente e estivesse vendo o Bryan com seus primeiros meses de vida. Totalmente depende.
Ele amanheceu se queixando de uma dor, mas não conseguia me falar onde era. Já se passava da hora do meu trabalho e eu ainda estava tentando ajudá-lo de alguma maneira. Eu me sentia insuficiente, me sentia a pior mãe do mundo, eu estava desesperada.
Enviei uma mensagem para Ayla avisando que eu estaria indo com Bryan para o hospital mais próximo.
Eu estava tão apavorada que nem sequer lembrei que meu chefe me odeia completamente e sua paciência está acabando mais rápido do que o normal. Meu emprego está por um fio...
Não tive tempo para pegar nada além dos documentos. Não tranquei a porta para que se a coisa fosse séria, Ayla poder entrar e pegar o que seja necessário.
── Você precisa preencher uma ficha e depois apresentar seus documentos, senhora. ── Uma mulher que aparentava ter uns quarenta anos repetiu a mesma frase pela quarta vez
Respirei fundo e fechei os olhos. Pensei em meu filho novamente, o que só me fez ter mais raiva ainda de toda essa palhaçada.
Não. Surta. Falei para mim mesma, eu estava em uma guerra mental entre xinga-la ou não...
── Você está surda por acaso? ── Ri sem humor enquanto meu filho continuava resmungando em meus braços ── Meu filho está com dores e eu não sei o que ele tem e a única coisa que você quer é a porra de um documento?! ── Berrei sem me importar com modos e a essas alturas eu já devia estar vermelha de raiva
── Não é a primeira vez que uma criança aparece com dor aqui, então, preencha os documentos ── A recepcionista falou e me olhou de cima abaixo, provavelmente estava me julgando
── Mamãe... ── Bryan choramingou novamente quando percebeu que a dor não iria passar, assim como eu o falei quando estávamos à caminho para o hospital
Minhas mãos estavam suadas e trêmulas, eu sequer conseguia segurar Bryan em meus braços direito, preencher documentos seria ainda pior.
Meu filho de remexia no meu colo como se a dor aumentasse. Depositei um beijo no topo de sua cabeça enquanto seu rostinho descansava no vão do meu pescoço.
Tudo só me trazia mais raiva ao olhar para o rosto da recepcionista que sequer se comovia, ela estava pouco se importando, como se eu estivesse cometido os piores dos crimes, pelo jeito que ela me olhava. Como se eu estivesse atuando em um circo para a entreter-la da sua insignificante e tediosa vida.
Mesmo assim, peguei os documentos em meu bolso e os joguei em cima do balcão, com todo o ódio que eu tinha. Abracei mais forte o corpinho pequeno do meu garotinho, que gemia baixinho em meu ouvido.
── Tudo bem meu amor, vai passar rápido. ── Olhei para a recepcionista e ela riu com deboche
── Será que você vai ter dinheiro para pagar o hospital depois? ── Murmurou com um tom debochado nos lábios e eu explodi
── Filha da puta! Eu estou aqui a quase quinze minutos querendo que meu filho seja atendido e você só sabe debochar, será que você pode ter um pouco de compaixão, pelo menos pelo meu filho? ── Berrei totalmente irritada e estressada, eu sabia que eu não deveria gritar, pelo menos para não assustar Bryan, mas essa mulher estava testando o meu limite e eu estava cedendo do jeito que ela queria
── O que está acontecendo aqui? ── Me virei para trás rapidamente e vi o Doutor Christopher que já fora no lugar onde eu trabalhava a alguns anos atrás
Ele era novo, disso eu tinha certeza. Seu cabelo loiro escuro e olhos castanhos claros, com sua pele branca como a de um bebê só provava isso. Ele era um cliente fiel, sempre ia para a cafeteria quando era liberado, conversamos muitas vezes já que havia vezes que ele largava tarde, ficávamos horas conversando quando não tinha clientes.
── Doutor Christopher, meu filho não para de se queixar de dores e essa recepcionista insiste em dar mais atenção aos documentos do que para meu filho! ── Apontei para a a mulher que me olhou com tanta raiva que pude ver fogo em seus olhos
Ela com certeza estava se divertindo ao ver meu desespero e estava adorando repetir a mesma frase várias vezes. Ela com certeza devia fazer isso com muita frequência já que ela agia com uma naturalidade anormal. Me pergunto quem diabos se diverte ao ver uma criança de dois anos choramingando de dor.
── Não é a primeira vez que ela faz isso. ── Ele suspira com irritação e estende os braços para pegar meu filho no colo ── Irei atendê-lo agora mesmo, estarei na sala quarenta e seis com ele. Mas, infelizmente você terá que preencher os documentos antes de poder acompanhá-lo ── Ele me olhou como se pedisse desculpas e desapareceu no corredor com meu filho nos braços
── Ótimo! ── Falei me virando para a mulher que estourou o chiclete e o mastigou com a boca aberta e me olhou novamente com desdém
Eu já devia estar como uma lata de refri amassada. Meus cabelos que prendi às pressas estavam fugindo do pompom e eu estava suando por todo o meu rosto, eu devia estar o caos em pessoa mas isso pouco me importava agora.
Finalmente pude respirar aliviada. Minhas mãos ainda estavam trêmulas e minha letra saiu mais feia do que normalmente é, eu devia ter rabiscado algo no papel e aquilo já era o suficiente.
A mulher carimbou e assinou o papel e me entregou junto com o resto dos meus documentos.
Me virei tão rapidamente que nem tive tempo de piscar, esbarrei em alguém que estava atrás de mim e eu não havia percebido. Em questão de segundos todos os meus documentos estavam espalhados no chão.
── Me desculpe! ── Pedi me abaixando para os recolher e o que veio em seguida foi como um baque
Tudo em mim congelou, fique travada sem conseguir me movimentar, como se algo estivesse me prendendo e me forçando a ficar ali onde eu estava.
Pensei rapidamente onde eu estava. No hospital. Óbvio. Mas não só eu como meu filho também estava ali. Meu filho.
Eu não sabia se quando eu saísse ele ainda estaria na fila, eu não sabia se eu o encontraria novamente. Fiz uma reza rápida e pedi para todos os deuses que me livrasse de sua vista. Eu sequer imaginei que iria reencontra-lo um dia!
── S/n?
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━━━ ¹Eeeerrr... Hãaaannnn.... E-e-eu...
━━━ ²Tava eu i o Jorginho baforando lá na festa...