❛ ⌗ 𝗖𝖺𝗉𝗂𝗍𝗎𝗅𝗈 31

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{🥀} 𝐒/𝐍 𝐅𝐄𝐑𝐑𝐀𝐑𝐈
━━━ 𝐋𝐨𝐧𝐝𝐫𝐞𝐬

O tempo fechou e a chuva estava tão forte que meu chefe decidiu me liberar mais cedo. Os clientes sumiram por toda a manhã devido as fortes chuva, e, no horário de almoço apareceu apenas uma velhinha com o neto.

Cinco clientes no total.

Limpei o chão novamente que estava com a água da chuva, e fui trocar de roupa. O horário de Ayla era o próximo, e eu decidi ir direto para a escola de Bryan. Com essa chuva forte e o tempo assim, seria uma burrice sair duas vezes. Além de muito perigoso também.

Meu celular tocou no bolso da minha calça e imaginei ser a coordenadora da escola de Bryan avisando que a situação estava feia e que iria liberar os alunos mais cedo por precaução, porém, não acertei nem um pouco. Pois quem estava ligando era Tom.

── Thomas? ── Confusa, atendi ── Alô? Aconteceu algo? ── Perguntei preocupa

── Não aconteceu nada, só liguei para perguntar se você quer uma carona ── Franzi o cenho e apoiei o celular no ombro enquanto eu terminava de guardar minhas coisas

── Uma carona? ── Questionei confusa novamento, que papo furado! ── Olha, se quiser ver o Bryan é só ser mais direto e falar que quer ver ele, você é o pai dele, esqueceu? Não posso proibir você de vê-lo e nem muito menos estou pensando em fazer isso ── Fui direta ao ponto, eu estava preocupada demais com a chuva, com medo de piorar a qualquer momento

── Ah, não é só isso. Dona Nikki me mandou perguntar o gosto de vocês para comida. Do que gostam e o que não gostam, do que são alérgicos... ── Explicou e eu revirei os olhos novamente

── Então era só enviar uma mensagem, Tom! ── Soltei um suspiro e terminei de abotoar o meu casaco super-quentinho para épocas chuvosas que comprei nos primeiros dias que cheguei em Londres ── Mas tudo bem, já que quer ver Bryan e conversar sobre isso com ele, estou indo para o colégio dele agora mesmo

── Aceita a carona?

── Me encontra na frente da escola do Bryan, te passo o endereço por mensagem ── Avisei e antes que ele pudesse responder ou tentar me convencer do contrário, desliguei a ligação.

Enviei a localização e coloquei o celular dentro da mochila.

Caminhei mais rápido do que o normal, os carros estavam desorientados devido as fortes chuvas e eu decidi não arriscar e ir caminhando devagar, como de costume. Eu poderia aceitar a carona, mas eu ainda não saberia como agir estando sozinha em um carro com o pai do meu filho. Muitas coisas poderiam acontecer dentro de um carro entrando sozinhos, não é?

Balanço a cabeça espantando qualquer pensamento impróprio e volto a caminhar mais rápido.

Entrei no bairro simples que ficava a apenas algumas quadras de onde eu e Bryan morávamos. Não demorei muito para notar o carro do Tom estacionado bem em frente a escola. Me aproximei e dei duas batidas no vidro.

── Cheguei viva! Vamos entrar e esperar lá dentro enquanto eu te passo algumas informações que sua mãe "pediu" ── Abri um sorriso falso no rosto e ele desce do carro

Entramos na escola e Tom começou a analisar a escola.

── Vamos sentar nas cadeiras perto da salinha de Bryan. ── Avisei

Caminhamos pelo longo corredor cheio de salas que transbordavam risadas e conversas de crianças. Estou sempre presente ali, já sou acostumada com o local, sempre que posso estou em reuniões de pais e professores, e eventos preparados em datas comemorativas. Sempre faço o meu melhor para estar ali ao lado do meu filho para apóia-lo.

Eu tive uma infância tão triste, quase não consigo me lembrar das vezes que vi meus pais em apresentações escolares, e eu não queria que meu filho passasse pela mesma dor e sentimento de abandono que eu senti por quase toda a minha infância e adolescência.

Nos sentamos e eu começo a tagarelar sobre os gostos do meu filho. Ele não era alérgico a nada e eu também não, porém, meu bebê tinha gostos e preferências, como qualquer criança.

As horas passavam depressa, a turma do meu filho é liberado às três e meia da tarde e faltava apenas alguns minutos.

── Vem aqui ── O chamei assim que o assunto acabou. O conduzi até a sala de Bryan, que tinha um vidro onde dava acesso para ver a sala do meu pequeno, onde ele passava algumas horas. O homem parecia curioso, olhava para as paredes que estavam pintadas com desenhos, cartazes e alguns avisos. ── Olha ele ali no cantinho da sala com o amiguinho que é obcecado pelo Gavião Arqueiro ── Sorri vendo o pequeno sorrindo para o coleguinha, como se os dois não estivessem "brigado" ontem por causa de um personagem

── Ele é tão fofo ── Comentou com um sorriso orgulhoso no rosto ── Posso pedir para ir buscar ele lá dentro? Ele está tão fofo nesse casaco

── Só espera alguns minutos, já está quase na hora deles largarem. E nesse casaco fofo está escrito "eu amo a mamãe" ── Sorri de lado e Tom se virou para mim

── Então vou comprar um escrito "eu amo o papai" ── Falou ofendido e eu revirei os olhos

── Não vou deixar ele usar ── Brinquei e Tom riu jogando a cabeça para trás

── Quando eu estiver com o casaco do Aquaman, eu dúvido ele querer saber do casaco do "eu amo a mamãe"

── Ele não vai me trocar pelo Aquaman ── Olho novamente para Bryan e, por fim, confesso ── Ah, mas quem diabos não trocaria uma pessoa pelo Aquaman? Totalmente compreensível!

Não demorou muito para todas as crianças começarem a sair da sala de aula em fila, todas com seus materiais guardados na mochila e arrumadas. Meu filho sorriu e veio correndo em minha direção assim que me achou no meio das mães e dos pais que estavam em frente a sala esperando seus filhos.

── Oi, querido! ── Me abaixei para pegar meu filho no colo e o abracei como sempre faço ao buscá-lo na escola. Como se fosse a primeira vez em que estivéssemos nos abraçando ── Como foi a escolinha hoje? ── Perguntei levantando ele em meus braços enquanto enchia seu rostinho fofo de beijinhos

── Boa! ── Respondeu alegremente, rindo enquanto eu continuava enchendo o pequeno de beijos ── Aranha? ── Bryan disse alegre ao ver o pai ao meu lado. O menor se contorceu em meu colo e esticou os bracinhos para que Tom o pegasse nos braços

Thomas pegou um pirulito do bolso e entregou para o menor. E assim eles dois começaram a conversar por todo o caminho até o carro. Bryan narrou sobre o seu dia e falava sem parar sobre como ele e o amigo brincaram de vingadores e liga da justiça.

Ainda chovia, então peguei minha sombrinha e abri para que nós três cobéssemos.

Ainda é estranho.

Há alguns meses atrás éramos só eu, Ayla e Bryan, agora Ayla está namorando e Bryan finalmente conhece o pai.

Aos poucos eu e meu pai estamos tentando formar uma boa relação e eu estou prestes a iniciar uma possível carreira no mundo da arte, onde eu sempre sonhei em estar.

Parece que tudo está voltando a ser como era antes. Calmo, feliz, e, incrivelmente normal...

 Calmo, feliz, e, incrivelmente normal

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━━━ ¹Oiiii, voltei amores 🥺🙌🏻

━━━ ²Como vocês estão? Já assistiram a nova temporada de Stranger Things?

━━━ ³Sumi por tanto tempo que agora eu sou oficialmente fã do Jão 🙏🏻

𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀𝐑 𝐀𝐓𝐑𝐀𝐒, 𝗍𝗈𝗆 𝗁𝗈𝗅𝗅𝖺𝗇𝖽Onde histórias criam vida. Descubra agora