𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀𝐑 𝐀𝐓𝐑𝐀𝐒, 𝗍𝗈𝗆 𝗁𝗈𝗅𝗅𝖺𝗇𝖽

❛ ⌗ 𝗖𝖺𝗉𝗂𝗍𝗎𝗅𝗈 09

{🥀} 𝐒/𝐍 𝐅𝐄𝐑𝐑𝐀𝐑𝐈
━━━ 𝐋𝐨𝐧𝐝𝐫𝐞𝐬

A verdade é que filha da mãe da Ayla estava mais do que certa quando disse que o Bryan não iria ligar, e para ser sincera sinto raiva e alívio por ela ter tido razão nisso.

No dia seguinte - na quarta-feira - acordei primeiro que Bryan e fui fazer um café da manhã para ele, meio como um pedido de desculpas, mas assim que vi ele passar pelo corredor e vir correndo em minha direção me abraçar, tive certeza de que ele pouco se importava com aquilo.

Eu havia conversado com ele e até tentei explicar que não deu tempo para ele falar com a avó pois ela estava apressada - o que era mentira - mas depois eu fiquei mal por ter mentido para ele.

Ele falou que eu devia ter o chamado, mesmo ele sendo uma criança pequena, já é muito esperto, mais do que eu imaginava que crianças de dois anos e alguns meses eram.

No dia seguinte ele me abraçou com força e falou que me amava.

Hoje já é quinta, ele me contou que queria levar uma florzinha para um amiguinho da escola e um chocolate, eu concordei e falei que eu iria dar dinheiro para a titia Ayla comprar.

Eu fiquei feliz por meu filho estar começando a socializar na escola, ele era tímido no começo, quase não falava com a professora, ver agora que ele tem amigos me deixa feliz.

── Amanhã é dia de levar brinquedo! ── Contou do nada mudando o totalmente de assunto.

Estávamos tomando café da manhã e ele começou a contar que queria viajar no espaço, agora, falou que amanhã é dia de levar brinquedo.

── Sério, amor? ── Eu disse fingindo estar surpresa ── O que você vai levar dessa vez, huh? ── Questionei colocando mais suco na xícara

── Vou levar o meu Aquaman e meu amigo o Gavião Arqueiro, não é legal? ── Falou mostrando o biscoito com formato de coração

── Muito, meu amor! O que você acha de irmos sábado tomar sorvete e passear na praça, huh? A gente pode levar dois brinquedos para ficamos brincando! ── Sugeri para ele que me olhou sorridente

── Sério mamãe? ── Perguntou com um sorriso e eu assenti

E novamente, mudamos de assunto, dessa vez ele começou a contar sobre a última amiga que ele fez quando foi para a praça.

Tivemos um café da manhã calmo e tranquilo, a fase de crescimento de Bryan me faz pensar inúmeras vezes que um dia eu já fui como ele, dependente dos meus pais. Me pergunto se minha mãe era assim comigo, como eu sou com Bryan. Que de vez em quando vai tomar um sorvete, que sai para passear e que assiste o mesmo filme pela décima vez mesmo estando cansada e com sono.

Enquanto ele terminava de comer eu fui fazer a sua lancheira para ele levar para a escola.

── Mamãe...? ── Ouvi Bryan me chamar e me virei para olhar para ele, seu rosto estava confuso, como se ele estivesse se perguntando de algo

── Oi meu amor, está tudo bem? ── Perguntei com receio

── Na escolinha... eu vejo meus amiguinhos com os papais deles, onde está o meu...? ── Se eu estivesse levado um tiro no meio do peito, teria doído menos.

Respirei fundo e fechei meus olhos, ele já havia me perguntado isso uma vez, era só dizer a mesma coisa, não seria tão difícil assim...

── É... ── Travei. Bryan me olhava e eu tentava imaginar uma boa resposta