O medo que apavora!

1.2K 100 4
                                    

Alguns nem era íntimo ao ponto de eu querer ter por perto, então a ausência me fez ser esquecida. Outros até tentei manter contato, mas a correria do dia-a-dia foi diminuindo a regularidade das mensagens trocadas. E estou bem com isso, a maior idade me fez perceber que pessoas entram e saem da nossa vida, assim como eu na delas. São dois caminhos que se cruzam temporariamente para aprender de forma negativa ou positiva, deixando sua marca mais fortes em um do que no outro e está tudo bem. O que me importa, são os bons momentos.

No entanto, aos vinte e sete anos me decepciona não ter encontrado o amor ainda. Quando mais nova, estava decidida a encontrar alguém para minha vida. Penso que foi um período de carência, digamos que passei por tipos de homens que não me orgulho de mencionar, até que cansei e estou convencida a esperar a pessoa certa.

Teve o John Gomez que era mais jovem do que eu, quando nos envolvemos não imaginei que a idade teria tanto peso. Ele passou a morar por um tempo na minha casa. Nossa como era insuportável! O garoto deixava roupas sujas espalhadas por todos os lados, resto de comida em tudo que é canto e vivia 24 h com a cara no videogame falando com não sei quem, de não sei aonde. John foi o relacionamento mais curto que já tive em minha vida, o que podia se esperar? Nos conhecemos no supermercado, na sessão de achocolatados.

O Diogo Viena conheci nas baladas da vida. Ele era super alto-astral, extrovertido, gostava de curtir as noitadas, o que não consegui acompanhar, então as coisas entre nós, foram esfriando até que ele sumiu. Só sumiu.

Agora, o Fabrício Carvalho foi, dentre todos, o que mais me odiei por ser enganada de maneira tão baixa. Nos esbarramos em um restaurante, trocamos telefones, começamos uma boa conversa. Ele era atencioso, carinhoso, gentil, romântico, um homem perfeito. Começamos a sair, ele escolhia os lugares, me levava à cidade vizinha na sua casa de praia, vinha aqui em casa. Até aí, estava perfeito. Porém, em um belo dia, ele estava no banho e eu tive a ousadia de atender o seu telefone. A mulher dele ligou desesperada pedindo que eu deixasse o recado que ela estava indo para o hospital e para que a encontrasse imediatamente. Bom, quando saiu do banho, o deixei a par da situação e deixei claro que não precisaria voltar. Cafajeste! Até hoje me sinto culpada de não ter percebido os sinais que dava, mas sei que quem deveria fidelidade à esposa era ele e não eu.

Já passei por umas boas situações, isso é fato e experiências passadas, é inútil ficar remexendo em algo que agora não fará diferença. Após tanto, só posso aprender com os meus erros e não os cometer novamente.

Não me sinto a mulher mais bonita do mundo, sei que tenho meus pontos positivos. Quando olho no espelho, o que vejo me agrada e me amo do jeito que sou. Para algumas pessoas, posso ser considerada baixa demais com meus 1,66 m, no entanto, me sinto bem assim. É certo que não tenho silicone, nem Botox, meu cabelo não chega aos glúteos e pouco uso maquiagem ou salto alto, contudo, tenho um sorriso lindo e meus olhos castanhos valem muito a pena. E eu não mudaria nada, se alguém quiser ficar comigo de verdade, terá que me ver como eu enxergo.

A questão é que não tenho medo de morrer sem ter uma pessoa para chamar de amor, não mais, contudo, não ter ninguém para me chamar de mãe, isso, sim, me apavora. Quero ser amada de maneira única, sentir o amor incondicional extremo de dar a minha vida por essa pessoa se preciso. Sentir uma vida crescendo dentro de mim. Saber que o laço é eterno e até depois da minha morte terei alguém que vai me amar, aponto de ser lembrada por mais algumas futuras gerações.

Por isso decidi ser inseminada.

Agora não espero mais um amor romântico, não espero meu príncipe da armadura brilhante e sigo feliz com isso.

Poder falar o que quiserem, todavia, sou uma mulher realizada agora, já tinha um emprego que amo, agora terei um filho para completar minha utopia.

Sou formada em Letras, porém minha graduação é pedagogia da língua inglesa. No fim do meu curso, decidir por ter a companhia de crianças como minha classe oficial é mais relaxante do que ter de encarar uma turma cheia de rebeldes esperando loucamente para sair da sala.

O Céu Na Palma Da Mão [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora