AGORA

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A respiração de Percy  estava acelerada junto ao coração com a adrenalina que corria entre suas veias

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A respiração de Percy estava acelerada junto ao coração com a adrenalina que corria entre suas veias. Seus dedos estavam brancos de tanto que apertava a maçaneta da porta do carro enquanto dizia, beirando ao grito, para Paul acelerar o ainda mais. Com o pouco de consciência lhe restando, ele olhou novamente para o celular e digitou o número de Sabrina novamente para avisá-la que iria arrancar seu filho daquela casa, com o aval da advogada ou não.

Ele sabia, com tudo de si, que não deveria ter entregado Charles, seu filho assim, não importando o que a assistente social tinha dito. Era seu filho e não era a porra daquela mulher que diria o conrário.

- Liga para a Hannah - escutou a voz de Paul sobre o desespero latente que sua mente estava se afundando.

- E o que caralho ela vai fazer? - Explodiu. - Ela vai dizer que eu não posso fazer exatamente o que eu to fazendo agora, e eu não vou deixar o Charlie naquela porra de lugar quando meu filho me ligou chorando pedindo para ir buscar-lo.

- Eu sei, Percy. - O seu tom de voz era calmo, mas ainda assim tenso de preocupação com o neto, - mas avise-a pelo menos, deixe ela saber o que aconteceu para que quando voltarmos para o tribunal podermos dizer que avisamos e fizemos o possível dentro da lei.

Percy fechou o punho em volta do aparelho, cerrando os dentes com força, mas digitou o número da assistente social.

- Hannah Kyle, assistent-

- É o Percy - interrompeu. - O Charlie me ligou chorando pedindo pra buscá-lo. E eu vou pegar meu filho, entendeu?

- Senhor Jackson...

- Não, Kyle! - Se irritou, seu desespero sendo palpável. Paul sussurrou para ele se acalmar, sendo ignorado. - Ele me ligou, ele tava chorando!

- Eu entendi, senhor Jackson. - Escutou-a suspirar. - Eu tô indo pra lá também, se você chegar antes de mim pode tirar ele de lá, ok?

Percy ficou em silêncio por alguns segundos mas logo respondeu em concordância e desligou, fechando os olhos e colocando as mãos no rosto, sentindo-se a ponto de chorar.

- Respira, Percy - a voz de seu pai foi como um alento que limpou sua mente, mesmo que ele dirigisse tão rápido quanto era permitido. Assim como Charles buscava Percy por apoio, Percy buscava Paul.

Ele respirou fundo, tentando fazer suas mãos pararem de tremer. Não podia demonstrar estar nervoso - mais ainda -, precisava passar confiança já que não tinha a mínima ideia do que iria encontrar naquela casa. Quis rir com essa percepção, ele não sabia como era a porra do ambiente da porra da casa em que seu filho estava nos últimos meses. Tanto para ser um bom pai.

Percy queria vomitar.

Colocou as mãos no seu colo e tentou concentrar-se, pensar no que faria. Ele arrombaria a porta se ninguém atendesse e sabia que seu padrasto ajudaria sem pensar duas vezes; pegaria Charles, sem malas nem nada, tudo que ele precisava Percy tinha em casa e depois a assistente social pegava o que a criança mais quisesse de lá.

Annabeth o odiaria ainda mais por isso.

Logo eles chegaram ao local, era uma casa de dois andares que seria até bonita se fosse bem cuidada. A grama estava marrom e tinha buracos por toda sua extensão, a pintura das ordens externas tinha lascas e manchas de chuva; quando saiu do carro, viu que no pátio tinha madeira podre, quase a ponto de afundar. Percy teve medo de entrar na casa por um momento, mas ao escutar a música alta que vinha lá de dentro, não hesitou.

Jackson nem se deu ao trabalho de bater na porta ou ser educado. Com Paul em suas costas, seguindo-o, ele abriu e entrou com força, vendo a casa entupida ao máximo de pessoas, o cheiro ruim de álcool, suor e drogas ilícitas o fez dar uma careta, seu ódio cada vez maior. Percy se virou, procurando as escadas e entre empurrões que dava em pessoas completamente bêbadas, achou-a e subiu, pulando alguns degraus, cada vez mais ansioso para encontrar seu filho.

Quando Charles ligou, disse estar escondido no fundo do closet de seu quarto, então Percy sabia onde procurar, em vez de ficar perdendo tempo vagando entre aqueles que estavam ali. Abriu a primeira porta do segundo andar, entrando no quarto e vasculhando o armário. Nada.

Na segunda porta ele encontrou um casal se beijando, caminhando para os finalmentes, ele ia fechar a porta mas viu um pequeno sapato rente a cama de solteiro. Olhou para dentro do quarto e viu todas as decorações infantis e então tudo que ele via era vermelho.

Vermelho raiva.

- Saiam daqui! - Gritou, assustando o casal, que ficaram de pé em meio segundo. - Os dois, saiam daqui. AGORA.

O casal correu arrumando sua roupa enquanto xingava baixinho Percy. Quando eles finalmente saíram, Paul fechou a porta e ele se dirigiu até o closet, se agachando e abrindo-o.

- Charlie? - A voz de Percy era suave e delicada, a que sempre usava com seu filho.

Os dois homens escutaram um fungar baixinho e choroso.

- Pai? É o senhor? - Seu corpinho pequeno de criança de nove anos saiu entre algumas roupas e Charles apareceu, seu rosto molhado de lágrimas e seu nariz escorrendo.

Percy o agarrou e trouxe para seu colo, Charles afundando a cabeça em no pescoço do pai enquanto desabava e começava a chorar baixinho.

- Shhhh - consolou, - Sou eu.

A criança lançou os braços ao redor do pescoço de Percy que logo se levantou, carregando-o.

- Vem, - sussurrou. - Vamos para casa.

✓ HAVE YOU EVER SEEN THE RAIN?, PERCY JACKSONOnde histórias criam vida. Descubra agora