CAPÍTULO 2 · A BRINCADEIRA DO DESTINO

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"Eu não sei o que eu tô fazendo
Mas, eu tenho que fazer
Aquela noite que eu te conheci
Eu acho que nunca vou esquecer...
Um momento quase perfeito
Inocente em seus defeitos
Tudo que é bom dura pouco
E não acaba cedo"

Capital Inicial - Eu nunca disse adeus.

Sanem

Eu podia ouvir meu celular tocando...
Ainda de olhos fechados, tatiei com as mãos à procura do aparelho.
A primeira coisa que senti foi uma forte dor de cabeça, eu senti como se meus neuronios se sacudissem dentro dela.
O aparelho continuava tocando e tocando, e foi ai que eu ouvi um resmundo ao meu lado.
Eu gelei, arregalei meu olhos e percebi o ambiente estranho. Era um quarto em que eu nunca estive antes, pareces claras rodeado por cortinas igualmente claras.
Com o coração acelerado eu abaixei os olhos, para ver por debaixo dos lençóis. Eu estava de lingerie.
LINGERIE!
E ao meu lado, de costas para mim uma cabeleira castanha e bagunçada.
O telefone tinha parado de tocar, mas minha mente começou a repassar a noite de ontem.
Ayhan e eu saímos para comemorar meu aniversario, depois que descobri a traição do meu ex namorado.
Dançamos e bebemos.
Me lembrei de derramar bebida em mim e em um cara... Fomos para a mesa de amigos dele, bebemos ainda mais.
Senti meu rosto pegar fogo ao lembrar de como dançamos com intimidade.
Meus dedos seguravam o lençou com força, eu só me lembrava até o momento depois que paramos de dançar, voltamos para a mesa, e bebemos mais drinks coloridos e tequila.
Maldita tequila!
O meu corpo que já estava gelado, ficou completamente imóvel, quando o cara, que eu me lembrei se chamar Can se mecheu nos lençóis. Ele estava de barriga para baixo, e suas costas largas estavam a vista.
Minha mente traidora percorreu os ombros largos e foi descendo até onde o lençou cobria, em seu quadril.
Levantei na ponta do pé, recolhendo minhas roupas espalhadas pelo quarto e fui ao banheiro.
A Sanem que me encarava de volta também se perguntava o que diabos aconteceu.
Eu sei, eu sei... Eu disse que queria ficar com alguém, mas poxa, queria apenas trocar uns beijos e esquecer Omer.
Omer... Por culpa dele eu estava naquela situação humilhante.
Lavei o rosto, enxaguei a boca e me vesti o mais rápido possivel.
O homem bonito demais ainda estava em um sono profundo quando peguei meu celular, minha bolsa, calçei minhas sandálias e saí do quarto.
Já no elevador do hotel que eu percebi ser caro demais para meu orçamento, verifiquei as 10 chamadas de Ayhan e as outras da minha mãe.
Liguei de volta para Ayhan, torcendo para que ela se lembrasse de como eu tinha ido para em um quarto de hotel com um estranho gostoso. Quer dizer, com um estranho qualquer.
Ayhan atendeu no segundo toque.

- Sanem! Eu nem sei que desculpas mais dar para a tia Mevkibe!

Ainda tinha mais essa.
Mamãe sabia que eu dormiria na casa de Ayhan e que comemorariamos meu aniversário, mas é claro que ela não poderia dormir e sonhar de onde eu tinha acabado de sair.

- Ayhan... Me diga que sua memória esta melhor que a minha.
- Ah, amiga... Minha memória esta ótima!
- Então refresque a minha e me diga porque diabos você me deixou ir embora da boate com um desconhecido!?
- Can não é nenhum desconhecido. Nos tornamos ótimos amigos ontem.

Eu tive vontade de voar no pescoço de Ayhan pelo telefone mesmo.

- AYHAN! - Gritei, mas ao perceber os olhos me encarando ao sair do elevador, baixei o tom de voz. - Ayhan... Eu acordei ao lado do desconhecido em um quarto de hotel! - Sussurrei para minha melhor amiga.
- Sortuda. Akif é casado, acredita? Meu destino não foi o mesmo que o seu. Homens casados são proibidos... E bom, nos tornamos amigos também.
- Ayhan... Você ouviu o que eu falei? Eu nem sei de onde esse tal Can é!
- Daqui mesmo de Istambul, amiga.

Singular -  Essa obra está em construção.Onde histórias criam vida. Descubra agora