CAPITULO 16 · NOIVADO

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"Eu acho que estou gostando de você
Mas você não percebe
Por quê?
Eu vejo o tempo passando

E cada vez me apaixonando mais
Mas você não percebe
Por quê?
Invente uma história
Me diz qualquer coisa
Mas fala comigo
Gosto de ouvir tua voz
De olhar teus olhos
Tão lindos"

Jorge e Mateus - Pra quê?

Can

Assim que as portas do elevador se fecharam, senti como se o lugar tivesse diminuído. Não que o elevador fosse pequeno, longe disso, mas estar assim tão perto, e sozinhos, me fizeram pensar em coisas não pronunciaveis. Como uma tentação, o cheiro da morena preencheu o elevador, conforme subíamos até o 15° andar.
Ela estava em silêncio desde que a lembrei da noite em que nos conhecemos.
Não era minha intenção deixá-la sem jeito, mas a boquinha esperta da menina, me instigava a provocá-la.
Após alguns minutos, a porta do elevador voltou a abrir, liberando-me da vontade de agarrar Sanem ali mesmo.
Passei o cartão magnético para abrir a porta e quando entrei na enorme suíte, Sanem continuou ali parada, do lado de fora.

- Sanem, eu não mordo.

As bochechas da menina ficaram vermelhas e os olhos se arregalaram. Era engraçado como ela era um livro aberto sobre suas emoções.

-E-eu... Eu não pensei...

Peguei sua mão, e a puxei para dentro do quarto e fechei a porta.
Coloquei nossos pertences no sofá da suíte e fui dar uma olhada no lugar.
Sanem veio atrás de mim, como um bichinho acuado.
Além de grande, era muito bem decorado. O Senhor Fabri tinha pedido que nos encontrassemos para um jantar de negócios, mas antes iriamos tomar café da manhã e fazer um passeio durante o dia, para que ele falasse mais sobre sua rede de perfumaria.
Fiz um dossiê rápido sobre o tal Sr. Fabri. Ele era italiano, 42 anos e herdara a grande rede de perfumes da família. Era metódico, observador e incisivo. Se conseguíssemos contrato com suas dezenas de filiais, seria o negocio do ano para a agência, que vinha passando por problemas financeiros.
Depois de olharmos a suíte, decidi tomar um banho para relaxar um pouco antes de iniciarmos a programação.

- Sanem, irei tomar um banho rápido. Você quer também?

O pescoço fino se virou com agilidade me encarando com espanto.

- Não acho que seria prudente, Sr.

Assim que as palavras sairam de sua boca, percebi que ela entendeu errado.
Sorri da sua cara de espanto.

- Eu não quis dizer que tomariamos juntos, Sanem. Perguntei se você também deseja tomar banho, se for o caso, pode ir primeiro.

A cor voltou as buchechas, que estavam vermelhas e ela negou com a cabeça.

- Estou bem. Obrigada. Eu... Acho que vou te esperar no restaurante do hotel, fique a vontade.

Ela começou a andar em direção a porta, meio de frente para mim e quando foi se virar para sair, quase bate a cara na parede. Segurei o riso e fui até ela, para verificar se tinha machucado algo.
Em poucos passos estavamos perto demais um do outro.
A segurei pelos braços e passei meus olhos por ela, tentando notar se algo tinha a machucado mesmo.
Sanem ergueu os olhos brilhantes para mim, com aquela carinha inocente, mas a boca era sensual demais. Meus olhos foram atraídos rapidamente para a boca vermelha, que eu percebi não estar de batom. Engoli a saliva com dificuldade, conforme minhas mãos desciam pelos seus braços devagar.
Meu rosto a centímetros do seu, seu cheiro turvando meus pensamentos.

Singular -  Essa obra está em construção.Onde histórias criam vida. Descubra agora