Singular - Essa obra está em construção.

CAPITULO 17 · PARIS E KAYSERI.

"Mais um beijo poderia ser a melhor coisa
Ou mais uma mentira poderia ser a pior
E todos estes pensamentos nunca descansam
E você não é algo que eu mereço
...
Na minha cabeça só existe você agora
Este mundo cai sobre mim
Neste mundo existe o real e o faz de conta
Isto parece real para mim."

Let me go - 3 Doors Down

Sanem

Ver o rosto de Can quando percebeu que possivelmente perderiamos o contrato com o Sr. Fabri me causou sensações estranhas.
Sim, se estão se perguntando se eu fui a culpada por nos trancar no suíte, estão certos.
O irmão do meu chefe foi muito claro em dizer que em hipótese alguma um acordo entre o Sr. Can e o dono na enorme rede de perfumarias internacionais, poderia acontecer.
Eu não entendi como, mas enquanto me preparava para o café da manhã, e Can tomava seu banho, o Sr. Emre ligou e me disse que havia pago um funcionario do hotel para que desligasse as luzes do nosso quarto. O telefone estava sim funcionando, mas eu não podia deixar que o Sr. Can chamasse alguem do hotel.
Segundo o Sr. Emre, se o Sr. Fabri escolhesse a Fikri Harika como a agência principal de suas publicidades, seu irmão estaria a poucos passos de vende-la e assim, acabar com o trabalho de todos, incluindo o de minha irmã Leyla.
Enquanto eu descia até a recepção e informava que tinhamos ficado sem luz por cerca de uma hora, a recepcionista ruiva que tinha se insinuado para meu chefe, fazia cara de confusão.
Ela disse que nenhum outro hospede tinha relatado tal falta de luz, e que iriam checar o que houve.
Eu me senti pessima por mentir mais uma vez para o homem que eu não entendia como poderia ser tão mal, a ponto de deixar varias pessoas sem trabalho apenas para ter sua liberdade de volta e voar para bem longe de Istambul. Oras, ele mesmo disse, na noite em que nos conhecemos, como apreciava a sua liberdade.
Assim que voltei ao quarto, encontrei o Sr. Can já ne esperando para tomarmos café. Não seria mais com o Sr. Fabri, eu tinha algumas horas para pensar em como boicotar mais uma vez os planos do meu chefe.
Descemos o elevador em silêncio, eu não conseguia olhar em seus olhos hoje.
Meu coração idiota bateu como um louco, quando Can se aproximou.
Por uma instante pensei que iria me beijar, mas ele apenas queria apertar o botão do terreo no elevador.
Sorri sem graça, tentando disfarçar minha decepção em não ter seus labios nos meus.

- Preciso lhe pedir algo, Sanem.

Sem tirar meus olhos do café da manhã, aguardei o que ele diria.

- Ceycey acabou contando uma mentira desastrosa ao Sr. fabri...

Voltei a encará-lo, parando de mastigar e franzindo a testa em confusão.

- Pois é... Parece que estamos noivos.

O pedaçinho de queijo que eu mastigava me fez engasgar.
Meu chefe logo se prontificou em me ajudar, me oferecendo água e acariciando minhas costas.

- Ceycey fez o quê?!
- Disse que não o encontramos porque estavamos em uma discussão de casal.

Coloquei as mãos sobre a testa. Onde eu havia me metido? As mentiras pareciam me procurar.

- O Sr. Fabri parece ter compreendido e nos convidou para um jantar... - O Sr. Can juntou as mãos, como se fizesse uma oração. - Isso quer dizer que ainda temos uma chance, mas somente se você puder fingir ser minha noiva esta noite.

Passei as mãos pelo rosto, imaginando o que mais o destino estava reservando para mim.
No final de semana, meu signo dizia que esse mês seria tranquilo. Zodiaco mentiroso de uma figa!

- Você está quieta demais... Onde esta aquela mulher com as respostas na ponta da lingua?

Can perguntou e olhei rapidamente para o enorme homem a minha frente, que esta manhã estava lindo em uma camisa azul clara, todo estiloso como sempre. Os óculos escuros, que antes ele usava nos olhos, agora encaixado na frente da camisa. Suspirei disfarçadamente, desviando meus olhos traidores, que insistiam em reparar em como os labios do Sr. Can pareciam macios.