Uma lenda que diz que as sereias e tritões se escondem no fundo do mar, se espalhara pela cidade de Venice em menos de um mês. Após o sumiço de um pescador, uma procura pelo corpo ou o que quer que tenha sido deixado por ele começou. Lá foi fotografado uma criatura muito parecida com um humano, porém continha uma cauda colorida, como a de um peixe.
É claro que isso parece besteira, mas não podemos ter certeza até termos uma confirmação. E qual é a melhor confirmação se não nosso olhos? Então é por isso que eu estou indo até Venice Beach, as 2 da manhã... tenho certeza que estou indo de trouxa, mas não custa tentar.
Chegando no lugar, sinto a brisa leve balançar meu cabelo. Um frio sobe pela minha espinha, tento me aquecer mais no casaco, mas é em vão. Coloco os pés na água, mas percebo que algo está estranho. Não deveria estar frio?
Tiro meu casaco e minha blusa e arrumo tudo sobre meu chinelo. Entro na água devagar, e sinto meu corpo relaxar. Isso é tão estranho, por que está tão quente? Nem com um sol de 40°C a água fica quente. Será que isso é perigoso? Eu vou morrer?!
De repente, sinto algo sob meus pés. Levanto eles na hora, e me deparo com uma criatura. Espera. NÃO PODE SER.
- Aaaaaah! - grito em desespero, mas percebo que a criatura também gritava - quem é você? - me afasto e vejo ainda melhor suas aparência. Uma pele escura, que brilhava com a luz do luar. Olhos castanhos e pequenas pedrinhas que saiam da lateral de seus rosto e costela. Cabelos molhados, tingidos de um azul claro nas pontas. Não vou mentira, ele é bem bonito. Mas algo que eu ainda não havia reparado, a parte de baixo do seu corpo, onde deveriam estar as pernas, ostentava uma cauda azul cintilante, com pedrinha que brilhavam mesmo embaixo da água. Porém algo estava errado.
- Não chegue perto de mim, humano! - então ele fala?
- Olha, eu não vou te machucar... qual seu nome? - pergunto um pouco hesitante.
- E porque eu deveria te falar? Vocês humanos não são confiáveis.
- Não precisa ser tão sincero, okay? - falo - então quer dizer que sereias realmente existem? Interessante.
- Vai fazer o que com essa informação? Levar para um laboratório? Então faça! - o tritão grita, de forma que minha cabeça doesse.
- Calma, cara! Eu não vou fazer nada, já disse. Espera, como assim laboratório?
- Não se faça de inocente, vocês humanos sabem muito bem o que faziam com minha espécie - cristais começam a cair do rosto do garoto. E aí que eu percebo, ele estava preso. Uma rédea estava emboscada em sua cauda, de forma que ele não conseguisse mexe-la. Tento me aproximar, mas um jato de água é jogado na minha cara - se afaste!
- Eu só quero te ajudar! Você está preso - tento acalma-lo e me afasto um pouco.
- Isso é mentira, você deve ter colocado isso de propósito.
- Vem cá, Sr. Peixe. Se você acha que todos humanos são iguais, você está totalmente errado. Eu não vou te machucar, nem levar para lugar algum! Eu só quero tentar tirar isso de você.
- Eu não consigo confiar em você.
- Você que sabe, eu posso simplesmente ir embora e fingir que nunca vi nada e esperar que apareça no jornal uma confirmação que sua espécie existe.
- Não! Eu... - ele desvia o olhar e vejo sua bochecha ficar vermelha - tá, mas se você tocar mais que o necessário em mim, eu te mato.
- Fechado - dou um sorriso satisfeito. Eu sei que fui meio maldoso quando disse aquilo, mas tinha certeza que faria ele aceitar minha ajuda. Me aproximo e com maior cuidado começo a tirar a corda. Vejo que o garoto me encarava com o rosto vermelho e seus olhos pareciam iriam me matar a qualquer momento. Equilíbrio, eu diria - prontinho!
- Zak - ele fala desviando o olhar.
- O quê?
- Meu nome. Zak.
- Oh! Prazer, eu sou o Darryl - estendo minha mão e ele me encara - é... desculpa. Mas eae, consegue mexer sua cauda? - ele apoia as mãos na areia sob si e coloca a cauda na água. Lá ele começa a bater ela de forma que muita água fosse jogada para todos os lados, principalmente pra cima de mim.
- Darryl... - ele fala com uma voz baixa.
- Sim?
- É um nome bonito.
- O-obrigado...
- Pode me prometer uma coisa? - ele me olha. Seus olhos pareciam ainda mais brilhantes enquanto me encarava. Olhos que me lembravam diamantes...
- Diga.
- Prometa vim aqui amanhã.
- O que? Eu pensei que não iria querer ver humanos novamente.
- Não faça perguntas! Apenas me prometa.
Sorrio.
- Eu prometo.
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Shorts - Skephalo
FanfictionHistórias curtas de Skephalo! Lembrando que as histórias aqui não tem relação alguma com a realidade, é apenas uma fanfic usando a imagem apresentadas na internet por eles.