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Donuts

Por Kory


26 de Julho de 2017


— Chave de fenda — pede Tony, erguendo o braço para cima sem tirar os olhos do motor do carro.

— Aqui está — diz Peter, estando pendurado em sua teia, de cabeça para baixo, no teto da garagem da Base.

— Eu estive pensando... sua tia se importa se eu te levar de avião para outro estado, de novo?

— Se for um bate e volta, acho que tudo bem, mas...

— Perfeito! — Tony interrompeu rapidamente, antes que Peter inventasse uma desculpa como vem fazendo ultimamente, como se quisesse distância.

Ele já não dormia na Base com a mesma frequência de antes e vinha quando era chamado, não mais aparecendo de repente para fazer companhia. Claro que Tony entendia a vontade de Peter passar as férias com sua família, sua tia, mas não custava nada dar aquela passadinha rápida, básica e inesperada para fazerem alguma coisa juntos, como era antes, nos dias em que ele não dormia na Base.

Peter estava diferente e Tony tinha uma ideia para fazê-lo se soltar como antes, envolvendo uma mini viagem e comida. Um prato cheio para fazer Peter relaxar e, quem sabe, jogar o verde sobre seu comportamento diferencial.

— Vamos acabar por aqui e dar uma saidinha, depois continuaremos.

— Mas para onde iremos, afinal?

— Para a Califórnia, garoto. Você já foi para Los Angeles?

— Hãn...não, a única vez que sai daqui foi para ir com o senhor para a Alemanha.

— Então você vai adorar a vista da estrada do litoral da Califórnia.

— Só por curiosidade...por qual motivo vamos 'pra lá?

— Porque é lá que tem os melhores donuts do universo. É uma troca justa, garoto. Você me levou para comer o melhor sanduíche e agora eu quero te levar para comer os melhores donuts.

— Se é assim...Não tem como eu recusar — Peter sorriu de canto e Tony até se sentiu aliviado pelo garoto sorrir. — Eu tô pronto!

— Só te levo se sua tia deixar.

— Duvido!

— É, eu também duvido, mas não quero ser estrangulado por ela, então avisa primeiro antes de irmos.

Peter riu fraco.

— Okay.

— Enquanto isso vou mandar preparar a nave.

— O quê? Nave?

— É, ué. Ou você quer chegar amanhã indo de carro daqui até lá?

— O senhor gosta mesmo de me ver em pânico...— Murmurou Peter e Tony gargalhou.

— Ainda ressentido pelo passeio de helicóptero? Pensei que você não guardava rancor, Parker.

Peter revirou os olhos.

— Não guardo rancor daquele dia, mas sim o pavor com aquelas piruetas em um objeto de ferro voador em uma cidade repleta de prédios que o senhor podia facilmente bater com aquelas manobras.

— Achei que eu era o Rei do Drama entre nós, garoto.

Peter mostrou a língua e desceu do teto.

— Se eu ainda estiver vivo, que horas a gente vai voltar?

Unstoppable • Irondad & SpidersonOnde histórias criam vida. Descubra agora