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— Arrumem tudo, partirmos logo

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— Arrumem tudo, partirmos logo. — A voz dele era como um trovão. Potente, firme e avassaladora.

O Sol acariciava a maldita terra, as ondas quebravam na orla, era como se quisesse puxar alguém para conhecer seus segredos, agarrar uma pobre alma desatenta e levá-la consigo. E quando a areia entrava em contato com as ondas, o vento gélido acariciava o rosto daqueles que se atreviam a sair cedo e o encarava com desejo de se aventurar.

Changbin sentia-se renovado e agraciado por receber uma bênção como aquela, após anos vivendo atrás de janelas trancadas e portas pesadas. O céu azul e tons amarelos do sol estava o esperando de braços abertos.

Talvez aquilo seja o paraíso que as missas chatas falavam, estava prestes a tocar o céu.

— Princesa. — Não sabia se era pelo frio da manhã, mas seus fios se arrepiaram quando a voz rouca o tirou de seus devaneios.

— Peruca negra. Posso ajudá-lo? — Andando em passos curtos para o alfa, Changbin deu seu melhor sorriso educado, mas quase saiu da etiqueta quando arrancou uma careta do homem.

— É punho negro, princesa. E eu gostaria de lhe informar que não temos um lugar para você e sua companhia. — Na mente perversa do alfa ele já imagina desculpas para ficar com o pagamento, pois jurava de pés juntos que o ômega desistiria de viajar.

— Uma pena, mas eu sei que em sua cabine cabe muito bem nós três, mas no caso nós dois. — Sem esperar por uma atitude como aquela, o lúpus arregalou os olhos quando o ômega sem aviso prévio, juntou seu corpo pequeno e delicado contra o seu grande, os olhinhos arredondados na direção de seus lábios quase o fez se derramar.

— Nós dois? Seria capaz de deixar seu servo no convés à mercê de alfas e betas sanguinários? — Bang aproveitou, rodeou as mãos na cintura fina coberta pelo espartilho transparente contornando perfeitamente o corpo.

— Claro que não, seu mentecapto. — Recebeu um empurrão que o fez apenas mover um centímetro, o ômega se afastou apertando mais o véu vermelho que mal o protegia do vento. — Estou dizendo que você sairá, Sunghoon e eu ficaremos juntos na sua cabine.

Aquilo foi o ápice para o capitão, gostava de ômegas bonitos e aquele nobre tinha beleza de sobra, porém jamais demonstraria fraqueza aos marujos, que embora estivessem realizando suas obrigações, ainda poderiam acompanhar a cena que o ômega fazia dentro do navio.

Bang segurou o braço do ômega com força, deixaria uma marca vermelha ali, mas estava irritado o suficiente para não se importar de impor sua força a alguém menor.

— Escute bem, eu sou o capitão, não quero escutar suas bobagens ou pirraças. No máximo eu poderei deixá-los na parte dos canhões, ou talvez em algum bote, ambos ficam ao meu alcance para que nada os aconteça, então? — O ômega fez uma cara séria, os olhos cerrados e um bico nos lábios grossos, ele era uma duquesa, e aquele era apenas um pirata.

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