Capítulo 03

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Cap: 03- Amizades

Daya

Universidade San francisco; dormitórios 8:30 da manhã

Acordo por volta das 8:30 da manhã, minha aula e a da Livy começa às 9:20, então tenho todo tempo do mundo pra me arrumar. Tomo meu banho, arrumo o cabelo e coloco uma calça cargo com uma blusa branca padrão. Provavelmente as meninas estão saindo agora do treino pra ir pra aula. Então vou em direção ao refeitório, pego um capuccino que custa meu rim, e vou em direção ao prédio 'E'. Mas desvio o caminho e vou para a sala do psicólogo. Sim eu tenho que fazer terapia uma vez na semana e eu escolhi na segunda pra me livrar logo. O meu maior problema é que parece que minha terapeuta mudou, então vou ter que fazer todo processo de me readaptar com ele, ou ela, pra pegar intimidade e é um porre. Eu não escolhi fazer terapia, mas ano passado eu me envolvi em uma briga ,que nem foi culpa minha, e minha "punição" é fazer tratamento até o fim do período escolar.

Chego na frente da sala, bati na porta, e escuto um ' pode entrar ' , e pela voz reconheço que é um homem. Que merda. Logo adentro e vejo um cara jovem, deve ter seus 20 poucos, cabelo liso pele meio bronzeada, resumindo, ele é bonito.

— Seja bem vinda, você deve ser a Daya certo? — Ele pergunta sorridente

— Isso mesmo, eu passei aqui porque a orientadora disse que seria bom conhecer você antes de o "tratamento" começar — Digo fazendo aspas com as mãos.

— Você não está em tratamento Daya, está apenas aprendendo a controlar sua raiva e suas mudanças de humor. — Ele fala calmamente.

Ficamos conversando por uma meia hora, e depois eu vou embora, parece que vou ter que voltar essa semana ainda pra começar o ''tratamento" de verdade. Vou em direção a minha sala de aula e logo vejo a Livy vindo e sentando do meu lado.

— Ei, como foi o primeiro dia? — Digo separando os materiais necessários pra aula e a Lvy faz o mesmo.

— Foi tranquilo, teve só uma apresentação das meninas pra elas se entrosarem mas nada demais.— Ela diz separado os marca texto e canetas para fazer o resumo da aula- E eu talvez tenha um encontro com o amigo do babaca de ontem.

— O QUE?! — Solto um grito de surpresa. A Lyv simplesmente vai a um encontro depois de, segundo ela, 4 anos?

— Fala baixo. — Ela diz colocando a mão na minha boca — Não sei porque tanto escândalo, não é como se fosse uma grande coisa.— Ela diz e vimos o professor entrar.

— É grande coisa sim. Pelo menos pra você. — Digo olhando para ela com deboche. Rimos e prestamos atenção ao que o professor começou a falar.

Geralmente depois das cansativas aulas, eu e a Lyv encontramos com as Maya no refeitório. É um lugar relativamente calmo, paredes bege, uma máquina de comida no canto esquerdo e mesas vermelhas, mas tinha uma em especial que,por algum motivo desconhecido, é azul. Quase sempre eu e as meninas nos sentamos lá, só em ocasiões como época de provas ou de torneios, almoçamos em outro local. Assim que entrou no refeitório quase instintivamente vamos em direção a mesa azul escuro no canto, mas, e sempre tem um mas, somos paradas por ela, a Emma.

— Olá meninas. — Ela diz entrando na frente da Lvy. — Soube que vocês viriam por aqui e não pude deixar de cumprimentar vocês. — Ela diz com aquela voz estridente e falsa dela. Sinceramente, que baranga.

— Emma, é sempre um desprazer ver você. — Digo com o mínimo de interesse. — Agora se nos dá licença.— Falo tento passar por ela junto com a Livy, e batendo meu ombro no dela.

Conseguimos finalmente sentar na mesa azul marinho para esperar a Maya para almoçarmos e colocar o assunto em dia, já que ficamos em prédios diferentes.

Assim que sentamos uma garota chega na nossa mesa, ela parece perdida e assustada.

— Olá, licença, eu tô meio perdida. É meu primeiro dia e o aluno que ficou de me apresentar a faculdade não apareceu e eu não sei o que fazer.

— Primeiro se acalma, senta um pouco. — Digo e puxo a cadeira para ela sentar, o que ela faz logo de imediato — De que curso você é?

— Tô começando em Medicina

— Então você tá no mesmo prédio da Maya, relaxa, agora é horário de almoço, a Maya deve chegar logo. Aí quando acabar o intervalo ela leva você pro prédio 'A'. — A Livy explica e ela parece se acalmar mais.

— Só duas perguntas, quem é Maya e como assim prédio A?

— Eu sou a Maya, e essas duas mal educadas são a Livy e a Daya — assim que ela fala já reconheço a voz da Maya — Meus amigos me chamam de MJ, é um prazer. Qual seu nome?

— Ninguém te chama assim — A Lvy diz fazendo a garota soltar um uma leve risada.

— Eu não me apresentei, perdão, meu nome é Laís, Laís Alves.

Após essa breve apresentação a menor se senta do lado da Lvy. A Laís parece mais relaxada e agora que eu reparei, ela tem cabelos ondulados castanhos e usa um óculos arredondado. Logo me lembro da pergunta que ela tinha feito e me disponho a responder.

— E sobre os prédios, parece complexo mas é bem simples a divisão dos edifícios, os da área de saúde, como, enfermagem, psicologia e Medicina, ficam nos prédios A, B e C, a Maya fica no C já que ela faz enfermagem com especialização psicológica. Já a área de construção, por assim dizer, fica nos prédios D e E, no caso, eu e a Livy ficamos no prédio E e os engenheiros no prédio D. Tem muitos outros e cada um é maior que o outro, e além disso tem os centros de atividades extracurriculares, que são opcionais, a Maya por exemplo faz ginástica e a Lvy faz vôlei, mas tem outras opções.

— Agora eu entendi melhor. — Ela parece mais aliviada, como se, ao entender isso ela conseguisse andar sem se perder pelo campus. — Você não faz nenhuma atividade extra?

— Não, pelo menos não esse ano. Ano passado todas nós éramos parte do clube de pintura, mas a faculdade fechou o estúdio.— Digo, e logo um clima ruim nos aflige.

— Foi horrível, eu fiquei possessa ano passado. — Ao fundo só escuto a risada da Maya — Não ri não viu, você também ficou arrasada depois que fecharam.

— Nada disso eu fiquei um pouco triste, mas você ficou no pé do diretor por uma semana. — Ela gargalhou novamente, tirando uma risada de todas nós.

— Bem vamos comer, senão a comida vai ser só resto. — Digo me levantando.

— Aqui é refeitório tipo os da escola eu você compra seu lanche? — A ondulada pergunta enquanto levantamos.

— Olha, a palavra 'refeitório' lá fora é um eufemismo, tá mais pra um aglomerado de mesas para almoço. — A menor junto com a Livy começa a falar com uma leve irritação na voz. — Mas bem, geralmente a gente compra nas lojas que tem aqui perto, pode ir com a gente se quiser.

— Eu agradeço. — Laís diz e então vamos em direção a saída da faculdade, onde mostramos nosso crachás e saímos. 

Todas as Imperfeições do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora