Um novo mestre

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Ajoelhe-se perante ao seu mais novo mestre, Alasca


Entro na Ala-médica de Amélia.
      Alasca está deitada de barriga para cima, encarando o teto, pensativa. As mãos e os pés da soldado estão presos com correntes grossas e apertadas sobre pesos que é impossível de andar arrastando. Em cada pulso de Alasca possui uma fita branca com azul que canaliza o seu poder — enfeitiçada por Helena para a 5 não conseguir desamarrar. Não confiamos nela, então Helena enfeitiçou a Ala-médica também para que a soldado não conseguisse sair daqui de dentro, mesmo com os pesos extremamente pesados. Todo cuidado é pouco.
      — No que está pensando? — perguntei. 
      — Em formas de te matar — respondeu ela ainda encarando o teto.
      Bufei indignado.
      — Me diga no que está pensando. É uma ordem!
      Alasca, ainda deitada, virou o rosto para mim, os olhos cansados.
      — Em formas de te matar — repetiu.
      Nenhuma rachadura vermelha, nenhum olho brilhando — diz a verdade. Bom saber que ela pensa em formas de me matar. Alasca revirou os olhos e voltou a encarar o teto.
      — Venha comigo, vou levá-la a um lugar para tomar banho e arrumar roupas para você — falei.
      — Lembro-me da Anciã antes de desmaiar. Estou viva agora, e você irá me levar para tomar banho e arrumar roupas. Esquentadinho, diga-me quais são as minhas ordens, vou cumpri-la com eficiência e voltarei para receber outra. — Ela faz um gesto como se fosse um zíper fechando a sua boca. — Diga-me quem tenho que matar. Não falarei nada.
      — A única pessoa que quero que morra é você.
      — Esquenta...
      — Meu nome é Nicolas! — Odeio seu segundo apelido idiota. — Se não sabe dizer o meu nome corretamente, então não serve para muita coisa. Devo ordená-la a falar certo?
      — Você me ordena porque sabe que não consegue me fazer dizer o seu nome. Esquentadinho, sua vida será resumida em me ordenar por não consegui, por conta própria, me domar. — Ela vira a cabeça, voltando a me encarar. — Ordene-me a vontade, nenhuma das ações são por eu querer mesmo. Terei inflado o meu ego em saber que consigo apenas incomodá-lo com apenas uma palavra. Então, ordene-me, Esquentadinho.
      Abro a boca para ordená-la. Olhando para a cara de tediada de Alasca já esperando a minha ordem, eu fecho a minha boca. Não gosto do apelido, mas se eu ordenar que pare de me chama de “Esquentadinho”, só irei deixá-la com o ego maior do já acha que tem. Alasca parará de me chamar assim por conta própria, sem ordem. No final, quando não precisar mais dela, a farei sofrer tanto que meu nome sairá da sua boca como uma súplica, pedindo perdão por tudo que me fez passar.
      Vou até Alasca e começo a soltar suas correntes, com as chaves que eu trouxe. A 5 senta-se na cama e alisa os pulsos que estão vermelhos por causa das correntes apertadas. Depois, começa a alisar o calcanhar querendo que ele pare de doer.
      Amélia faz milagres. Alasca apenas possui pequenos cortes, mas já cicatrizam a cada segundo por conta própria. Fora o seu cheiro de cavalos por ter estado nos estábulos e até agora não ter tomado banho, e a sujeira que deixa seu cabelo branco empoeirado e as roupas rasgadas da nossa briga ontem, ela parece bem, pronta para fazer planos de como me matar.
      — Vamos ao Reino da Terra — falei, cruzando os braços. — Você vem comigo para ver Maya. A sua irmã morre aos poucos todos os dias, e a Anciã disse que ela não pode morrer. Maya quer vê-la, então levaremos você.
      Alasca para de alisar os pulsos. Os olhos estavam arregalados, a boca entreaberta. Parece que eu disse uma confissão inesperada que a deixou ao extremo de inquietação. Se ela não fosse uma assassina que mata a sangre frio, eu podia jurar que está preocupada.
      — Maya está morrendo? — perguntou, incrédula.
      — Graças a você.
      Alasca se levantou da cama em um pulo rápido.
      — Leve-me até Maya — pediu Alasca, autoritária. — Agora, Esquentadinho!
      Segurei a intensa vontade de voar no pescoço dela só pelo atrevimento de se achar com alguma autoridade aqui.
      — Então deixe claro que ela não possui nenhuma — rosnou Zenny.
      Ando até Alasca, a qual ergue a cabeça e tenta me diminuir com seu olhar mortal.
      — Você não tem autoridade com ninguém. Não está a sete palmos da terra porque Maya precisa de você, mas isso em nenhum momento te dá alguma autoridade sobre mim.
      — Está esquentadinho tão cedo? — perguntou, andando mais para perto de mim, roçando seus seios em meu peitoral, enquanto está com a cabeça erguida para olhar-me como uma predadora tentando atingir sua caça. — Maya precisa de mim, então eu tenho autoridade no momento sim. Sabe por quê? Porque nem que eu o xingue com todos os palavrões que eu sei, você me mataria agora. Querendo o não admitir, precisa de mim e isso te deixa esquentado. Estou errada... Esquentadinho?
      Ranjo os dentes e aperto minhas mãos em punho.
      Minha respiração ficou pesada e meu corpo esquenta de fúria. Seria tão fácil matá-la agora. O desejo de vê-la sangrar surge como um golpe contra tudo em mim.
      Zenny deseja inverter o jogo. Ele quer ser o caçador de Alasca, e não a presa dela.
      Já que não posso matar, posso machucá-la.
      Deslizo minhas mãos com garras até o seu pescoço, a trazendo de forma rude até mim, colando nossos corpos por completo. Abaixei um pouco a minha cabeça, para ficar de nariz a nariz com ela, fitando bem suas íris congelantes e ameaçadoras.
      Aperto o seu pescoço com força, a fazendo perder ar.
      — Não possui autoridade sobre mim! — Aperto mais. — Nunca mais me fará abaixar a cabeça! — Deixo minha dominância sair de mim. — Alasca, você é minha para eu fazer o que quiser. É meu brinquedo, e estou louco para brincar horrores.
      Mesmo perdendo ar, ela se permite sorrir de lado.
      — O garotinho acha que só porque possui um dragãozinho e pode me ordenar que é dono do mundo.
     — Não sou dono do mundo. Apenas de você.
     Minhas palavras a fez desmanchar o sorriso, mas fez abrir o meu.
      — Vai morrer, Esquentadinho. E eu quero que saiba que a assassina que te matará sou eu. Depois, como brinde, matarei todos que ama, só por diversão.
      Zenny rosna internamente ao imaginar as espadas gêmeas de Alasca pingando com o sangue dos meus amigos e família. Ali, com ela tão perto, eu soube que aquelas lâminas dela tirará sangue da própria dona, como tirou de tantos no passado. E eu também soube que depois de me diverti a vendo sofrer, a garganta irá derramar cachoeiras vermelhas, como protesto por ter cortado as gargantas dos aldeões, no Lixão.
      Ao lembrar que as ameaçadas de Alasca não são nada, afrouxei o seu pescoço, apenas deixando uma mão lá apertando de leve, não para enforcar, só pelo prazer de ter meus dedos aquecidos rodeando um ponto tão frágil como aquele. Com a mão direita, levo delicadamente ao rosto dela, alisando sua bochecha com o polegar, sentido sua pele fria com meus dedos quentes, sentindo o contraste de nossas peles, o ódio que compartilhamos, a dominância que lançamos. Faço isso em provocação, e vendo-a sentir repulsa do meu alisar, me faz ter sensações estranhas dentro de mim: satisfação e indignação reinam em uma batalha constate.
      — Não sou mais o garoto indefeso que conheceu, então não encha a minha paciência que não é muita. — Sorri maldosamente. — Aprenda a calar a boca e obedeça sem protestar, Alasca.
      — Tira as suas mãos nojentas de mim, Esquentadinho de merda — rosnou ela.
      — Ela não manda na gente — disse Zenny, estressado pelas autoridades de Alasca.
     Ainda alisando a bochecha dela, permiti-me a cheirar no rosto, uma provocação a ela. Alasca tentou sair dos meus apertos, mas na força física ela não vence de mim, e não pode usar os poderes devido as fitas. Parei em seu ouvido, a boca tão próxima que meus lábios tocam em sua pele, a fazendo se arrepiar e paralisar com minha respiração quente.
      Percebi que Alasca virou totalmente a minha presa, alguém sem nenhuma autoridade.
      Falei sedutoramente e de forma provocativa, fazendo seu corpo enrijecer com tanta dominância e poder que saiu em poucas palavras:
      — Alasca, sou o seu novo mestre. E o que eu ordeno deve ser cumprido. E eu ordeno que se ajoelhe perante a mim.
      Alasca apertou minha cintura devido com o que falei, um gesto de não desabar ali mesmo enquanto tenta compreender.
      Eu já estive ajoelhado perante a ela, enquanto a 5 falava em meu ouvido e debochava de mim. A soldado infernal odeia se ajoelhar, abaixar a cabeça para outros. E eu sei que isso é o que mais afeta o seu ego. As palavras dela quando falava com Ethan se passam em minha cabeça, sobre odiar quem se acha com poder sobre ela. Alasca estava pensando em formas de me matar, e duvido muito que não tenho pelo menos um plano formado ou quase. Eu farei o inferno na vida dela, e farei questão de mostrar todos os dias que agora eu tenho autoridade sobre ela.
      — Só cava a própria cova — disse ela, raivosa. — Você é um místico morto. Vou matá-lo devagar só para ter o prazer de vê-lo perder vida aos poucos. Eu...
      — Dane-se o que quer fazer! Eu mandei se ajoelhar perante a mim e não ficar jogando palavras ao ar que nunca serão cumpridas. Ajoelhe-se, Alasca. É uma ordem! Ajoelhe-se perante ao seu mais novo mestre.
      Soltei o seu rosto e ergui a cabeça, a encarando. Estou esperando-a se ajoelhar perante a mim. Rachaduras vermelhas começaram a surgi pelo seu rosto, os olhos azuis claros agora brilham vermelhos. Alasca aperta a cabeça como se a dor viesse de lá. A soldado morde o lábio para não gritar de dor, mas deixa gruídos saírem involuntariamente.
      Ela está sendo torturada ali na minha frente a cada segundo que luta contra as minhas ordens diretas. Não voltarei atrás, verei ela cair no chão de dor e ficarei admirando, até parar de ser teimosa e curvar os joelhos no chão.
      Alasca ergue a cabeça e me encara com puro ódio. As rachaduras começaram a diminuir, sinalizando com seus gestos a seguir serão o comprimento da minha ordem.
      A 5 começa a se abaixar bem na minha frente, até tocar o joelho esquerdo no chão, enquanto o direito permanece dobrado com os pés firmes no chão, usado para apoiar os seus dois cotovelos, em um repouso de derrota. No final, ela abaixa a cabeça.
      Agora a assassina da minha aldeia, a garota que matou Ethan, a enganadora do Reino do Fogo, a destruidora de tudo está ajoelhada perante a mim. Saboreio cada segundo. Vê-la assim infla o meu ego. Zenny nunca se sentiu mais poderoso como agora, isso sem usarmos nenhum poder, apenas palavras.
      A porta da Ala-médica é aberta.
      — Nicolas, por que está demorand... — Miguel arregala os olhos quando ver a cena a sua frente.
      Ravi e Oliver entram querendo saber o que tanto Miguel observa. Quando meus dois amigos percebem o que acontece, ficam boquiabertos. Ninguém tinha palavras, apenas intercalam seus olhares da 5 para mim, perplexos. Olho uma última vez para Alasca ajoelhada e com a cabeça baixa antes de andar em direção da porta. Passo batendo nos ombros dos meus amigos. Antes de seguir meu caminho, me viro para eles.
      — Levem ela para o banho e procurem roupas, porque se eu ficar mais um segundo perto dela, é capaz de matá-la, e pouco me importo que Maya precisa da irmã — falo com firmeza na voz.
      Ando com passos firmes de volta para a mansão, deixando meus amigos tomarem conta da 5 ajoelhada na Ala-médica.
      Entro na mansão e vou para o meu quarto. Ignoro Helena e Marta que tentam saber o motivo de eu estar estressado — são espertas, saberão o motivo. Abro a porta do quarto e a fecho batendo forte, fazendo com que as paredes tremam. Vou até o banheiro e pego um dos baldes com água, colocando em cima da mesinha de madeira. Encho minhas mãos com água e a jogo sobre o meu rosto: faço isso mais três vezes.
      Coloco cada mão minha apoiada sobre a quina da mesinha e respiro pesadamente querendo me desestressar. Olho para frente, para o espelho que me reflete nesse momento. Meus olhos âmbares brilham com intensidade, mas aos poucos começa a voltar ao normal.
      — Não podemos deixar nos abalar por causa dela. Nicolas, não somos mais indefesos. Não abaixaremos mais a cabeça — falou Zenny.
      Eu sei que não posso me deixar afetar com as atitudes de Alasca, e isso nem é por ela pensar em me matar 24 horas por dia. Estou preso fortemente no passado. Sempre que a vejo, lembro-me da pior noite da minha vida.
      Ela ordenou, ordenou que os demônios fossem matar a minha família. Ela iria cumprir as ordens de Ira de decapitar a minha avó. Alasca me espancou duas vezes enquanto eu nem sabia como me defender. Lembro-me do meu irmão implorando pela pessoa que amava, e, no final, a desgraçada da 5 matou Sophia, a chamando de mentirosa quando dizia a verdade. Minha mãe segurou o braço dela, pedindo que a matasse para que não tocasse em mim.
      Fraco. Eu fui fraco naquela noite. Quero que Alasca sinta tudo, ou até pior o que me fez passar. Abaixei a cabeça, então ela abaixará também. Fui espancado, então ela será também. Fui subestimado, então ela também será.
      Alasca matou Ethan para que Miguel não matasse. Vi os olhos dela perder emoção no mesmo momento que decapitou o rei. Alasca fez Ira implorar enquanto deixava toda a sua dor subestimar a ira do pecado capital. Ethan não a culpava, ele falava com carinho da garota que o matou. Mas nada disso, nada disso justifica todas as crueldades que ela fez. Matou Ira porque ele era o mestre dela. Matou Ethan porque sabia que não tinha para onde fugir. Alasca enganou Ethan da mesma forma de enganou a todos.
      Passo uma hora no meu quarto antes de descer as escadas.
      Helena conversa com Ravi sobre algo. O olhar da feiticeira para mim sinaliza que o místico contou o que viu. Não vejo mais ninguém na sala. Sem dizer nada, sento-me em uma das cadeiras, esperando que a 5 ficasse pronta. Depois de cinco minutos, Mad chega voado suja com algo vermelho — minha fada estava comendo amoras. Mad senta-se em meus cabelos. Suspiro satisfeito pela minha fada estar no lugar costumeiro dela. Quando ela foi para o castelo, ficava toda hora tocando na minha cabeça como se a fada estivesse lá, sentindo a sua falta junto a mim.
      Helena balança o pé repetidamente. A feiticeira ainda não descobriu quem a enfeitiçou e procura uma forma de descobrir desde que soube que foi enfeitiçada. Por isso Helena ficou mais elétrica. A cada duas horas, ela toma uma xícara de café e ler um livro de feitiços procurando magias que poderiam ter feito isso. Helena não contou a ninguém nas Montanhas Enfeitiçadas que foi enfeitiçada, nem para a sua tia com quem convive.
      A feiticeira faz os treinamentos dela para se tornar maga. Agora, ela está servindo aos Reis da Terra para cumprir estágios de trabalhos. De acordo com Helena, isso sobe a influência dela como feiticeira, nas Montanhas Enfeitiçadas. Trabalhar para reis deve realmente dá bons títulos e respeito para alguém. Helena já se gabou sobre as Matriarcas por a terem elogiado. Não sei quem são, mas Amélia ficou boquiaberta com a notícia e a própria Helena contava isso para qualquer um que via pela frente — contou até para Kaio. Meu irmão só sabia concordar com a cabeça e me pedir ajuda com os olhos para tirar Helena de perto dele para ir brincar com Flora e Kiara.
      Miguel entra na sala, atrás dele, Alasca, e atrás dela, Oliver. A 5 agora está melhor de aparência. O cabelo branco molhado sinaliza que os lavou. Alasca usa calças pretas coladas ao corpo. A blusa vermelha está grande nela, a fazendo ter dobrado as mangas até os cotovelos, mas o corpete preto ajuda a firmar a camisa no corpo dela. Ninguém estava preparado em recebê-la, então não tínhamos roupas na medida. Reviro os olhos com raiva por achá-la bonita assim.
      Eu posso ter achado Alasca bonita, mas se Miranda a visse, cairia dura para trás. Não sou estilista, mas quando se convive com uma, você aprende a pegar detalhes, para um estilista, abomináveis. A camisa de Alasca está amarrotada, as calças no tornozelo não está dobrada direito. O cabelo branco, mesmo molhado, não parece ter penteado.
      — Vou para o castelo do fogo, os vejo a noite — informou Miguel. Eu assenti. A noite falaremos tudo que aconteceu. — Oliver irá com vocês.
      — Por quê? — perguntei, confuso.
      Oliver é beta. A função de um beta é proteger seu alfa. Miguel sabe se proteger, mas ter um beta do lado influencia muito. Ontem à noite, eles pareciam bem agitados em se encontrar com o alfa do sul que nenhum deles cogitaram a possibilidade de ir para o castelo da terra.
      — Oliver é mais calmo do que Ravi. Além disso, o alfa do sul quer ver Ravi — disse Miguel. — Então para que você e Alasca não se matem até chegar a Maya, Oliver irá para manter as coisas em ordem. O Reino da Terra já está uma confusão, destruir o castelo com fogo e gelo só complicará as coisas.
      — Não preciso de babá — resmunguei, esparramando-me no sofá de braços cruzados. 
      — Talvez precise, parece uma criança emburrada — murmurou Alasca.
      — Repete — desafie-a, me levantando. 
      — Você é surdo, por acaso? — perguntou ela, me encarando com repulsa.
      — Por isso — interviu Oliver, entrando na frente de nós dois —, eu irei com vocês. 
      Cruzei meus braços e virei a cara. Não sou criança para precisar de babá. Se Oliver quiser ir, pode ir. Com ele ou sem ele não vai me impedi de destrocá-la se me irritar.
      Sem dizermos mais nada, seguimos Helena até o lado de fora da mansão. Os olhos e as mãos da feiticeira brilharam com magia verde e um portal começou a ser aberto. Fiquei do lado de Helena com Mad em meus cabelos, assim como Oliver e Alasca ficaram perto da feiticeira. A magia nos consumiu inteiro.
      — Boa sorte — desejou Miguel antes de sermos teletransportados para o Reino da Terra.

A Árvore da Vida - Parte 1 ( Volume 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora