A Árvore da Vida - Parte 1 ( Volume 3)

Flor da Vida

— A vida pode curar a morte. A flor que curou Ravi é muito poderosa. Pelo que sei, estar em extinção.  A ninfa que vivia dentro dela era amiga de coração dele, mas as pétalas daquela flor fazem um belo líquido de cura, trata até aqueles a beira da morte — explicou Maya para todos na sala de jogos. — Fiquei doente uma vez, quase morrendo. Uma bela mulher bruxa colhia essas flores quando era bem mais propícias na Floresta Encantada, isso foi antes da guerra começar. Ela fez uma porção com aquela flor, até meus chifres ficaram floridos.
      Eu e meus amigos escutamos Maya falar com atenção. 
      — Quem era a mulher? — perguntou Helena.
      — Seu nome era Dayana. Ela acolheu-me, curou-me e alimentou-me. A bruxa foi uma mãe pra mim. — Maya falava da antiga amiga com carinho. — Ela que me ajudou a sair da Floresta Encantada. Dayana me mostrou o mundo.
      — O que aconteceu para que você não esteja mais com ela? — perguntei.
      — Dayana era incrível, mas ela não era destinada para mim. A bruxa viu isso também, e foi compreensiva o bastante para arrumar minhas coisas e me desejar boa sorte. — Maya sorriu para Alasca. — Eu deveria encontrar a minha irmã. Alasca me chamou, então eu fui até ela. Depois de anos, eu não sentia mais a áurea dela nesse mundo. Então, fiquei triste.
      Mad saiu voando dos meus cabelos e foi até Maya.
      — A primeira vez que encontrei Maya, ela estava chorando, não sorria e nem era tão agitada. Tentei cuidar dela. Maya foi a ninfa mais próxima que consegui chamar de amiga, não de coração como Nicolas é, mas de amizade. — Mad beijou a testa de Maya, passando conforto para a antiga amiga.
      Mad e Maya já tiveram suas aventuras juntas, amigas antes de encontrar os amigos de coração. Admiro a minha fada por ter cuidado de Maya, por não a abandonar nos momentos mais difíceis, sendo que ela mesma já estava totalmente quebrada.
      — Senti Alasca no Mundo Elementar de novo, então fui até ela. — Maya se encolheu. — A floresta pegou fogo, e eu fiquei assustada. Só que minha irmã me salvou, então tá tudo bem agora.
      Sentado em cima da mesa de sinuca, olho para o lado. O desenho que Frank deu a Maya está bem visível para mim. O 5 é um artista de mão cheia.
      O desenho possui algumas partes pintadas com giz de cera.: Maya, perfeitamente desenhada, abraça uma grande árvore, a Árvore da Vida. A ninfa sorrir, seus chifres possuem inúmeras flores. Maya está saudável, alegre e radiante. Os cantos do papel, Frank pintou de azul claro, usando técnicas impressionantes para dá a impressão que o papel congela — um presente a ninfa que cuida da irmã do soldado.
      Abaixo do papel, um recardo a Maya:

Para aquela que não teve medo de mim depois de anos

      — Na Floresta Encantada, existia apenas uma flor. Onde encontraremos mais? Aliás, onde essa bruxa vive agora para nos dizer como fazer uma porção? — Helena fez as perguntas que tanto nos perturbam.
      Todos nós encaramos Maya.
      A ninfa se encolheu, percebendo que é o centro das atenções. O ser mágico que nunca teve voz, agora possui o mundo como um palco de esperanças de suas palavras que salvarão vidas.
      — Eu não sei onde ela mora. A última vez que vi Dayana, ela estava montando acampamento no Pântano — disse a ninfa.
      Não pode ser coincidência. A segunda pergunta da Oráculo é sobre o que a bruxa do pântano guarda em sua caixa de segredos.
      Percebi que todos os meus amigos pensam o mesmo que eu.
      — Qual é a possibilidade de Dayana ser a mesma bruxa da pergunta da Oráculo? — perguntei.
      — Seja lá o que aquela bruxa guardou na caixa dela, é importante para a cura da Árvore da Vida — concluiu Miguel.
      Tudo de alguma forma está conectado. Meu amigo precisou ser quase morto para descobrimos que uma flor pode ser a salvação de todos, mas ninguém sabe onde encontrar mais e nem fazer uma porção com ela. Agora, olhando para meus amigos, para suas caras de cansados e pálidos, soubemos que nossa próxima parada é o Pântano.