If we go back

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- O que mais ela disse? - Nicolas perguntou mais uma vez, tentando arrancar qualquer informação nova sobre a garota misteriosa.

- Nada. - Lucas o encarou visivelmente entediado.

- Qual parte de: "ela não fala muito" você não entendeu? - Thomas revirou os olhos de maneira irritada.

- Tá, mas me conta como foi de novo, porque isso não faz nenhum sentido

Ele ignorou totalmente as tentativas dos amigos em deixar esse assunto de lado. Afinal, precisava entender.

- Nós só a percebemos quando tudo acabou e achamos que ia te matar, ela apontou a arma para mim e ignorou qualquer pergunta que fizemos, nos jogou o cantil com água e disse a seguinte frase: "Tem um rio há três quilômetros daqui, naquela direção. - O loiro apontou fazendo uma representação detalhada da cena. - E depois jogou o rifle no chão e saiu andando.

- Só isso? - Nicolas cruzou os braços e semicerrou os olhos, pensando sobre as informações dadas.

- Só isso.

- O tenente tem alguma hipótese de quem é ela? - Ele voltou a encarar Thomas, que já estava deitado.

- Não, ele disse que nossa única preocupação é saber se ela é nossa inimiga. - Lucas respondeu por ele, olhando em direção ao restante do grupo, que havia se afastado.

- Mas ela me salvou! - Rebateu imediatamente.

- Pode ser uma armadilha. Ou ela não te matou porque éramos muitos. - Thomas olhou para o topo das árvores, aparentemente pensando em alternativas também.

- Acredite em mim, ela teve tempo de me matar e mesmo assim não fez. - Ele colocou a mão nas costas e se esticou um pouco. - E qual seria o sentido deles mandarem uma garota para o meio da batalha, para distribuir tiros contra eles mesmos e depois fugir? - Ele ergueu ambas as mãos e balançou a cabeça, demonstrando a obviedade em sua fala.

- Eu sei Nicolas, mas ela é perigosa de qualquer maneira. - Lucas completou imediatamente.

- O jeito que ela olhou para a gente deu medo cara - O loiro colocou uma mão atrás da cabeça e a outra sobre a barriga, encarando o amigo.

- Ela pode estar em perigo e pode ser tão vitima quanto a gente... - Nicolas fitou os dois, que se entreolharam por alguns segundos e suspiraram contrariados após voltarem a atenção para ele - Precisamos encontrar ela.

- Ah, claro, vai ser fácil encontrar uma garota que se escondeu da gente até agora e aparenta conhecer esse lugar perfeitamente. - Miller disse em um tom debochado.

- Com pessoas querendo nos matar também, mas isso é só detalhe. - O outro amigo riu desacreditado e o encarou como se fosse louco.

- Vou falar com o tenente. - Nicolas apoiou as mãos ao lado do corpo e gemeu alguns palavrões ao tentar levantar.

- Você tá louco? - Lucas levantou de uma vez e ofereceu apoio, que foi negado prontamente enquanto ele ficava de pé.

- Deixa ele vai, vamos aproveitar o tempo de descanso porque ninguém aqui desmaiou por horas, não.

Baker revirou os olhos com a fala de Thomas e seguiu na direção em que os lideres saíram minutos antes.

- Eu já disse para ter paciência Riera - Nicolas escutou a voz de McKurt e se aproximou devagar com a mão na barriga, pelos resquícios de dor
- Nós temos um combinado.

O tenente completou e em seguida bufou enquanto Nicolas tentava se aproximar sem ser notado

- Isso já foi além dele.

Ele reconheceu a voz de John e franziu as sobrancelhas, encostando na árvore de uma maneira que conseguisse ver os dois, a fim de ouvir a conversa.

- Nós pagamos o dobro. - O tenente virou para o rapaz, apresentando uma vulnerabilidade rara em sua voz e Nicolas franziu as sobrancelhas, confuso.

- Mais um extra se voltarmos - John estendeu a mão para Mckurt, com uma postura firme

- Se? - Nicolas interrompeu sem intenção e passou a língua nos lábios, umedecendo quando ambos o encararam.

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