Impossible

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- Soldado, o que faz aqui? - O tenente o repreendeu assim que colocou os olhos no rapaz.

Nicolas encarou os dois, desviando o olhar várias vezes enquanto se questionava sobre o que responder.

O olhar de MCKurt parecia prestes a fuzila-lo de tanto ódio. Definitivamente não seria uma boa ideia confronta-lo.

- Hm ... nada, eu vim perguntar uma ... – Ele começou a falar, adquirindo uma confiança na voz. Nicolas sempre fora bom em fingir

- O que ouviu soldado? – O tenente se aproximou enquanto John o encarava com uma expressão suave

Nicolas definitivamente o odiou naquele momento

- Nada senhor – Ele ajeitou sua postura, colocando as mãos para trás em sinal de respeito

- Certeza soldado? – Mckurt questionou mais uma vez, com o olhar firme no rapaz para notar qualquer sinal de que estava mentindo

Porém a atenção de Nicolas vagou mais uma vez para John, que o encarou por poucos segundos e balançou a cabeça negativamente de maneira discreta. Aparentemente querendo sinalizar algo. Mas o que?

- Sim senhor

Respondeu imediatamente e Mckurt assentiu confiante, lançando um olhar rápido para John antes de sair a passos largos de lá

- Você precisa aprender a observar, Baker – O biólogo balançou a cabeça negativamente e arrumou as dobras da camisa sobre o pulso. – Ou vai morrer sem respostas. Confia em mim. Você faz bem em observar calado

John enfim passou por ele e tocou seu ombro levemente antes de sair, o deixando novamente sozinho e surpreendentemente com mais perguntas que minutos atrás.

Como é possível?

...

Nicolas foi chamado pouco tempo depois para continuar a caminhada e tranquilizou o amigo assim que perguntou se estava bem o bastante para seguir mais um pouco até acharem algum lugar para passar a noite.

Fisicamente ele estava mesmo melhor, porém sua cabeça estava cada vez mais confusa. O que John sabia? O que faziam ali? Porque havia o “se” sobrevivessem? 

Afinal, algo na maneira como tudo foi anunciado e, principalmente, em como esconderam coisas deles o fazia levar tudo em consideração.

- Você confia neles? – Indagou para Thomas e virou o corpo para trás, cobrindo suas costas, já que eram os últimos.

- Neles quem? Se for nos inimigos ou na garota a resposta é NÃO – O loiro enfatizou a última palavra – E não me venha com essa história de...

- Thomas, cala a boca. Não tô falando deles e sim nos nossos próprios superiores. – Nicolas se certificou de continuar mantendo a conversa em um tom baixo.

- Tá, agora eu tô desconfiado de você.

- Vai se foder... PORRA.

O moreno chegou a apontar a arma em direção ao próprio grupo quando viu Gomez simplesmente despencar em meio aos passos apressados.

- Alguma coisa o atingiu – McKurt se aproximou do corpo do rapaz, que gemia de dor enquanto colocava toda a comida enlatada para fora.

- E conseguiu ficar mais nojento – Thomas fez uma expressão de nojo e anunciou que iria cobrir a área alguns passos para trás.

Claro que, como Nicolas o conhecia, sabia que provavelmente vomitaria junto se continuasse olhando.

- Consegue ficar de pé? – John levantou o rosto do garoto e soltou quando mais um jato de liquido saiu de sua boca. – Precisamos acampar agora.

- É seguro aqui? – Tasha perguntou enquanto olhava em volta.

- Nenhum lugar é. – Nicolas respondeu com certa obviedade e focou a atenção no lado esquerdo da floresta, ouvindo apenas a discussão.

- Acho que dá para montar acampamento aqui perto. – John analisou um pouco o solo próximo ao local e pediu para que Miller e Valquez carregassem o companheiro até um local próximo a rochas. – Chegamos no rio.

- Não deveríamos confiar nas instruções de uma desconhecida. – Smith soltou a mochila no chão e sentou próximo do soltado, que ainda parecia péssimo. – Foi uma armadilha, ele foi envenenado.

- Há alguma probabilidade de ser algo sem ser isso. O que acha, John? – McKurt olhou para o biólogo e nem precisou falar mais nada para que todos os demais ficassem quietos por estarem fora da conversa.

- Não sou nenhum médico. – O homem respondeu, atraindo a atenção de todos pela irreverencia em sua voz.

- Todos beberam da água, porque somente um passaria mal? – Tasha disse, também se sentando.

- Se é envenenamento, até o amanhecer todos já estarão doentes, dependendo da potência do veneno. – John disse. – É o máximo que posso afirmar sem saber que planta é.

- Há possibilidade de morte? – Thomas falou pela primeira vez desde que pararam de andar.

John afirmou que sim com a cabeça e todos engoliram seco, ficando em silêncio por alguns minutos. Apenas os resmungos de Gomez ressoavam no lugar.

- Para mim é simples. – Smith voltou a falar. – Se essa garota o envenenou, precisamos encontrá-la antes. 

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