Calling my name

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Nicolas sentiu como se tudo parasse de fazer sentido no momento e foi obrigado a agir totalmente no automático.

Para ele era bizarro porque, por mais que soubesse disso, não queria largar esse sentimento por medo das consequências por pensar demais.

Depois que saíram do acampamento, ele passou longos minutos afastado dos seus companheiros, refletindo sobre sua atitude e se torturando ao relembrar da voz de Ryunjin chamando seu nome.

Ela poderia até não o perdoar mas se esse era o jeito de saírem de lá, com dever cumprido e uma ótima oportunidade no exército depois disso, ele iria até o fim.

Faria isso não só por ele, mas pelos seus amigos, inclusive Tasha e John, que também deixou para trás, mas principalmente pela própria coreana que não merecia viver naquele inferno por mais um segundo sequer.

E ele sabia que os três se manteriam seguros pelos próximos dois dias.

Porém quando o peso de estar indo matar todo um povo o atingiu, pensou em como eles haviam o atacado primeiro e manteve seu foco nisso, entrando na sua famosa bolha de "tanto faz".

•••

Eles conseguiram encontrar a munição e as novas armas exatamente no local previsto por McKurt e, ao contrário do que Nicolas pensou, o barco entrou na ilha sem qualquer pessoa.

Como os nativos não atacaram? Ele não sabia, mas o plano parecia ser minimamente preciso até o momento.

- Peguem as mochilas e armas e mandem o barco vazio como distração. Não podemos facilitar com o inimigo.

- Com licença, senhor, mas porque não o guardamos para ir embora depois?

Thomas se portou como uma criança com medo do professor, encolhendo os ombros e desviando o olhar assim que a pergunta foi feita.

- Suba nesse barco e ande poucos quilômetros para testar. - O tenente se aproximou, fitando o garoto. - Você explode antes que possa dizer "ai".

- Então como eles não impediram esse barco de chegar até nós? - Lucas foi quem perguntou, parecendo bem mais confiante que o loiro.

- Foi usada uma rota especial, temos profissionais que estudam isso, eu não sou um deles, então acho melhor pararem com essas perguntas incoerentes.

O superior explicou e todos responderam um "Sim, senhor" em uníssono.

Ele pareceu satisfeito e os soldados sem mais coragem para perguntar, então seguiram em silêncio enquanto os líderes iam a frente, conversando entre si.

•••

- Atenção, descansar! - McKurt ordenou a todos fazerem o sinal, para só então soltar todo o equipamento que carregaram floresta adentro. - Smith e eu estamos conversando há dias sobre onde está localizada a tal mina.

Nicolas bebeu um longo gole do seu cantil e desviou o olhar para o subtenente quando ele tomou a frente.

- Não foi fácil e não tínhamos pistas concretas, mas chegamos à conclusão de que está localizada aqui por perto, mais precisamente onde quase fomos atacados da primeira vez.

Baker puxou em suas lembranças sobre o dia e não conseguiu negar que o palpite fazia muito sentido. Afinal eles os atacariam enquanto estivessem acampados e desistiram assim que se afastaram.

- John chegou a nos informar que o lugar parecia propício naquela manhã, então... - Smith abriu os braços. - Aqui estamos novamente.

- Quero que encham a área de bombas em menos de 15 minutos e se preparem para qualquer coisa. Se não conseguirmos entrar naquela mina vamos explodi-la. Me ouviram?

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