" Eu sou apenas humana
E eu me despedaço e eu me quebro
Suas palavras na minha cabeça
Facas no meu coração" - Song: human.- Any Gabrielly -
Desço do carro vasculhando o estacionamento a procura do carro do meu pai, mas não achei. Como se lesse meu pensamento, vejo uma mensagem dele.
Whatsapp on
Papa<3
- querida, não poderei te acompanhar no tratamento hoje.
- tudo bem
- estou morrendo de saudades, filha.
- também estou, papa
- eu te amo❤️
- eu te amo❤️
Saio do whatsapp e bloqueio o celular, entrei na clínica que estava cheia de pacientes em sua recepção, me sentei numa das poucas cadeiras vazias.
1 hora, 2 horas... Eu odeio vir a consulta dia de semana, ainda mais nesse horário. Sempre lotado.
A hora passou num ritmo lento, até que o lugar já estava quase vazio, sobrou apenas 5 pessoas, e graças aos céus eu era a próxima.
- Any Gabrielly - chamou Ellen, minha médica. E me levantei de uma das cadeiras.
- bom, Gaby. Como já havíamos conversado, vamos começar hoje com a radioterapia, ok? - disse assim que entramos na sala.
- tanto faz - dei de ombros desanimada.
- vai dar tudo certo - disse minha médica esperançosa.
- só vai dar tudo certo quando eu morrer - falei pegando a roupa de sua mão.
- Gabrielly! - me repreendeu.
- a quem queremos enganar? É só uma tentativa, que não vai dar certo - falei.
Até duas semanas atrás, eu apenas estava fazendo uso dos medicamentos, mas hoje. Começarei com a radioterapia.
Que é basicamente, um raio x, com raios ionizantes, usados para destruir o câncer, ou impedir que as células aumente.
A radioterapia demorou 30 minutos e eu já estava agoniada.
- posso ir? - falei entregando a roupa e prendendo o cabelo.
- sim, mas lembre. Você ainda tem mais 4 sessões da radioterapia essa semana - explicou e assenti fadigada.
- evite vir sozinha, por conta dos efeitos colaterais - informou por fim. E assenti.
Saí da clínica e só aí, me dei conta que já estava havia escurecido e já era 19:30.
- boa noite, Senhorita - disse Dona Clara, uma das empregadas.
- boa noite, minha mãe já chegou? Preciso falar com ela - informei.
- sim, senhorita. Ela está no está no escritório, mas acho melhor não ir lá agora - informou e assenti.
Subi as escadas, tomei banho arrumei minhas coisas e desci novamente, coloquei tudo em meu carro, hoje voltaria para casa do meu pai.
Ignorei o aviso de Clara, fui ao escritório, ouvi a voz de minha mãe era alta e alterada. Ela discutia, com... Meu pai?
- nem acompanhar ela no tratamento você pode! Deveria dar apoio a Any - ouvi a voz do meu pai.
Ele estava nervoso e sua voz era alta.
- eu não vou! Já estou fazendo demais aguentando ela aqui em casa - disse minha mãe alterada.
Fechei um olho, e com o outro observei o que acontecia pela brecha da porta.
- se fosse pra ser assim, era melhor não ter filho nenhum, caramba. Você nunca pode fazer nada por ela - disse meu pai.
- essa maldita gravidez acabou com a minha vida - gritou minha mãe.
- nada que ela fizer vai adiantar! Você acha que estou feliz? Eu sempre soube que ter filhos seria atraso de vida. E agora tenho que fingir amar a situação, pra mim não dá - disse nervosa.
- e eu só continuei com a gravidez da Any por causa de você! E ainda assim nos separamos por causa dela - gritou apontando para meu pai e arregalou os olhos, sem voz.
Empurrei a porta sem pensar duas vezes, os dois me olharam assustados.
- filha - disse meu pai, sua boca abriu e fechou a boca várias vezes, tentando falar algo.
- você não precisará mais fingir um amor que não tem, não vou ser mais um peso pra você - falei friamente, apontando para minha mãe e fiz menção em sair.
- sabe o pior de tudo? - voltei meu olhar pra ela - eu te amava, eu não queria seu dinheiro, nem luxo. Eu só queria minha mãe - meus olhos ameaçaram a lacrimejar.
Andei para fora da casa rapidamente. Peguei as chaves do carro, de dentro do bolso.
- filha vamos conversar - disse meu pai, me seguindo.
- eu ouvi o suficiente! Ela odeia o fato de ter uma filha, eu estraguei a vida dela - falei.
- eu tentei de tudo pra fazer ela gostar de mim, fiz do jeito dela mas não foi. Já entendi que ela nunca vai me amar, posso conviver com essa rejeição - falei, olhando dentro dos olhos do meu pai e entrei no carro.
- desculpa - ele murmurou triste, falei e arranquei com o carro.
Eu não vou chorar
Eu não vou chorar
Eu não vou chorarRepeti pra mim mesmo, mas logo as lágrimas vieram a tona e um grito engasgado e doloroso saiu da minha garganta.
Esmurrei o volante com força e acelerei com o carro, e senti as lágrimas molharem meu rosto.
Tudo estava demorando sobre mim... E eu nunca havia me sentido tão vulnerável e inútil como agora.
- Nota da autora: o próximo capítulo vai ser fofo, juro.
Feliz ano novo, meu povo✨
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𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤 || 𝐍𝐨𝐚𝐧𝐲
Fanfiction꧁𝑨𝒏𝒚 𝑮. + 𝑵𝒐𝒂𝒉 𝑼.꧂ ➪ Onde Noah faz de tudo para conquistar o coração de Any Gabrielly. Ou Onde Any é uma garota sem esperanças e cheia inseguranças, que se apaixona pelo garoto que ela mais "odeia". - minha garota, não há ninguém mais lind...