• vinte e quatro •

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Maratona 1/3

"Há algo de errado comigo?
Tudo que eu quero é um cara legal
Minhas expectativas são altas demais?
Tento o meu melhor, mas o que posso dizer?
Tudo o que tenho no final do dia sou eu mesma
Isso não deveria ser suficiente para mim?" - Song: ALL i want.

- Noah Urrea -

O sinal tocou avisando que a aula tinha acabado. Não dei a mínima importância para meus amigos que conversavam indo para a sala. Assim que Ryan saiu do auditório, caminhei pela escola o procurando, até que o achei no banheiro.

- vou falar só uma vez, seu filho da puta - o empurrei, fazendo ele cambalear.

- que isso, cara? - disse assustado.

- você foi atrás da Any e ela te perdoou, eu acho muito bom que você ande na linha. E cumpra o que prometeu a ela, tá me entendendo? - falei entre dentes, segurando seu colarinho.

- eu já entendi - erguendo as mãos em sinal de rendição.

- se você magoar ela, se desrespeitar ela, por menor que seja. Eu acabo com você - afirmei soltando o colarinho de sua camisa e me virei pra sair.

- está me ameaçando? - indagou, soltando uma risada incrédula.

- entenda como quiser - falei e fui até a porta.

- pra quem odeia a Any você tá muito interessado nela, não me diga que está apaixonado? - Ryan debochou, o ignorei e sai dali.

Eu poderia dizer mil vezes que não me importava, que não ligava para o que Any fazia, mas era a maior mentira.

Fui para a última aula, de química. Me sentei na cadeira da última fileira. Logo depois vi Ryan entrar e sentar do lado de Any, ele a abraçou pelos ombros e me olhou sorrindo presunçoso. Como se ela fosse um prêmio que ele possuía.

Filho da puta. Desgraçado.

Eu estava corroendo de raiva, não só porque achava burrice o fato de Any voltar a falar com ele. Mas, porque ele recebia todos os sorrisos e toda atenção dela, atenção que eu lutava para receber o mínimo e mesmo assim não conseguia nada.

- Any Gabrielly -

As aulas terminaram, fui caminhando para casa, enquanto uma música do Fifth Harmony tocava em meus fones.

- ei, Soares - ouvi alguém me chamar. Olhei para o lado e vi um carro andando devagarinho ao meu lado.

- o que você quer? - bufei ao ver Noah.

- entra aí, te levo pra casa - disse ele e revirei os olhos.

- não preciso de sua carona, minhas pernas funcionam perfeitamente - continuei andando.

- para de ser teimosa, vai demorar para chegar em casa. Vamos logo - pediu.

- não foi você que disse que não ligava para o que eu fazia? Então, porque insiste tanto agora, você é doido por acaso?  - falei impaciente.

- entra nessa porra, por favor - falou impaciente e abriu a porta.

Eu simplesmente ignorei, andando mais rápido, meu ego e teimosia são grandes demais, para eu passar por cima deles.

- teimosia do caralho - ele praguejou e finalmente desistiu.

Quando cheguei em casa apenas troquei de roupa e dormi durante toda a tarde.
Acordei era 18:30, prendi meu cabelo num coque frouxo. Tomei um banho demorado, coloquei meu pijama do Batman e desci para a cozinha.

- oi querida - disse meu pai preparando o jantar.

- oi pai -  o mesmo deixou um beijo em minha testa.

- como foi a noite das meninas na casa da Savannah? - perguntou.

- não aconteceu, na verdade houve um imprevisto e fiquei presa com Noah - bufei, fazendo uma careta.

Meu pai sorriu ladino assim que falei sobre Noah.

- não sorri assim, pai. Ele é insuportável - falei coçando o couro cabeludo.

- vai me dizer que não aconteceu nada? - ele fez cara de tédio.

- claro que n... - comecei a falar ele cerrou os braços olhos - tá, eu beijei ele, mas não deveria acontecer - falei rápido.

- porque? - indagou confuso.

- de um tempo pra cá tenho pensado nele, sinto vontade de estar perto daquele idiota, ele faz eu me sentir bem e feliz - falei séria.

- você gosta dele. Não é o fim do mundo - disse meu pai rindo.

- não gosto não, Deus me livre.
Só que.... Ah sei lá - falei tombando a cabeça na mesa.

Depois que me envolvi com Bailey, eu me fechei, mudei totalmente, tratando todos com ignorância e frieza. E sendo uma.idiota com todos que se aproximavam de mim.

- princesa, sei que seu primeiro e único namoro, não foi o melhor, mas nem todos são o babaca do Bailey - falou, sentando ao meu lado.

- eu não preciso de ninguém, estou bem sozinha e Noah é sou um galanteador barato - falei firme.

- está bem sozinha ou está com medo? - perguntou retórico.

Abri a boca para falar mais nada saiu.

- o problema é que você não se acha boa e interessante o suficiente para alguém se apaixonar por você. Deveria se olhar com mais compaixão, você é incrível, filha - disse.

Suas palavras me acertaram em cheio, meu pai estava certo.

Eu não era tão forte como parecia, mas ninguém precisava saber disso...

- poderíamos fazer uma maratona do seus filmes favoritos. Noite de pai e filha - sorriu acolhedor.

- vou adorar - sorri abertamente e fizemos nosso toque.

- Nota da autora: eu disse que queria fazer maratona, mas tenho uma puta preguiça de escrever 🤠

Porém, vocês mandam e eu obedeço. Amanhã sai outro, eu acho.

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤 || 𝐍𝐨𝐚𝐧𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora