• dezoito •

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"Você é o chão em que meus pés não vão chegar
Então, se você estiver sozinha, querida você é brilhante
Se você está solitária, venha ser solitária comigo" - Song: this side of paradise.

- Noah Urrea -

Caminhei até a biblioteca, que pelo horário está vazia, e em uma das mesas, mais afastadas vi a pessoa que eu procurei por toda a escola.

Any Gabrielly.

- finalmente, te procurei por todo o lado - falei me aproximando dela.

- pelo visto não me escondi tão bem, você me achou - bufou a morena.

- o que você quer agora? - indagou impaciente.

Como eu iria dizer que estava preocupado com ela? Isso soaria meio patético.

- tão amável - falei sarcástico - é que eu... espera, você estava chorando? - falei reparando nela. E agradeci mentalmente, por não precisar mais inventar uma desculpa.

- não - falou mexendo no celular.

- você não me engana - cerrei os olhos, vendo que seus olhos e nariz tinham um tom avermelhado.

- eu só não estou tendo bom dia, agora me deixa - falou fungando.

Ouvi ela falar e era perceptível o fato de que ela segurava o choro e sua voz embargada.

- ah, ok - falei e saí da biblioteca.

Pouquíssimos minutos depois, eu estava na biblioteca outra vez.

- o que foi agora? - revirou os olhos e tirou os fones.

- trouxe pra você - estendi a mão, que segurava uma embalagem de um brownie, com cobertura chocolate e pedaços de morangos.

- porque está me dando isso? - indagou confusa.

- é o meu doce favorito, eu ia comer depois mas, pensei que ele talvez possa melhorar seu dia, pelo menos um pouco - sorri fraquinho encolhendo os ombros.

- ah, ok - exclamou surpresa, com o pequeno bolo nas mãos. E me sentei ao seu lado.

- sei que você tá sendo legal, mas eu prefiro ficar sozinha ok? - falou sem me olhar.

- eu posso ficar sozinho com você, não precisa falar nada, se não quiser - informei, segurando sua mão, fiz um carinho com o polegar. E rezei para ela não me dar um fora.

Ela olhou surpresa para nossas mãos unidas, mas não reclamou, fitei seus olhos.
Que brilhavam por conta das lágrimas que se formavam ali.

- mas, se precisar de dois ouvidos, te empresto os meus - sorri acolhedor e toda sua armadura de durona desabou.

- me desculpa por isso - pediu claramente envergonhada.

Ela parecia sufocada, engasgada com meu próprio choro e seus lábios curvaram para baixo.

- você não precisa ser forte o tempo todo, esse será nosso segredo - murmurei e as lágrimas molharam seu rosto.

A puxei para mim, e meus braços envolveram o corpo da menor, apoiei meu queixo em sua cabeça e minha mão alisava suas costas. Enquanto ela chorava, era possível ouvir seus soluços, pressionei ela contra meu corpo tentando acalmar ela, inspirei seu perfume, afaguei seus cachos e ele se aconchegou em meu peito.

- porque tá fazendo tudo isso? - indagou.

Travei diante da sua pergunta, e engoli seco.

- preciso da Gabrielly mandona e competitiva de volta. Senão, com quem vou brigar? - pensei rápido e falei a primeira coisa que veio em minha mente.

Assim que nos afastamos do abraço limpei as lágrimas de seu rosto com os polegares.

- se sente melhor? - segurei seu rosto delicado e levemente avermelhados em minhas mãos.

- sim... Mas, quem é você e o fez com Noah cretino, que eu conheço? - indagou ela cerrando os olhos, me fazendo rir.

- quando você menos esperar, ele vai estar por cima de você, entre suas pernas - balancei a sobrancelha sugestivo, sorrindo malicioso.

- otário - ela empurrou meu ombro e ri.

O sinal tocou e nem eu, nem Any voltamos para sala. Como só tínhamos mais uma aula, ficamos na biblioteca mesmo.

- não não, vamos assistir Percy Jackson e acabou - falei pela terceira vez.

- Harry Potter é mil vezes melhor e o celular é meu - ela retrucou.

- e é por isso que eu te odeio. Não dá pra confiar em que não gosta de Percy Jackson - falei fingindo indignação.

- me odeia porque eu tenho um bom gosto? - ela jogou os cabelos, convencida.

Para por fim em nossa pequena discussão começamos a assistir um filme de comédia no qual eu nem prestava atenção.

Com meu rosto apoiado na mão, eu observava a garota ao meu lado. Seus olhos amendoados vidrados na pequena tela do celular. Seus cabelos encaracolados caídos sobre os ombros, servindo como uma perfeita moldura para seus rosto harmonioso. E sua risada era como música para meus ouvidos.
O mais incrível era a expressão fofa que se formava em seu rosto quando ela sorria abertamente, fazendo seu olhos fecharem.

- por que tá me olhando assim? - perguntou e me percebi que encarei demais. E tossi falsamente.

- é... eu não estava te olhando - menti, tentando disfarçar e voltei a olhar para o filme.

- hum, quer? - mostrou a embalagem com o brownie - não é pra aceitar, só estou sendo educada - disse e neguei com a cabeça rindo.

- nossa, isso é muito bom. Posso facilmente ficar viciada - ela soltou um pequeno gemido em apreciação, fechando os olhos, assim que mordeu o bolo.

- espera, tá sujo aqui - falei limpando o cantinho de seus lábios com o dedo indicador, onde tinha uma pequena quantidade de brigadeiro. E lambi.

Perdemos a noção da hora, quando vimos. Nossa turma já tinha sido liberada.

- valeu por hoje, de verdade - agradeceu, entrando em seu carro e apenas assenti.

Entrei em meu carro e encostei a cabeça no banco. Um enorme sorriso se espalhou em meu rosto. Respirei fundo lembrando das horas anteriores.

- o que você tá fazendo comigo? - murmurei sozinho.

- Nota da autora: Teremos Noah cadelinha da Any, sim🤠

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤 || 𝐍𝐨𝐚𝐧𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora