• dezenove •

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"eu sou apenas uma linha sem gancho. Oh baby, eu sou um desastre" - Song: Line Without a Hook.

- Any Gabrielly -

Segunda-feira.
Odeio os inícios de semana. Bocejo saindo do meu carro e caminho até às porta da escola.

- você chegou, ainda bem. Sabia que você mora no meu coração? - indagou Noah, sorrindo.

- o que você quer, Jacob? - cerrei os olhos.

- estou com um problema - disse.

- o seu problema me afeta? - indaguei.

- não - ele respondeu.

- então, sofra em silêncio - soltei uma piscadela.

- preciso do seu questionário de química, não consegui de responder o meu - disse Noah, e dei de ombros.

- por favor, porra - ele juntou as mãos, pedindo.

- e o que eu ganho em troca? - abri meu armário.

- eu sou uma ótima recompensa, baby - ele sorriu malicioso. E revirei os olhos.

- toma enjôo. Mas, eu quero sorvete - falei entregando o questionário.

- tudo que você quiser, rolinho - exclamou deixando um beijo em minha bochecha. E se afastou.

Terminei de pegar os livros, dando de cara com Ryan. Já fazia uma semana que eu não o via.

Suas pupilas dilatadas e o cheiro de entorpecente estava impregnado em seu corpo. Ryan era legal, mas, depois que começou a fazer o uso dos entorpecentes ficou agressivo e descontrolado, então, me afastei totalmente dele.

- Ryan... Oi - falei um tanto sem graça.

- temos pendências para resolver - falou em tom de ameaça.

Ele começou a me cobrar coisas, como se fosse meu dono, falava comigo de forma agressiva, e estava me assustando.

- você tá me machucando - choraminguei, enquanto Ryan me puxava querendo me levar para fora da escola.

- foda-se - ele rosnou, ainda me puxando.

- você é surdo? Ela já mandou soltar - exclamou Noah, seus olhos estavam escuros e maxilar travado.

- e se eu não quiser? Você vai fazer o que? - zombou Ryan, o desafiando

Soltei um pequeno grito, quando Noah empurrou Ryan contra os armários, fazendo ele me soltar. Noah o esmurrava como fosse um saco de pancadas qualquer.

Logo uma multidão de alunos ficou ao redor deles, incentivando mais a briga.

- Lamar, faz alguma coisa, porra - falei nervosa.

- mano, chega - Lamar tentava me puxar Noah, que com relutância saiu de cima de Ryan.

Sua respiração estava ofegante, os punhos tinham sangue, que era resultado do nariz quebrado de Ryan.

- agora a vadia tem um namoradinho. Tá comendo ela Urrea? Faça bom proveito dos meus restos - disse Ryan colocando a mão no nariz que sangrava.

Antes que eu pudesse calcular as ações de Noah, ele acertou outro soco em Ryan, fazendo ele cambalear e segurou o colarinho se sua camisa, trazendo o garoto para perto.

- dá próxima vez, só vou parar quando precisar você precisar de uma ambulância para se locomover - ele falava entre dentes e o soltou.

- Noah, deixa isso quieto - falei entrando na frente dele.

- ele estava te machucando, Elly - ele passou as mãos nervosamente pelos seus cabelos.

- mas, eu tô bem agora - sorri tentando acalmar ele. E o mesmo assentiu respirando calmamente.

Antes que pudéssemos pensar em qualquer coisa ouvimos a voz estridente da diretora.

- os três para minha sala, agora! - esbravejou a diretora.

Após ouvir o sermão da diretora. Noah e eu caminhamos em silêncio total até a enfermeira que se encontrava vazia.

Procurei pela maleta de primeiros socorros e fui em até Noah. Me colocando entre suas pernas.

- obrigada por me defender - abri um sorrisinho pequeno, limpando o machucado de seu rosto.

- eu nunca deixaria ninguém te tratar daquela forma e não fazer nada - ele disse gentilmente.

Como não sei lidar com demonstração de afeto apenas sorri sem mostrar os dentes. E voltei minha atenção ao machucado de seu rosto.

Seu olhar atento em mim estava me deixando desconcertada.

- acabei - falei saindo do meio de suas pernas.

- como vou ficar bem, se você não me deu nem um beijo para eu melhorar? - ele segurou minha cintura, formando um biquinho ligeiramente fofo nos lábios.

- se orienta, tá carente? - zombei.

- talvez - ele fitou meus olhos e desceu da maca, apertando minha cintura.

° ° °

- e foi por isso que cheguei mais tarde. Estava de detenção - expliquei.

- ele te defendeu e você não teve a decência de dar um beijinho de agradecimento nele? - indagou Pâmela, fingindo estar indignada.

- claro que não. Que horror - falei olhando as unhas.

- essa implicância de vocês é sentimento reprimido. No fim, estarão apaixonados - disse a senhora, gesticulando com as mãos.

- sem chances - soltei um riso zombeteiro - Somos tão opostos com água e o óleo - completei.

- como tem tanta certeza? - Pâmela me encarou.

- eu sou um oceano de problemas. E o Noah é como a luz da manhã - falei voltando encarar as unhas.

- está dizendo que ele é bom demais pra você? - a senhora cerrou os olhos.

- claro que não. Só disse que eu não me apaixonaria por um cara como ele, não faz meu tipo - falei por fim. E comecei a mexer em meu celular.

Eu me proibia de pensar em Noah. Em pensar na forma que me senti confortável e em paz quando ele me abraçou. Ou como me senti protegida, quando ele enfrentou Ryan.

Eu não gostava de Noah, mas não poderia negar. Ele merecia alguém incrível, incrível como ele.

- Nota da autora: agora sim, o cap certo🤠

Aviso rápido: bebam água e se cuidem ✨

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤 || 𝐍𝐨𝐚𝐧𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora