MY HUSBAND (L.S) - Hiatus temporário

Dez

Louis Tomlinson soube quão dedicado Harry Styles era com a atuação na primeira vez que eles fizeram um RPG. O ex ator pensava em cada mínimo detalhe, era quase uma imersão, razão pela qual o mais novo surgiu a ideia de fazerem isso novamente. Queria ver seu marido animado com aquilo que mais gostava. Atuar.

E eles levaram a imersão a sério. Na manhã de sábado, enquanto Louis escovava seus dentes, ele recebeu um script com mais de dez folhas do marido. Harry apenas explicou que as partes marcadas com reticência eram momentos onde queria ter reações reais dele. Aquilo intrigou o menor.

O final de semana passou com ambos estudando longe um do outro. Foi um desafio. Para ambos. Harry foi para o centro, alugou um escritório, um quarto de hotel e preparou tudo. Não voltou para casa pois fazia parte da brincadeira. Dormir separado foi outro desafio, um que ambos desgostaram. Louis acordou na segunda, às seis da manhã, sozinho na cama. Ele não era mais um contador casado com um ex ator e sim o secretário de um empresário mau humorado com quem secretamente tinha um caso.

Esse era o tema em questão. Um segredo. Louis sugeriu essa ideia na intenção de dar um descanso para Harry. Nos próximos dois dias, ninguém saberia deles. Não haveriam fotos nem vídeos íntimos na internet de um casal conhecido publicamente, apenas artigos de um homem que não poderia manchar sua imagem caso descobrissem que ele fode seu secretário no escritório. 

O de olhos azuis se arrumou como melhor achou que a ocasião pedia. Vestimentas não foram definidas pelo cacheado, afinal, tudo precisava parecer real, então Tomlinson vestiu um terno cinza chumbo, como estava frio, uma blusa de lã, branca, com gola alta, deu charme ao menor que se viu pensando se seu chefe aprovaria a escolha. Ajeitou os cabelos em um topete baixo, hidratou os lábios com uma fina camada de gloss desejando surpreender seu chefe caso ele estivesse de bom humor para beijá-lo escondido. Ou até mais que isso. Isso. Eram esses os pensamentos do Louis de hoje.

Tomlinson tomou café e foi caminhando até o centro. Lá pegou um táxi, passou na cafeteria para comprar o machiatto do sr. Styles, depois seguiu - de táxi - até o prédio de dez andares onde trabalhava. A moça na recepção acenou para ele, assim como o segurança que por ali passeava e mais dois funcionários que subiu com ele no elevador.

No último andar foi de encontro à sua mesa. O espaço não era grande, mas também não era pequeno, com um conjunto de sofás formando uma sala de espera próximo às janelas. Vasos de plantas e lâmpadas elegante faziam a  decoração do escritório. Tentou não pensar em quanto tudo custou para não desmanchar toda fantasia em sua mente.

Ele ligou seu computador e se pôs a trabalhar. Na uma hora que se sucedeu ele mandou e-mails, atendeu ligações, até mesmo enviou uma lista de compras para o almoxarifado ao setor designado. Ficou intrigado com aquilo, e estava quase saindo do seu personagem mais uma vez porque não sabia quanto empenho e investimento foi dado a aquele jogo. Não que dinheiro fosse um problema.

Seu marido é, em termos claros, milionário, e ele próprio ganha muitíssimo bem com seu trabalho, Louis apenas estava acostumado a vive na simplicidade de uma vida onde não joga dinheiro ao vento. O som do elevador lhe impediu de fugir da magia de viver outra vida por dois dias.

Louis ergueu os olhos e observou por baixo dos cílios as portas de metal se abrirem. Como esperado Harry passou por elas. Uma corrente elétrica percorreu sua espinha e o estômago resfriou ao que um golpe invisível que lhe fez prender a respiração. Nada poderia prepará-lo para aquela vista gloriosa. Anos se passaram mas Tomlinson ainda se sente o mesmo jovem atrapalhado quando se trata do seu Harry.

Vestido de preto dos pés à cabeça, Styles usava um terno sob medida e não poderia estar mais sexy com sua expressão de poucos amigos. Os cabelos com ondas soltas sobre seus ombros largos balançavam conforme ele pisava firme e imponente, atravessando a sala.