Capítulo 11 - Ultimo

136 14 16
                                    

No momento em que caminhonete dela se aproximou da cidade francesa de
Châtellerault naquela tarde, Ino já tinha chorado até não ter mais lágrimas.
Um alto ronco de um caminhão que passava fez com que ela focasse sua atenção na estrada, o suor lhe descendo pela testa. Ela quase sofreu um acidente. Será que queria bater?
Ela viu um desvio, abandonou a autoestrada, parou ao lado de um posto de gasolina, desligou os motores e chorou, debruçando a cabeça no volante.
Ino queria poder conversar com alguém que lhe desse um motivo para não enfiar sua caminhonete numa árvore, nesse exato momento. Seu coração ansiava por Sai, mas ela o perdera para sempre.
A quem mais poderia pedir conforto? Sua ex-assistente Karui estava ocupada com o marido e o filho recém-nascido. Os irmãos de Ino estavam se casando e se estabelecendo na vida. Eles não tinham que ser incomodados pela patética irmã novamente.
Então, ela pensou em alguém que ficou na Mansão Yamanaka todos esses anos, mesmo depois dos irmãos de Ink terem ido embora. Uma pessoa que tinha se recusado a deixar Ino desaparecer da face da terra.

Hinata Hyuuga.

Ino ligou seu telefone celular e de repente sentiu a esperança crescer dentro dela. Ela olhou para ver se Sai havia deixado alguma mensagem, mensagens do tipo: eu mudei de ideia. Eu te amo, preciso de você.

Mas não havia recados.

E Ino percebeu que ainda tinha sobrado lágrimas. Ela estava sendo estúpida,
estaria em Londres até a meia-noite, disse a si mesma enxugando as lágrimas. Logo, estaria em casa.
Exceto pelo fato de não se sentir mais em casa no seu apartamento vazio. Agora lar significava céu azul, campos dourados, adolescentes risonhos e uma cozinheira bochechuda que mantinha os rapazes na linha. E, principalmente, Sai.

Tudo tinha acabado.

Encolhida no banco do motorista de sua caminhonete estacionada, enxugou os olhos mais uma vez. Ela iria se atirar de cabeça na carreira como sempre fizera e esqueceria Sai. Ino se enterraria no trabalho até morrer.
O pensamento só fez com que chorasse mais. Ela antes estava entorpecida e contente com a vida que levava e com seu coração frio e morto. Sai mudara isso, ele a trouxera para a vida.
Então... Tirara tudo isso dela.
Com o dedo trêmulo, Ino discou o número de Hinata no Reino Unido, mas
caiu na caixa-postal.
Ino não deixou recado. Desesperada, ela ligou para a casa principal, rezando
para que Hinata estivesse lá.
Em vez disso, ela ouviu uma voz masculina.

— Alô!
— Darui? — ela perguntou em choque.
— Ino? — O irmão dela parecia surpreso, também. — É você?
— Não esperava que você estivesse em casa. Hinata disse que estaria em Londres a semana inteira.
— Eu estava, mas então algo aconteceu e...

Nervosa, Ino atropelou-lhe as palavras.

— Na verdade, eu liguei para falar com a Hinata.
— Ela não está aqui. — Ele fez uma pausa. — Mas posso ajudá-la em alguma coisa?

Seu primeiro instinto foi dizer não, dar uma desculpa e desligar, mas, em vez disso, algo fez com que ela se agarrasse ao telefone e soluçasse.

— Você esteve chorando? — Darui perguntou. — O que aconteceu?
— Não... — Ela abafou a resposta da primeira pergunta e então: — Sim, mas não posso contar o motivo.
— Por quê?
— Eu já lhe causei muitos danos — ela disse ferozmente. — Tudo o que você fez para me salvar do papai... — Ela deu uma respirada longa, lembrando-se daquela terrível noite em que o pai quase a matara. — Não foi o suficiente eu ter forçado você a me proteger e
encarar meses de julgamento? Então, eu finalmente fiz com que você saísse da Inglaterra devido a todas as minhas reclamações e perturbações.
— Você não estava perturbando. — A voz intensa do irmão era gentil. — Você estava passando por um momento difícil, estava com medo e sozinha. Nunca culpei você por isso, Ino.

Amor EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora