Capítulo - 7

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" Se permitir a ser realista com seus sentimentos, é um dos maiores atos de coragem."

Abro meus olhos, puxo o ar como se o mesmo fosse um salva-vidas.
O que havia sido isso?
Tento recobrar o juízo, enquanto respiro fundo.
Me forço a levantar, precisava sair dali imediatamente, me distrair antes que a minha energia saia do controle!
Eu não sei o que poderia fazer se estivesse outro sonho deste.

Abro a porta, e começo a andar pelos corredores, tudo estava tão silencioso.
Contínuo andando, havia pequenos lustres nas paredes, o que trazia uma pequena claridade para aquela casa enorme.
Desço as escadas, e contínuo andando.
Talvez encontro a cozinha? Seria bom beber um pouco de água, me acalmar e voltar para o quarto.
Escuto um breve som de violino, e decido seguir.
Após passar por alguns corredores, o barulho se tornava mais forte.

Encontro uma sala, no caso a sala de estar.
Havia alguns sofás, e apenas a iluminação da lareira, o que trazia um aconchego.
O violino vinha de uma caixa de som, e vejo alguém deitado no sofá maior virado para lareira.
Me aproximo silenciosamente.

- Sua família te ensinou a ficar bisbilhotando a casa dos outros? - a voz rouca me fez tremer, era Stephan.

- Estava procurando a cozinha, apenas para tomar uma água, estou com sede. - digo rispidamente.

- Isso aqui, se parece uma cozinha? - ele se senta.

- Seu pai não te ensinou a ser educado com as visitas? - olho fixamente para ele.

Ele se vira lentamente, seus cabelos estavam bagunçados, e sua roupa amassada, sua camiseta estava mais aberta.

- É uma criança mesmo. Vem, eu te mostro a cozinha. - ele se levanta e se estica após puxar as mangas da camiseta até o meio dos braços, mostrando alguns símbolos viking antigo.

O acompanho por dois corredores após a sala, ele abre duas portas que da para uma cozinha moderna.

- Já que você me acordou, quer me acompanhar em uma ou duas garrafas de vinho? - Ele analisa alguns vinhos.

Estar perto dele me trazia um incomodo incomum e um aconchego ao mesmo tempo, mas já que estava ali, talvez beber vá me ajudar a dormir.

- A bebida te deixa mais suportável? - pergunto.

- Não sei se me deixará, mais com certeza eu não irei prestar tanta atenção em uma bruxa em minha casa. - ele abre o vinho e pega mais um e duas taças.

- Sua educação me alegra. - ironizo.

O sigo até uma sacada, onde havia dois bancos longos. Dava para observar a floresta daquele lugar, e ainda não estava totalmente molhado da chuva.
Ele se senta no mesmo banco que eu, me entregando uma taça cheia de vinho.
Fico olhando um tanto incomodada por estar tão perto dele.

- O que foi? Acha que não consegue se controlar estando tão perto de mim? - ele debocha.

Tomamos a primeira taça em silêncio observando a chuva cair.
Ele oferece a garrafa para mais vinho, e eu entrego minha taça.

- Não conseguiu dormi? - ele pergunta.

- Meio difícil, em base da situação. - bebo mais um gole.

- Essa situação toda, foi uma grande merda. -ele diz.

Eu concordo.

- Estava dormindo no sofá por que? - pergunto.

- Digamos que há pessoas nos quartos vagos.- ele levanta a taça e vira em um sorriso.

Me sinto extremamente culpada por estar incomodando.

Inquietude - Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora