Capítulo trinta e nove - Tobias

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PRÉ-EPÍLOGO

Quando tinha dezesseis anos, eu estava saindo de casa, fugindo do meu pai. Eu não estava fugindo por covardia, mas sim por rebeldia. Ainda posso me lembrar do ódio que corria em meu sangue quando decidi ir para a Audácia. Tudo isso é muito diferente agora. Aos dezesseis anos, eu não imaginava que um dia pudesse perdoar Marcus, mas eu o perdoei. Eu não imaginava conhecer o mar com minha esposa e meu filho, mas aqui estou eu. Isso me leva a pensar no poder que o tempo tem sobre as nossas vidas e tudo o que ele pode transformar. O passar dos anos pode levar pessoas, como os pais de Tris que se foram, mas também pode trazer outras, como o nosso querido Andrew. Isso é assustador! Eu tenho uma família sob minha responsabilidade. Tenho medo de não ser capaz de cuidar das pessoas que amo. Já está de noite e estou sozinho na parte mais alta do navio, observando a paisagem noturna do imenso oceano iluminado pela lua. Gosto de fazer isso... gosto de me perder em pensamentos desse tipo.

- Tobias? O que você está fazendo aqui? Está tudo bem? - pergunta Tris ao me encontrar.

- Me desculpe. Você já estava dormindo, então não quis te acordar. Eu não consegui dormir e vim passar o tempo aqui. - digo.

Ela me olha com uma expressão confusa e se senta ao meu lado.

- O que tirou o seu sono? - pergunta ela.

- Pensamentos. - respondo sorrindo discretamente.

- Que tipo de pensamentos? Ruins?

- Não. Apenas pensamentos sobre o futuro. - eu respondo. Ela levanta as duas sobrancelhas demonstrando não ter entendido. Eu continuo a explicar: - Só estava pensando em como estaremos daqui a dez ou quinze anos. Sabe.. tantas coisas mudaram nos últimos sete anos da minha vida... o que o futuro prepara para nós?

Ela esboça um sorriso, pega minha mão direita e a coloca sobre seu rosto. Fico parado, olhando o reflexo da lua nos seus olhos por alguns segundos. Poderia fazer isso por toda a eternidade.

- O futuro só depende de nós e nós vamos nos dar muito bem, assim como nos demos bem até agora. - fala ela com um sorriso tão lindo que chega a ser desconcertante.

Eu devolvo o sorriso, não tão lindo quanto o dela, e beijo seu rosto.

- Você está certa.

Obs! Fiz esse capítulo para introduzir o Epílogo. Assim que o Epílogo estiver pronto eu vou publicá-lo e esse aviso será apagado. Bjs!

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