A CHEGADA DA MAITÊ I

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Pov Juliette

Nem sempre as coisas acontecem como esperamos,
às vezes acreditamos que tudo dará certo, que
finalmente terá tudo o que sonhou e quase em um
piscar de olhos tudo o que eu achei que havia
prendido em minhas mãos desmoronou.

Mesmo depois de duas semanas ainda me pego me
martirizando com aquele maldito beijo, e para
completar o meu auto flagelamento, me lembro ou
sonho com tudo que passamos juntos.

Eu sei que estou sendo uma tola por estar sofrendo
por uma coisa que apenas durou alguns meses, mas
para mim foram os meses mais intensos que eu
tive.

Na noite em que o que eu tinha tentado construir
desmoronou, eu só conseguia pensar em me afastar
da forma mais rápida possível, eu até me agradeci
por não te feito a maldita transferência.

Se formos colocar no papel, eu cumpri o meu
combinado com a Sarah , eu apenas seria a noiva
dela na semana de natal, agora estamos em março
e continuávamos na casa de seus pais. Então minha
única solução foi pegar um avião e correr para São
Paulo, e era óbvio levando o Thunder comigo.

Não irei negar que o frete cobrado para transportar
ele foi um grande absurdo, mas como eu queria
estar longe de Brasília , e não só queria, eu precisava,
eu paguei. Meu objetivo não era apenas me afastar
da imagem do beijo da minha memória, queria
também me manter longe da Sarah e de sua
família.

Eu não tinha nada contra eles, eu os amava como
se fosse a minha própria família, porém não
conseguia encará-los depois de ter concordado a
participar de toda esta mentira.

Mesmo se eu fosse a pessoa mais cara de pau do
mundo, eu não vou conseguir ver todo o
desapontamento deles, e além do mais, eles
acreditavam que iriam ter uma neta, isso que mais
me destrói.

Nestas duas semanas que se passaram eu tentei
retorna a minha vida, tentei tocar piano como eu
sempre fazia, porém não senti nada ao tocar.

Antigamente eu me sentia realizada, sabia que
aquilo era a minha vida, mas agora não significava
mais nada para mim. Tudo que eu fazia me remetia
sempre ao vazio, todos os dias eram os mesmos e
isso me agoniava, tive várias crises de choro, uma
delas foi em pleno supermercado, eu sabia que o
que me incomodava era saber que ela poderia
voltar a qualquer momento para o seu apartamento.

Sarah me ligava quase todos os dias e eu não
conseguia atender, não estava pronta ao ouvi-lo, eu
não queria mais me magoar.

Ela precisava primeiro se curar do seu passado com
a Pocah , para depois pensar em uma nova vida,
ela passou praticamente a vida inteira tendo inveja
do seu primo por ela ter conseguido o que ela
sempre quis ter: a Viviane , filhos e uma grande e
feliz família. Mesmo negando ela sempre quis ter
tudo isso com ela, ela sonhou com isso por dez anos
e não foi uma pequena experiência de 3 meses que
pudesse fazer ela esquecê-la . Ou talvez eu esteja
enganada, ela pode sim estar falando a verdade em
dizer que me ama, eu me apaixonei por ela neste
período por que com ela não poderia ter acontecido
o mesmo?

Além dela recebi muitas ligações, e-mails e
mensagens da louca da Carla . Eu também não
queria muito responder, mas quando ela começou
a me ameaçar de morte eu resolvi atender um dos
telefonemas dela.

- Alô? -Sussurro enrolada a uma coberta felpuda
deitada na cama.

- Deus, Finalmente! Será que eu tinha mesmo que
te ameaçar, para você se lembrar de como se
atende a merda da bosta deste maldito celular?

Grita a histérica da Carla . Afasto um pouco o
celular quando ela retorna a falar.

- Poxa Juliette , eu me preocupo com vocês. Você está carregando a minha afilhada em sua barriga branca aí - Ouço um grande suspiro e ela termina de falar.

Namorada de aluguel - ( versão Sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora