VOCÊ ESCONDEU O BEBÊ

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- Ela gemeu o tempo todo. - Diz Carla.

- Ela não está bem e não quer falar para
nós.

Olho para a Carla e vejo-a lixando a unha.

- Talvez seja a gravidez. - sugiro.

- Sarah , é claro que não. Ela está sentindo um
frio que realmente não tem, e você já percebeu que
ela sempre está pálida. -Diz Carla .

- Eu nunca vi uma grávida desse jeito.

Olho para Juliette que estava acordando esticando
os braços, ela abre os olhos e olha para a janela.
Depois de observar por um bom tempo a vista, e
volta a me olhar.

- Está muito longe? - Pergunta ela levando a
coberta até a altura do pescoço.

- Faltam alguns minutos. - Respondo observando
cada movimento dela.

Ela me olha curiosa.
-Carla , por que o sua irmã está me olhando
assim?

- Assim como? - pergunta a minha irmã sorrindo.

- Com cara de psicopata. - Responde Juliette
sorrindo.

Fique tranquila, querida! É a cara normal dela.
- Zomba Carla.

- Você está bem? - Pergunto mudando de
assunto.

Juliette me olha como se estivesse entendendo ao
que eu estou me referindo, então ela força um
sorriso e assente com a cabeça. O resto da viagem é
bem tranquilo,conversamos sobre banalidades e
sobre o que cada um trabalhava. Não sabia que
Juliette tinha largado a faculdade assim que sua
mãe ficou doente para cuidar mais dela.

Porém, sua mãe faleceu seis meses depois que ela
largou tudo.
Agora ela trabalha em um restaurante como
garçonete, perto da Rua 25 de março - lugar
famosa por suas inúmeras lojas, vendendo
mercadorias em varejo e atacado com preço baixo
- das seis da tarde até quando o
movimento acaba e quando iria voltar para a
faculdade descobriu que estava grávida.

No restante da viagem, fico observando Juliette
conversando com minha irmã. Como uma menina
tão nova com ela, teve que passar por tantas barra
pesada sozinha?

Como aquele babaca, não percebeu a grande
mulher que Juliette é? Pelo visto nem eu tinha
percebido isso até agora.

Pov Sarah Andrade

Quando chegamos, minha mãe logo correu para
onde estávamos. Juliette ainda estava dormindo,
então a carreguei até o quarto e a coloquei na cama.

Eu e minha mãe ficamos longo tempo observando a
Ju dormindo, até que ela se vira para mim e
puxa a minha orelha fazendo sair do quarto. Ponho
a mão em cima da dela e começo a gemer de dor.

- Cala a boca, senão vai acordar a Juliette . -
Ela larga a minha orelha já fora do quarto e me encara.

- Você demorou cinco meses para me falar sobre a
sua noiva e sobre ser mãe. Eu quero uma
explicação bem convincente.

Respiro fundo esfregando a minha orelha que
ardia.

- Mãe, eu estava, quer dizer, estou assustada com
essa história toda. -Minto.

Na verdade, não era tão mentira assim. Eu estava
realmente assustada, eu não sabia o que iria
acontecer futuramente. Eu quero contar a verdade,
porém, tenho medo que ao falar, tudo piore de vez.

Talvez manter a mentira seja melhor! Se a Juliette
aceitou participar dessa farsa ela poderia muito
bem me ajudar com o resto.

Ela me observa por alguns minutos e então me
abraça.

Namorada de aluguel - ( versão Sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora