Insuperável

2 - reencontro.

Antes que Max terminasse a frase, Gus me ligou novamente, e eu atendi.

- Olá, Mia! Quanto tempo. - disse Gus, soltando uma leve risada.

Senhor, eu havia me esquecido de como a voz dele é agradável de ouvir.

- Olá, Gus! Que saudades. Tudo bem? - respondi tranquilamente, embora por dentro eu quisesse gritar.

- Saudades também! Estou bem, e você? - Gus respondeu e logo em seguida colocou no mudo.

- Estou bem... Fiquei surpresa com a sua ligação. - falei pausadamente, mas não obtive resposta. Fiquei ainda mais confusa, sem saber o que fazer.

- Voltei, desculpa... Enfim, liguei para perguntar se você vem à festa da Sophia. Já estou aqui e estou morrendo de tédio. Fui pegar a pequena no colo e ela começou a chorar. As crianças me odeiam! - ele riu.

- Tudo bem. Sim, eu vou. Afinal, ela é minha prima, Gus! E é verdade, as crianças parecem não gostar de você, especialmente a Sophia. Lembro que naquele dia em que nos vimos sem trocar uma palavra, ficamos sozinhos com a Soph no quarto dela, e quando você tentou brincar com ela, a pequena começou a chorar. - retruquei, acompanhando a risada.

- O quê? - ele respondeu, indignado. - Você também precisa lembrar que, quando você tentou acalmá-la, ela chorou ainda mais. Sua cara de desespero foi impagável.

- Verdade. Não tenho experiência com crianças. Mas pelo menos eu nunca dei um limão inteiro para uma criança de um ano. - respondi, rindo.

- Ah, não! Você lembra disso! Que raiva. Não foi minha culpa... - Gus tentou responder, mas colocou no mudo novamente, me deixando confusa. Preferi não comentar.

- Voltei de novo. - disse ele repentinamente. Sorri, mas fiquei curiosa.

- Por que você fica colocando no mudo o tempo todo? - tomei coragem para perguntar. - Se estou te incomodando, posso desligar. Logo estarei aí.

- NÃO! - ele gritou.

Mesmo gritando, a voz dele é encantadora. Eu poderia ouvir essa risada até ficar surda. Nossa, que clichê! Pare com isso, Mia.

- Desculpa... É que, você sabe, seu tio... - disse ele, parecendo envergonhado.

- Ah, claro. Se ele me ouvir, vai pensar errado. Enfim, tio sem maturidade. Mas acho melhor eu desligar, preciso me trocar. Já são... 12h00? PRECISO IR, BEIJO! - Antes de desligar, ouvi a risada de Gus, tão perfeita...

...

Após o banho, vesti a roupa que havia escolhido enquanto conversava com Gus ao telefone.

Vesti-me e apliquei perfume. Ok, confesso que nunca havia usado tanto perfume como hoje. Espirrei várias vezes, mas o importante é que estou cheirosa! Apliquei delineador, gloss, máscara de cílios, e quando olhei o relógio já eram 12h42. Corri para a sala de estar para pegar o presente que comprei para Sophia. Deixei-o sobre a mesa da sala e, quando o encontrei, era um vestido/macacão super fofo!

Sophia já está fazendo dois anos, mas é super pequenininha. Espero que sirva.

Meu pai começou a buzinar, apressando-me, e eu corri para o carro. Ao entrar, ele começou a tossir.

- Meu Deus, o que é isso? Você passou um quilo de perfume? Está indo para um aniversário infantil, não para uma balada. - disse meu pai, ainda tossindo pelo cheiro forte, fazendo minha mãe rir.

- Você exagerou mesmo. - comentou minha irmã ao meu lado.

- Cala a boca, Bia! - bufei. - Haha, muito engraçado, pai. Nem para a balada você me deixa ir.

- Você só tem dezesseis anos! - respondeu meu pai, enquanto eu revirei os olhos. Coloquei meus fones e fechei os olhos, imaginando-me em um videoclipe.

{ ... }

Finalmente chegamos. Antes, buscamos a Max para ir conosco. A casa do meu tio é um pouco longe e pegamos trânsito. Eu e Max quase adormecemos.

Saí do carro e abri o portão da casa do meu tio. Dei de cara com a garagem, e para chegar à casa propriamente dita, precisava subir uma escada, que não era nada pequena, por sinal. Cheguei reclamando da dor nas pernas por ter subido aquela escada interminável, mas dei de cara com o Gus.

- Olá, sedentária. - ele disse, rindo.

Continua...

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Parece que Gus e Mia já se reencontraram. Será que algo vai acontecer? O que vocês acharam?

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