12 - mentiras.

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                         QUARTA-FEIRA

No meio da noite, umas cinco horas da manhã, escuto o meu celular tocando. Quem colocou a porcaria do despertador pra tocar essas horas?

Mas percebo que não era o despertador, e sim que alguém estava me ligando. Era Gus. Por que diabos ele estaria me ligando quando o sol nem apareceu? Mas resolvi atender curiosa. Na mesma hora, ele desliga.

Escuto algo na minha janela, e adivinha? Era pedras. Fecho os olhos rindo desacreditada e logo abro a janela levando um susto de Gus.

- Você ainda quebra o vidro da minha janela.

- É, então... — Gus diz com a mão na nuca e eu fico desconfiada. Assim que olho para o lado da janela, a mesma estava rachada.

- Seu desgraçado! Meu pai vai te matar. — Falo chocada e Gus ri me abraçando.

- Desculpa pelo horário, mas meu pai voltou de viajem e já começou a descontar os problemas dele em mim. Eu realmente cansei, só queria fugir pra bem longe daqui. — Gus fala com a cabeça abaixada.

- Eu também. Uma vibe mais The End Of The F***** World. Rimos. — Mas você sabe que estarei aqui pra tudo, né?

Dou um sorrisinho trocando olhares com Gus por minutos mas o celular dele acaba tocando.

- Ah, foi mal. É o meu pai.

- Não vai atender? Ele pode estar preocupado.

- Você não conhece ele, Mia. Ele deve estar puto, mas logo logo se acostuma. — Gus bufa.

- Fugir não resolve os problemas. Mas como eu disse, eu estarei aqui pra tudo. Pode contar comigo. — Abraço Gus e ele pega em minha cintura, me fazendo sentir aquilo de novo.

As borboletas.

- Você falou com a Max? — Gus diz sentando em um banquinho que estava em minha varanda, e eu sento em seu colo.

- Ainda não. Ela deve estar no avião ou deve estar se arrumando para o voo. Confesso que não está sendo fácil, mas se ela estava feliz, eu também estou. — Falo olhando o céu. O sol estava prestes a nascer.

- Você é uma amiga incrível, Mia. Saiba disso. — Gus diz olhando em meus olhos e boca, mas a luz do nascer do sol nos interrompe.

- Uau. — Falo com brilhos nos olhos e com um sorriso.

- Mais bonito que isso, só o seu sorriso. — Gus diz voltando a me encarar.

- Bobo. — Falo ainda com o sorriso e bagunço o cabelo de Gus, fazendo ele ficar desacreditado e também bagunçar o meu. O silêncio com Gus ao meu lado era a melhor coisa que eu já passei na minha vida. Mas algo acaba nos interrompendo novamente.

Era a porta do meu quarto se abrindo. Arregalo os olhos empurrando Gus para um canto da varanda e entro no meu quarto rápido. Era a minha mãe. Por que ela estava aqui?

Quando ela me viu, arregalou os olhos abrindo e fechando a boca como se quisesse falar algo.

- O que você está fazendo aqui? — Perguntamos em sintonia.

- É o meu quarto. — Falo confusa. — Por que você está aqui essas horas?

- Ah, só queria saber se você estava bem. — A minha mãe diz gaguejando. Ela não sabe ser atriz, puxei isso dela.

- Mãe, desembucha. — Falo revirando os olhos.

- O que foi? Não posso me preocupar com a minha filha?

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