4 - city school.

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- Claro, vai sim. - diz abrindo caminho e colocando a mão na nuca.

Não sei se agradeço ou repreendo Max por ter chegado naquele momento. Eu estava gostando da troca de olhares entre mim e Gus, mas, como disse antes, nada irá acontecer entre nós. Meus pensamentos são interrompidos quando encontro Max sentada no sofá da sala de estar, 'lendo' uma revista. Ela sequer lê de verdade. Maxi finge não notar minha presença e continua a 'ler' a revista, que estava, na verdade, de cabeça para baixo.

- Você lê assim? - pergunto, erguendo uma sobrancelha e soltando uma risada.

Max logo percebe que a revista estava ao contrário e tenta disfarçar, mas nos encaramos e começamos a rir. Parece que dividimos o mesmo neurônio.

- Tudo bem, admito que não sou feita para isso. Da próxima vez, vou fugir, é mais fácil - ela diz, levantando-se do sofá. - Amiga, me desculpa. Estraguei o momento entre vocês. Mas você percebeu, não é?

Dou um sorriso e concordo com a cabeça, embora a última frase de Max me deixe confusa.

- Percebi o quê? - pergunto, franzindo o cenho para Max.

- A química entre vocês. Mia, você e Gus estavam trocando olhares intensos. Com certeza, vocês se beijariam, mas eu acabei atrapalhando tudo - Max diz, cobrindo o rosto com as mãos.

- Max, pare de pedir desculpas por algo tão bobo. Na verdade, por algo que nem foi sua culpa - respondo, pegando as mãos dela e afastando-as do rosto, enquanto ela faz um bico.

- Desculpa? - ela diz, me encarando com o bico ainda no rosto.

- Está bem, vamos. Vamos cantar parabéns para Sophia - digo, pegando seu braço e puxando-a para o local onde estava a decoração de aniversário.

- Você vai fingir que não ouviu quando falei sobre a química entre vocês? - Max pergunta, erguendo as sobrancelhas, e tento ignorá-la, mas ela me encara até que eu finalmente abaixo a cabeça.

- Não foi nada demais. Nunca vai acontecer nada entre nós. É apenas uma paixonite boba, somos apenas amigos! - respondo, olhando para Max.

Pela expressão de Max, ela ficou visivelmente irritada e parecia querer me dizer muitas coisas, mas assim que avista Gus se aproximando com docinhos, ela esquece a raiva e abre um largo sorriso.

- E aí, Max. Tudo bem? - Gus pergunta, nos oferecendo brigadeiros, beijinhos e outros doces que estavam em um pratinho de plástico.

Gus conhece Max através de mim, é claro. Sempre saímos juntas e postamos fotos nossas. Seria estranho alguém que me conhece, não conhecer Max e vice-versa.

- Melhor agora. - Max responde, com os olhos brilhando e um sorriso no rosto, pegando os doces e saindo discretamente para um quartinho.

- Parece que alguém estava com fome. - Gus diz, fazendo-nos rir. Ele pega o telefone do bolso e entra no Instagram. Percebo que está abrindo a câmera e procurando algum filtro. Assim que encontra, coloca a câmera na minha frente e tira uma foto. - Que linda! - ele diz, mas minha vontade de matá-lo foi grande.

- Apague isso agora, eu fiquei horrível. - digo, pegando o celular dele e correndo para um sofá próximo.

- Isso seria impossível. - ele responde, olhando nos meus olhos e depois para os meus lábios. Odeio quando ele faz isso; só o torna ainda mais atraente. Para quebrar a timidez de ambos, Gus pega seu celular e se encosta no sofá para tirar uma foto nossa. Deito no ombro dele, sem saber de onde tirei coragem para isso. Só sei que senti algo. Borboletas.

Gus salva a foto e sorri, admirando-a.

- Você ficou linda. Salvei a foto! - ele diz.

- Definitivamente não. Você ficou tão fofo. - respondo, encostando minha mão esquerda no celular para ver a foto melhor, pois sou míope. Acabo encontrando a mão de Gus e rapidamente a retiro. Ele esboça um sorriso de canto.

Que momento incrível e constrangedor.

O vento começa a soprar com força. Eu havia tirado minha jaqueta assim que cheguei, mas não me lembro onde a deixei. Cruzo os braços, tentando me proteger do frio, e Gus logo percebe.

- Tome! - Gus fala, oferecendo-me seu casaco.

- Não precisa - nego com a cabeça e dou um sorriso. - Mas obrigada.

- Não foi uma pergunta, foi uma ordem. Coloque! Está frio - ele diz, deixando o casaco em meu colo.

- Mas você vai sentir frio. - respondo, pegando o casaco e colocando-o de volta no colo dele. Parecemos duas crianças.

- Tenho outra blusa por baixo, relaxa. - ele diz, pegando o casaco e me ajudando a vesti-lo.

- Obrigada, é muito confortável - digo, logo o abraçando. Também não sei de onde tirei coragem para isso.

Eu e Gus ficamos conversando por quase uma hora, rindo e fofocando. Fomos chamados para cantar parabéns a Sophia e levantamos em perfeita sintonia.

- Vá na frente, senhorita. - Gus diz, abrindo caminho, e eu lhe agradeço com um sorriso.

- Gus! Chegou seu uniforme da City School. Depois do parabéns, vá experimentá-lo no banheiro. - diz a mãe de Gus, tentando recuperar o fôlego. Parecia que ela estava procurando por Gus havia algum tempo. Ao notar minha presença, ela sorri. - Oi... Mia, certo? - concordo com a cabeça e a cumprimento. - Você é linda! - ela diz.

- Muito obrigada, você também é! - respondo, sorrindo, e logo percebo que o uniforme nas mãos da mãe de Gus é da minha escola. - Você vai estudar na City School? - pergunto, curiosa.

- Infelizmente - responde Gus. - Não conheço ninguém e vou perder contato com meus amigos. Mas não há o que fazer - ele diz, revirando os olhos.

- Não há mesmo. - diz a mãe de Gus. - A City School é uma excelente escola e proporcionará um futuro brilhante para Gus. Ele já está quase na maioridade e precisa estudar ao menos um ano em um bom colégio. E você pode falar com seus amigos pelo celular - conclui.

- Minha escola anterior era ótima. Não conheço ninguém que estude na City School - Gus responde, aparentando estar chateado.

- Mas conhece sim! Eu estudo lá. E Max também - digo, e após Gus ouvir, ele levanta a cabeça e me abraça.

- Que incrível! - ele exclama, sorrindo.

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A festa de aniversário chegou ao fim, e o tempo passou rapidamente. Já são 21h56, e preciso ir embora. Despeço-me de todos e, ao chegar em Gus, o abraço com força.

- Obrigada por hoje. E desculpa pelo meu tio. Até logo, Gus. - digo, sorrindo.

- Odeio essa parte. Por que você não fica? - Gus pergunta, com um biquinho. - Até logo, Mia. Espero te ver em breve! - Ele sorri. Mas não fez mais nada????!! Homens. #Chateada.

Desço as escadas e logo ouço Max descendo também. - ME ESPERA! - ela grita. Então, paro para esperá-la, e quando ela chega, percebo que está recuperando o fôlego. - Como foi com o Gus? - ela pergunta, com um sorriso malicioso.

- Normal. Ele é um ótimo AMIGO. - respondo, enfatizando a última palavra, e Max revira os olhos. Até mesmo ela percebe que estou fingindo ser difícil, quando na verdade gostaria de beijar aquela boquinha do Gus.

Continua...

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Esse capítulo foi extenso, espero que gostem.

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