22 - climão.

1.8K 89 29
                                    

- Se esconde. Vou atender antes que derrubam a porta.

Gus se esconde atrás de um vaso de planta e embaixo de uma janela, que estava quebrada pelas pedras que ele jogou. Atendo a porta e era a minha mãe.

- Oi, Mia. Precisamos conversar. - Ela suspira.

- Ah, pode ser lá embaixo?

- Tanto faz...Espera. - Ela entra no quarto e vai até a quina na minha cama que é de frente a varanda. - O que aconteceu com a janela da sua varanda?

- Ah, foi...O vizinho. O filho dele tem seis ou sete anos, mãe. Crianças com bola de futebol dá nisso.

- Que absurdo. Por que não me avisou? Eu iria reclamar e fazer eles pagarem. - Ela diz se aproximando da porta da varanda.

- Ah, pra que se estressar, não é? - Pego a mão dela e a levo pra minha cama.

- Ou melhor, eu teria furado a bola de futebol. Criança infernal.

- Pois é. - Falo gaguejando e tentando mandar algum sinal para Gus vazar da varanda.

- Bom, Mia. - Minha mãe se senta na cama. - Eu queria pedir desculpas pela forma que eu agi. Não tira o fato que você errou, e errou feio. Mas eu precisava estar ali pra te apoiar nos seus momentos difíceis. Você pode contar comigo, tá? - Ela sorri.

- Fico feliz por você reconhecer isso, mãe. Eu te amo. - Abraço ela e ainda tento enviar algum sinal para Gus, mas não tenho sucesso.

- E como foi New York? Foi com o Matteo, né? Esse menino é super educado, fofo e gentil. Mas eu prefiro o Gus.

- Como? - Gaguejo.

Minha mãe iria falar algo mas algum barulho vindo da varanda a interrompe.

- Essa criança vai escutar. - Minha mãe se levanta e vai até a varanda.

- MÃE! - Tento a impedir mas não consigo.

- Ué, o que o seu celular está fazendo aqui? E cadê essa criança infernal? - Minha mãe pergunta curiosa.

- Estava escutando música, por isso demorei pra te atender. - Minto.

- Comprou perfume doce? - Ela diz cheirando algo.

- Sim! Quer dizer, não. Que perfume?

- Esquece. Está afim de comer algo?

- Daqui a pouco. - Forço um sorriso enquanto a minha mãe sai do quarto. - Ufa...Cadê ele? - Pergunto aliviada.

- Aqui! Pensei que ela não iria sair daqui nunca. - Gus diz saindo de seu esconderijo, que era dentro de uma caixa.

- Pensei que essa caixa estava fechada com cadeado. Era de brinquedos antigos. - Falo surpreendida.

- Tive a sorte de conseguir entrar. Mas então, se até a sua mãe prefere eu do que aquele Matteo, quem é você pra não preferir?! - Gus debocha.

- Engraçadinho. - Reviro os olhos. - Vai pra casa, está ficando frio. Inclusive, leva o seu moletom, você nem pegou aquele dia.

InsuperávelOnde histórias criam vida. Descubra agora