Insuperável

20 - coreano.

Até que bate o sinal. Merda.

Eu entro na sala com Gus e vejo Bela sentada em uma cadeira, olhando para o chão e roendo as unhas. Ela deve estar preocupada com Matteo...Eu também estou.

Após uns minutos, Sara chega com um sorriso largo no rosto e vai em direção a mim.

- Mia, lembra daquele menino loiro? Que eu achei bonitinho e tal?

- Ah, lembro.

- Eu passei por ele, e adivinha? Ele olhou pra mim. Acho que vou desmaiar, me segura... - Ela ri.

- Só não vai enjoar dele que nem a última vez. - Falo rindo.

- Você sabe o quanto eu sou carente, Mia. Mas esse menino...É inexplicável. Eu não tenho vergonha na cara, mas quando eu olho pra ele, já fico toda vermelha. Eu só me senti uma vez assim e foi com o Michel. Estou com medo.

Michel foi um ex-namorado de Sara, eles duraram quase um ano. Terminaram pois ele traiu ela com uma de suas amigas. A Sara sofreu muito, muito mesmo. Depois dele, ela nunca quis mais nada sério com alguém. Ficava e largava, como dizem. Saber que com esse menino loiro pode ser diferente, me deixa feliz.

- Nem todos são como Michel, Sara. Sabe como é o nome desse loirinho, pelo menos? - Pergunto.

- Noah. Noah Ethan. Nome lindo que nem ele. - Sara diz com um sorriso bobo.

- Own, vocês combinam!

- Eu concordo. Imagina os nossos filhos...Qual sobrenome combinaria mais? Ethan ou Vaz?

- Os dois. Eu quero ser madrinha, viu?

- Eu também! - Max diz se aproximando.

- Aí está você. - Sara diz abraçando Max, o que me faz abraçá-la também.

- Não só eu. - Max diz olhando para o lado e Kristy se aproxima.

- Kristy! - Sara e eu falamos em sintonia e abraçamos a Kristy.

- E aí, gente! - Kristy diz sorrindo.

- Senta aqui. - Max leva Kristy até uma cadeira e fica conversando com ela.

- A Max está apaixonada mesmo. - Sara diz olhando as duas e eu concordo.

- Só espero que não se esqueça da gente. - Também as encaro e paro quando Matteo chega, me levanto para abraçá-lo mas Bela chega primeiro. O que não muda nada, porque Matteo vem até mim. Seu abraço melhorou aquela manhã.

- Oi, desaparecida. - Matteo diz em tom de deboche.

- Oi, fugitivo. - Retribuo e rimos.

- O que rolou com os seus pais? Tá tudo de boa? - Matteo pergunta pegando uma cadeira e a deixando do lado da minha para se sentar.

- Não. Mas poderia estar pior. Provavelmente vai estar quando eu chegar em casa. - Bufo.

- Por que?

- Peguei meu celular escondido. - Olho pro chão imaginando a bronca que eu iria levar após chegar em casa. - E você?

- Levei uma bronca feia, é claro. Mas quem se fodeu foi o meu irmão, segundo o meu pai, eu sou um adolescente que não sabe o que faz e o meu irmão que nos levou para NY é o culpado, pois é adulto. Já a minha mãe disse que da próxima vez, eu volto pra Coréia e moro com os meus avós. Isso me deu medo.

- Sério? Por que? - Rio.

- Eu morei com os meus avós até meus 10 anos, quase 11. Foi o suficiente pra me causar traumas e medo deles. São muito rígidos, eu não podia fazer quase nada que ficava de castigo e apanhava. Acho que é por esse motivo de eu ser tão rebelde. Ou melhor, gostar de quebrar as regras. - Ele força uma risada.