Queria ajudá-la, mas eu também estava ansiosa.
Sara e eu sentamos com Max, que estava praticamente sem unha. Peguei a mão de Max para ela não roer toda a mão e dei um sorrisinho.
- Vai ficar tudo bem.
- E se ela não vier? Eu sou uma trouxa. - Max levanta como se fosse ir embora e na mesma hora, a sua mãe chega com Lucca.
- Oi Lucca! E oi mãe. - Lucca estava quieto, estranhei e percebi que Sara também ficou confusa. Acho que é porque ele está chocado demais.
- Filha! Que saudades! - Brenda, a mãe de Max diz a abraçando e beijando a sua testa. O ponto fraco de Max. - Oi meninas. - Ela diz para Sara e eu.
- Olá. - Falamos em sintonia com um sorriso largo e logo se afastamos com Lucca, que estava andando atrás da gente. Max e sua mãe precisavam conversas a sós.
- Você está bem, Lucca? - Pergunto para quebrar o silêncio e recebo um vácuo. Lucca olhava para algum ponto fixo, como se nada ao redor dele importasse. Sara abre e fecha a boca algumas vezes para tentar dizer algo mas eu a impeço. - Melhor a gente deixar ele em paz. - Digo encarando Sara e Lucca logo nos olha confuso.
- Ah, desculpa meninas. Tô brisando. - Ele bufa.
- De boa. Você está bem? - Pergunto o olhando nos olhos. Lucca faz sim com a cabeça e volta a olhar o tal ponto fixo. Eu e Sara trocamos olhares confusas. Ele podia estar tudo, menos bem.
Agora eu entendo ele...
Mas eu não queria me meter.
...
Já tinha passado meia hora e Max chega com a sua mãe e com um sorriso no rosto, Lucca nos encara e logo se afasta.
- Ele está estranho. Aconteceu algo? - Sara toma coragem e pergunta vendo Lucca dar às costas.
- Ah, ele só está sendo o Lucca de sempre. Do nada fica assim. - Brenda ri e Max concorda com a cabeça. Eu e Sara damos um sorriso forçado, ainda confusas. - Vou tentar falar com ele. - Brenda se afasta indo atrás de Lucca, ela parecia brava ou incomodada...
- Então, como foi? - Sara pergunta encarando Max.
- Foi incrível. Minha mãe estava com lágrimas no rosto e me disse coisas lindas. Eu não costumo perdoar rápido, mas eu não posso negar que sinto a falta dela. Por mais que a minha mãe me fez muito mal, eu quero perdoa-lá. Não quero que ela ou eu fique com a consciência pesada. Ela também disse que está arrependida e que vai tentar de tudo para recuperarmos o tempo perdido. EU VOU PARA NY AMANHÃ! - Max diz rindo e dando pulinhos.
- Que bom, amiga! Fico muito feliz por você. Mas não quero que você ache outras amigas e nos abandone, viu? - Sara diz e a abraça.
- Pois é. Se você nos trocar, iremos ir lá em New York para matar você e suas amiguinhas. - Falo com os braços cruzados mas começo a chorar. - Eu vou sentir sua falta, você é a minha maconheira favorita. - Abraço Max.
- Own, que fofas. Nem parece que são duas vagabundas. - Max ri. - Eu sou antissocial, meninas. Não vai ser fácil fazer novas amizades, e mesmo se fosse, eu nunca trocaria vocês. O tempo voa, é apenas dois meses. E eu vou ficar em call com vocês todos os dias! - Ela diz com lágrimas no rosto.
- Temos hoje e amanhã para aproveitarmos os nossos últimos dias juntas! - Sara diz tentando nos animar mas também estava segurando as lágrimas.
- Falando assim, até parece que vou morar em NY para sempre. E na verdade, é só hoje. Minha mãe já falou com o diretor e o nosso avião vai ser 05:35 da manhã. Vou ter que dormir cedo ou não dormir. Prefiro a segunda opção! - Max termina.
- Ah, entendi. Então vamos aproveitar muito! - Sara diz e dá uns pulinhos com Max. As duas me olham com a cabeça abaixada e perguntam se eu tô bem.
- Sim, tô bem. - Levanto a cabeça dando um sorrisinho e uns pulinhos com as duas. - Vamos pro shopping!
...
Ficamos com Max até anoitecer, aproveitamos cada segundo ao máximo. Obviamente não seria a última vez que iríamos ver a Max.
Bom, isso era o que eu pensava.
Depois de horas, terminamos de ajudar Max a fazer as malas e antes dela entrar para sua casa, demos um abraço a três. Percebi que Lucca nos encarava e eu sorri pra ele, mas o mesmo se vira e entra em sua casa. Ele realmente não estava em um dia bom.
Queria que ele tivesse me avisado antes de ser tarde demais.
Após muito chororô pela despedida, fui embora pra casa e após subir as escadas, passei pelo quartinho que era considerado de Max. Não sei porquê, mas senti um aperto forte no coração. Sempre que sinto isso, é porque algo ruim está prestes a acontecer. Mas não tinha como tudo piorar.
E piorou.
Quanto mais eu ficava naquele quarto, mais o meu coração doía. Decidi me deitar e passei pelo quarto de minha irmã, que estava sentada, conversando com a minha mãe baixinho e com uma cara preocupada. Quando ela me viu, ficou assustada e avisou a minha mãe que me olha e faz um sorriso forçado.
Elas sabiam.
Faço uma joia com a mão ainda confusa e vou para o meu quarto. Odeio que escodam as coisas de mim, mas estava com a cabeça cheia demais e não queria discutir com a minha mãe.
Eu deveria ter discutido com ela.
Me deitei olhando para o teto, decido fechar os olhos e me lembro da primeira vez que conheci Max e de todos os momentos que passamos juntas.
Caiu a ficha, a minha melhor amiga vai para longe de mim. Há 40 horas e 4.489,7 km de mim. Pelo menos é por dois meses.
Ou não.
Continua...
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O capítulo não foi longo como eu esperava, mas eu tive que fazer na pressa. Perdão! <3
O que vocês acham que vai acontecer? 🤨
votem! ★

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Insuperável
RomansGus e Mia se encontram inesperadamente e descobrem ter muitas coisas em comum. Com o tempo, tornam-se grandes amigos, e o afeto entre eles cresce cada vez mais. No entanto, percebem que os sentimentos entre ambos também se intensificaram. Porém, alg...