OBS: Ouça a música indicada no meio do capítulo para melhor experiência
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Ethan
Kiara ficou séculos comprando roupas, sapatos, maquiagem entre outros. Não sei pra que tanta coisa. Conseguimos arrumar uma identidade nova pra ela.Eram 15h e voltavamos pra casa.
- Ethan. - A olhei. - Amanhã vou embora. Você já fez muito por mim. Vou pegar um pouco do dinheiro e ir pra Nova York. - Não sabia o que falar. Não imaginei que ela iria embora, pelo menos não tão rápido.
- Tá bom. - Foi o que consegui dizer depois de alguns segundos pensando.
- Temos que falar pra Alisson. E inventar um motivo. - Assenti e fomos o resto do percurso em silêncio.
Ao chega em casa, me deparei com Alisson sentada no sofá, lendo os tão amados casos criminais.
- Mas vocês demoraram em? - Falou nos dando atenção.
- Não olhe pra mim. Olhe pra Kiara que quase comprou Los Angeles inteira. - Ela realmente olhava Kiara.
- Uouu. Você tá maravilhosa. - Chegou perto de Kiara.
- Eu sei, eu sei. - Ela passou a mão no cabelo, o jogando de um lado paro o outro. - Eu comprei umas coisinhas pra você também. - A entregou uma sacola e Alisson deu pulinhos vendo um vestido preto, que achei muito curto pro meu gosto, e maquiagens.
(...)
Acordo e percebo que Kiara ainda estava dormindo. Ela estava quase caindo. Seu braço estava do lado de fora da cama, encostando no chão.
- Kiara. - Chamei com calma na tentativa de acorda-la para evitar sua queda, mas ela nem mexeu. - Kiara. - Aumentei o tom de voz e nada. - Kiara. - Encostei em seu braço e ela levou o maior susto e logo seguida ouvi o barulho de seu corpo indo de encontro ao chão.
- Aii. - Levantou massageando sua cabeça. - Aaaa que ódioo. - Tirou um grito olhando pra sua mão.
- Que foi? - Perguntei confuso.
- Quebrei minha unha. Justo quando todas estavam bonitinhas. - Bati minha mão na minha própria testa e dei de ombros indo tomar um banho. - Porquê isso sempre acontece comigo? - Revirei os olhos.
- To saindo mano. - Ouço a voz de Alisson, avisando que tava indo pra escola.
- Juizo. - Gritei do banheiro...
Assim que sai me deparei com Kiara fazendo as malas.
- Então você vai hoje mesmo? - Ela me encarou.
- Sim. Vou deixar um pouco do dinheiro, em forma de agradecimento e pra cobrir seus gastos comigo. - Falava ainda mexendo na mala.
- Você que sabe. - Não conseguia falar o que realmente queria.
- Vou sair antes de Alisson chegar da escola. Você vê o que fala. Eu gosto dela, mas acho que assim vai ser menos doloroso, para ambos lados. Só espero que ela me perdoe um dia. - Ela me encarou.
- Ela vai. - Falei na falha tentativa de reconfortá-la.
- Bom, só vou tomar um banho, comer alguma coisa e sair.
°°°
Peguei um cigarro que estava no canto do balcão e o assendi. Fazia um bom tempo que não fumava. Dei um trago e soltei a fumaça.
Kiara veio de meu quarto puxando a grande mala que comprou ontem. Ela ja estava saindo, sentia uma coisa estranha no peito. E por mas que não quisesse admitir, eu sabia o que era. Não queria que ela fosse embora. Acho que esse era o motivo de estar fumando, me acalmava.
(DANIEL SEAVEY- Can We Pretend That We're Good?)
- Não sabia que fumava. - Observou o cigarro em minha mão. Permaneci em silêncio. -Ethan, muito obrigada por tudo. Se comporta, talvez a gente se cruze por aí. - Juro que ela estava se segurando muito pra não chorar.
- Se precisar, não exite em me ligar. - Falei e a mesma sorriu e assentiu. Ela abriu a porta e foi para sair. - Talvez possamos... nos encontrar, ser amigos...não sei. - Falei receoso.
Kiara não iria querer ser amiga de um assassino.
- Seria ótimo. A gente se tromba. - Ela foi novamente pra sair, mas a interrompi.
- Ah..Kiara, se cuida tá? - Ela me encarou mais uma vez com um sorriso.
- Pode deixar. - Estava prestes a sair.
- Kiara. - Chamei sua atenção novamente. Queria dizer pra ela ficar, mas não sabia como. - A..esquece.
- Tá bom. Tchau - Ela riu e saiu, fechando a porta atrás de si.
- Tchau. - Falei mas ela não deve ter ouvido. - Imbecil, imbecil. - Dei tapas em minha própria cabeça e me assustei quando a porta foi aberta novamente, revelando Kiara com um sorriso sem graça.
- Ah, certeza que não tem nada pra me fala?
- A..a não, digo sim. - Estava confuso. Parecia um adolescente tolo na puberdade, tentando falar com uma garota.
- Fala. - Podia ver que ela estava perdendo a paciência.
- Nada, deixa quieto. - Ela arqueou a sombrancelha.
- Começou agora termina. Odeio quando as pessoas começam a falar uma coisa e não terminam. - Adentrou a casa se aproximando de mim. - Aí isso vai ficar na minha cabeça, vou criar diversas teorias, e vai lá é uma coisa boba e eu to criando enormes expectativas. - A ouvia em silêncio. Como ela conseguia falar tanto e tão rápido. - Me fala.
- Deixa pra lá. - Falei e ela se aproximou mais.
- Nada disso. Agora você vai falar sim. Minha curiosidade não admite eu ir embora sem ficar sabendo. Vou ficar pensando nisso e posso ficar distraída e ser atropelada por um carro, ou um skatista e morrer, e você vai ficar com remorso. - Não conseguia prestar atenção em nada que ela falava. Só conseguia pensar no quanto ela era linda e estouradinha, forte por superar tudo que aconteceu sozinha. Fui desperto por seus dedos estalando na frente de meus olhos. - Ei, tá me ouvindo? Não acredito que gastei tanta saliva atoa. Me fala logo o que ia falar, por que se não vou perder o taxi que ja está vindo. - Meu olhar foi pra sua boca sem meu consentimento. Eu só conseguia pensar em beijá-la. - Olha só ja são...- Antes que desse tempo de ela terminar a frase eu fiz o que ja estava querendo fazer a um bom tempo, eu a beijei. E pra minha surpresa ela correspondeu.
Seus lábios eram doces, coloquei a mão em sua cintura a puxando mais pra mim, suas mãos foram parar em minha nuca, deslizando levemente por meu cabelo, o que fez minhas pernas fraquejarem. As batidas de meu coração estavam aceleradas, sentia um sensação incrível que jamais poderia ser explicada com palavras. Paramos o beijo e a mesma olhou pra baixo sem graça.
- Por que...- ela olhou pra mim. - Por que fez isso? - Sua respiração estava descontrolada. E as maçãs de seu rosto mais rosadas que o normal. Sentia uma sensação que nunca senti na vida, era estranho, mas eu ainda não tinha certeza de nada para rótula-la.
- Porque... eu quero que fique!
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Continua...
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Como se eu mandasse no CORAÇÃO
De TodoDesde que sua mãe se foi, Kiara se sentia sozinha. Como se ninguém a amasse de verdade, mas ninguém precisava saber que ela se sentia assim. De uma família importante, seu pai comandava uma das maiores empresas de moda do mundo e era o homem mais ri...