Kiara
Depois de duas semanas aqui, o ódio era a única coisa que eu sentia. Não aguentava mais. Spencer não havia aparecido ainda, o que era estranho. Jason me tratava como uma Barbie, me fazia vestir vestidos impecáveis e me maquiar todos os dias. Ele era louco.- Já está pronta querida. Hoje iremos jantar a luz das estrelas. - Chegou no quarto enquanto uma mulher me maquiava.
Usava um vestido clássico vermelho, que deixava meu colo amostra, meu cabelo estava em um penteado sem um fio se quer desalinhado.
Me levantei e o mesmo veio até mim.
- Você está perfeita querida. - Revirei os olhos e o mesmo levantou a mão ameaçando me bater. Sim, eu era punida se não o "respeitasse" mas eu não podia evitar. Tinha tanto nojo.
Peguei em seu braço e fomos até uma mesa com velas na praia. Ele puxou a cadeira pare que me sentasse e eu o fiz.
Durante essa semana pensei em diversas maneiras de fugir. E eu até que tinha um plano, só precisava da hora certa para executá-lo.
Uma empregada veio até nós e começou a nos servir.
Olhei a comida e vi que era comida japonesa e eu odiava comida japonesa.
- Coma. - Ordenou e eu neguei.
- Não gosto de comida Japonesa. Pensei que soubesse, já que é tão obcecado por mim. - Falei o mais formal possível, já que até isso ele ordenava. Jason precisava se tratar, ele era louco e provavelmente tinha um transtorno de dupla personalidade muito sério.
- Não acredito! - Chingou inconformado. - Traga algo para ela comer! - A empregada foi até a cozinha rapidamente e alguns minutos depois voltou como uma fatia vantajosa de pizza. - Mas o que pensa que está...- O interrompi.
- Não acredito, eu amo pizza. - Falei com um sorrisão. Realmente amo pizza, mas estava forçando empolgação. Aquela era Giselle e ela com certeza estava sendo obrigada a estar ali.
Jason não deixava ninguém daquela ilha dirigir a palavra diretamente a mim.
- Tudo bem, traga. - Então Giselle o fez colocando na mesa. Ela era uma mulher bonita de aparentemente uns 30 anos.
Comemos em silêncio. E a pizza estava muito boa. Jason se levantou e me deu seu braço. Não poderia fazer nada além de pegá-lo. Começamos a caminhar enquanto eu só pensava em corta-lhe a garganta. O que seria suicídio com tantos seguranças aqui.
- Vamos nos casar, daqui a uma semana. - O olhei indignada.
- Mas o que? Eu não vou me casar com você. - Falei sentindo a toda a raiva que mantinha controlada me consumir.
- E você tem escolha? - Bufei. Precisava sair dali o mais rápido possível. - Eu te amo Kiara, você não vê. Se você se esforçasse pelo menos um pouco, poderíamos ser felizes aqui. - Ri debochada.
- Você acha que posso ser feliz presa em uma ilha, longe de meu pai o seu pai. - Tentei controlar minha entonação para não levar um murro na cara.
- Edward nunca foi e nunca será meu pai.
- Você não sente falta de sua mãe e Carter? - O olhei e paramos de caminhar.
- Não. - Suas palavras foram frias, o que me amedrontou. - E foi deplorável fingir gostar deles durante tanto tempo. - O olhei com repúdia. - Eu só amo você Kiara, isso não é lislongeador? - Disse como se eu fosse sortuda.
- Não. Isso é sujo e doentio. - Falei séria, mas sem aumentar a entonação. Ele riu.
- Você ainda vai me amar Kiara. - Não contive e dei uma gargalhada. Ele me olhou irritado.
- Sabe muito bem que meu coração já tem dono. - Vi a fúria em seus olhos. Ele tentou me assertar um tapa mas segurei sua mão. - Viu, quem ama não agride, quem ama respeita. Ethan nunca escostou um dedo em mim. - Ele abaixou a mão.
- Me desculpe, eu não queria. - Revirei os olhos.
- Queria sim, igual as outras diversas vezes que o fez. - Ele se ajoelhou no chão e eu o olhei assustada.
- Me perdoa Kiara, nunca foi minha intenção te machucar. Eu perco a cabeça, mas é porque eu te amo. - Ele pegou em minha mão. - Você sabe que eu te amo. - Meu estômago embrulhou quando ele beijou minha mão. - Me perdoa.
- Me leve para casa. - Ele se levantou.
- Você está em casa. - Revirei os olhos.
- Tudo bem. Então vou entrar. - Falei o deixando pra trás e indo em direção a casa. Senti lágrimas começarem a escorrer por meu rosto.
Me joguei na cama e chorei, chorei sem parar. Tudo era culpa minha, fui idiota quando surtei com Ethan, sei que ele não fez certo, mas eu também exagerei.
Giselle adentrou no quarto me trazendo uma água com açúcar.
- Sr Jason pediu para que trouxesse para a Sra. - Disse colocando ao lado da cama.
- Giselle, por favor me ajuda. Prometo te tirar disso se me ajudar. - Sussurrei e a mesma me ignorou. - Eu sei que você está aqui porque deve a Jason, sei que ele pagou a cirurgia de seu pai. Se me ajudar a sair daqui, você pode ir junto e Jason será preso de uma vez por todas. - Ela me encarou, após olhar de um lado para o outro, ela foi até a escrivaninha onde tinha um papel e uma caneta. Lá ela escreveu algo e saiu do quarto.
"Nas quartas um homem vem trazer alimentos de barco"
O sorriso que apareceu em meu rosto foi incontrolável. Era minha chance.
Meu peito se encheu de esperança, só queria reencontrar Ethan e falar que eu também havia exagerado.
Me sentei na frente da penteadeira que obtia naquele cômodo e comecei a desfazer meu penteado cheio de grampos, parecia estar nos tempos antigos.
Jason chegou e se aproximou beijando meu pescoço o que me provocou ânsia. Senti ele abri lentamente o fecho de meu vestido e minha respiração pesou. Ele começou a tentar descer as mangas do meu vestido mas eu o empedi.
- Por favor não. - Ele insistiu e o desespero me tomou. - Não quero isso. Por favor isso não. - Uma lágrima solitária escorreu por meu rosto.
Ele beijou meu pescoço e comecei a tremer.
- Eu imploro, não por favor. - Minha voz saiu trêmula.
- Eu te amo Kiara.
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Continua...
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Como se eu mandasse no CORAÇÃO
AcakDesde que sua mãe se foi, Kiara se sentia sozinha. Como se ninguém a amasse de verdade, mas ninguém precisava saber que ela se sentia assim. De uma família importante, seu pai comandava uma das maiores empresas de moda do mundo e era o homem mais ri...