Capítulo 37: Me desculpa meu amor, eu não quis fazer isso

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Caminhei descontrolado pelas as ruas, as lágrimas em meus olhos tornavam minha visão embaçada. Parei ao notar uma lanchonete, tipo um barzinho e resolvi adentrar a mesma.

Me sentei ao balcão e um rapaz jovem e loiro veio me atender. Por mas que não conseguia o encherga direito, parecia que o conhecia de algum lugar.

Pedi uma cerveja.

- O que houve com suas mãos? - Perguntou e eu olhei para as mesmas, fazendo as imagens de toda aquela festa passarem por minha mente em flashback.

- Onde posso lavá-las. Surrei um cara que tentou agarrar minha namorada. - Ele assentiu meio desconfiado e apontou para o banheiro. Não o julgo, estava realmente parecendo que eu havia cometido um assassinato.

Lavei minhas mãos e olhei meu rosto no espelho daquele banheiro não muito grande. Estava péssimo, meus olhos estavam inchados e sem vida. Voltei ao balcão e comecei a tomar minha cerveja.

Depois de duas garrafas, sanidade era algo que eu já não tinha. Acabei contando tudo o que aconteceu para o garoto.

- Por que quando a gente tá feliz, resolvido e tudo parece perfeito, algo acontece e estraga tudo? - As palavras saiam meio emboladas por causa do álcool.

- Cara eu não sei. Tem haver com uma garota não é? Acho que te vi no restaurante hoje mais cedo, você estava com uma garota ruiva. - Estava bêbado de mais pra lembrar dele nesse momento.

- Porque as garotas são tão complicadas? Ela podia tentar entender meu lado, mas Kiara é tão teimosa e paranóica que quando coloca algo na cabeça nada tira. - O garoto parecia interessado. Servi mais um copo de cerveja. - Você quer? - Ele negou.

- Sou menor de idade. - Hesitou - Você não é daqui né? Tem sotaque gringo.

- Sou de Los Angeles, Estados Unidos. - Expliquei. Enchi mais um copo.

- Acho que ficar bebendo não vai ajudar muito. - Comentou meio receoso. Ele tinha razão, mas era a única coisa que podia fazer. - Porque não vai pra casa, fica calmo, sóbrio e tenta conversar com ela. - Ele era bem maduro pra idade dele.

- Você tem razão. - Paguei a conta e saí cambaleando.

Kiara
Estava muito magoada, decepcionada. A falta de controle de Ethan me assustava.

Depois de nossa briga resolvi ir para o hotel. Talvez eu também tenha surtado e passado dos limites. Terminar poderia ter sido um exagero.

Andava pelo calçadão quando cheguei a frente do Malibu. Atravessei a rua movimentada no momento em que fui entrar no hotel alguém tapou minha boca com algo intoxicante, me fazendo perder os sentidos rapidamente.

(...)

Acordei com a luz de um sol quente batendo em meu rosto ao alguém abrir uma cortina. Por conta da claridade repentina, não pude encherga direito. Depois de alguns segundos consegui ver quem era e minhas lembranças foram voltando.

Percebi que meus pulsos e pernas estavam amarradas.

- Jason. - Ele olhou pra mim com um sorriso satisfeito. Não sabia se aquilo era real. Torcia mais que tudo para que fosse apenas mais um de meus pesadelos.

- Pensou que iria esquecer de você assim tão cedo? Não parei de pensar em você um só segundo. - Aquilo era real. Não era só um pesadelo dessa vez.

- Você é louco. - Foi a única coisa que consegui dizer. Ainda não estava acreditando nisso.

- Sei que você me sentia Kiara, na rua enquanto voltava do trabalho diversas vezes. No elevador no Rio, e no Malibu. - Mas é claro, sempre soube. Aquela sensação ruim não era banal.

- Onde está Spencer? - Ele sorriu cretino.

- Está chegando. Spencer foi pra bem longe. Até pensei em ir junto, mas não fui capaz de ficar longe de você. - Era assustador, Jason era doente.

- Você sabe que ele vai me matar não sabe? - Ele se aproximou de mim.

- Ele não vai. Spencer disse que contanto que vivemos aqui pra sempre, você pode ficar viva. - Ri debochada.

- E você acreditou? Se Spencer já queria me matar sem eu fazer nada, imagina agora? Cara você é muito idiota - Ele me acertou um tapa no rosto. O que me fez o olhar chocada e com mais desprezo que já estava.

- Me desculpa meu amor, eu não quis fazer isso. - Tentou acaricia meu rosto.

- Onde estamos? - Questionei.

- Em um lugar onde Ethan nunca irá te encontrar. - Revirei os olhos.

- Pode me desmarrar pelo menos, essas cordas estão me machucando. - Ele pensou por alguns segundos e negou. - Cara, você sabe que eu tenho necessidades né? Preciso ir ao banheiro. - Bufou inconformado e me desamarrou me puxando para o banheiro.

Entrei no mesmo, era bem chique em tons claros e de um tamanho considerável. Bufei ao notar que não havia nenhuma janela que eu pudesse usar pra fugir. Fiz minhas necessidades e me encarei no espelho tentando pensar em como sairia dali. É claro que Spencer iria me matar, e Jason não irá poder fazer nada além de assistir.

Uma ideia que provavelmente daria errado surgiu em minha mente. Pra isso dar certo só preciso contar com a sorte de estarmos sozinhos. Quebrei o espelho o que fez bastante barulho.  Peguei um caco grande e fiquei atrás da porta encostada na parede. Jason abriu a porta repentinamente e  eu enfiei o caco de vidro em suas costas com toda a força que eu tinha.  Ele berrou e eu saí correndo. Abri a porta que por sorte não estava trancada.

E foi ali que um sonho de Kiara livre e viva foi embora. Estava no meio do nada, em uma ilha onde a minha única visão era água, muita água. O pior é que eu nem sabia em que país estava.

Tentei correr pra vê se encontrava algum barco ou algo do tipo. Mas apareceram dois homens de preto e me seguraram. Consegui brigar com eles e me solta, mas aí apareceram mais dois e Jason. Dei tudo de mim para tentar me libertar, mas um soco de Jason em meu rosto fez minhas vistas embaçarem e meu corpo perde o jogo. Só não caí porque os seguranças estavam me segurando. Ainda desnorteada me senti sendo arrastada até a casa novamente. Só queria que Ethan estivesse aqui.

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Continua...

Como se eu mandasse no CORAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora