OBS: Ouça a música indicada no meio do capítulo para melhor experiência
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Kol havia topado, ele iria matar Kiara. Todo aquele dinheiro seria ótimo, mas eu não conseguiria fazer isso, ainda mais por mandado do próprio pai. Isso era cruel, cruel de mais.
- Esse cara é mal. - Fala Kol normalmente. - Mate a garota.
- O que? - O olhei incrédulo.
- Leva ela pra floresta, a mate e enterre. - Continua com o mesmo tom de voz.
- Pede a outra pessoa. Eu não vou matar a garota. - Falo confiante.
- Só porque ela tem um rostinho bonito? Fala sério cara. Você já matou antes.
- Mas não uma inocente. É diferente.
- Se não matar, não tocará em um centavo se quer do dinheiro, e sei muito bem que você precisa. - Seu tom de voz era irritado.
- Mas eu...
- Nada de mas, a escolha é sua. Você tem até o fim do dia. - Me interrompeu e saiu da sala, me deixando só.
Peguei meu carro e fui até minha casa, que não ficava muito longe dali. Era um local simples, mas bem organizado e arrumado.
Minha mãe morava aqui, até ser presa injustamente. Ela foi acusada de desviar dinheiro na empresa que trabalhava, haviam armado pra ela. Mamãe era boa e honesta, jamais faria tal coisa. Quando ela iria ser transferida para uma penitenciária, houve um acidente com a viatura, ninguém sobreviveu.
- Mano, é você? - Ouço a voz doce de Alisson.
- Sim. - Ela vem de seu quarto.
- O que houve? Por que essa cara? - Me analisa preocupada. Alisson era um anjo, me lembrava tanto mamãe.
- Nada nanica. - Forço um sorriso.
- Certeza? - Assinto com maior convicção possível.
- Pede uma pizza pro almoço. - Coloco o dinheiro em cima da mesa.
- De novo pizza? - Me olha com tédio.
- As panelas estão ali, se não quer, pode cozinhar. - Ela revira os olhos .
- Esquece, amo pizza. - Força um sorriso e eu nego com a cabeça rindo. - Ethan, o proprietário ligou. Temos até amanhã pra pagar a casa. Se não vamos ter que sair. O que vamos fazer? - Seu olhar era triste.
- Vou dar um jeito tá? Eu prometo. Essa casa é a maior lembrança que temos de mamãe, não vamos perdê-la - Ela assentiu e foi em direção a seu quarto. Peguei o celular e liguei para o proprietário.
(ONE DIRECTION- Drag Me Down)
🔷 Ligação on🔷
- Alô. - Ouço a voz de Rick.- É o Ethan.
- Oi Ethan. Alisson deve ter dado o meu recado.
- Deu sim. Bom, não teria como o senhor me dar uma semana. As coisas estão complicados aqui em casa. - Falo com a maior educação e simpatia do mundo.
- Eu já te dei tempo de mais garoto. Não será possível, você paga amanhã ou serão despejados. Eu já tenho um comprador da casa, não posso perder. - Sua voz era séria.
- Tudo bem. Eu vou dar um jeito. - Eu estava ferrado. Tenho um dinheiro, mas ainda falta 150 mil dólares. Eu teria que matar a garota, é o único jeito de conseguir esse dinheiro.
🔷Ligação off🔷Kiara
A porta foi aberta bruscamente. O tal Ethan adentrou o cômodo, ele usava o gorro preto. O que me permitiu identificá-lo foi seus olhos. O mesmo colocou uma algema em meus pulsos sem dizer uma palavra.- O que tá fazendo? - Não obtive resposta.
- Você está com o braço machucado. Acho bom não fazer nada. - Ele colocou uma venda em meus olhos e me pegou no colo. Pude sentir o mesmo me colocando dentro de um carro. Eu não entendia o que estava acontecendo.
- Pra onde está me levando? - Ele não disse uma palavra.
Ficamos uns 15 minutos na estrada, até que o carro parou. Desci do carro e ele tirou a venda. Foi aí que fiquei mais desesperada, estava em uma floresta, no meio do nada. Não era trouxa, sabia o que ele iria fazer.
- Você vai me matar não é? - Ele permaneceu em silêncio e me puxou bruscamente pelo braço.
Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Tinha um nó horrível em minha garganta, só queria gritar e chorar alto, mas aquilo estava entalado.
Ele me puxou pra dentro da mata, e eu não sabia o que fazer. Precisava pensar em algo, mas estava com tanto medo. Foi aí que tive uma ideia, talvez seja burrice, mas de todo jeito iria morrer mesmo.
- Aí merda, torci meu tornozelo. - Finjo que torci o pé.
O mesmo tentou me arrastar, mas eu fingi não conseguir colocar o pé no chão. Pude ouvi-lo bufar. Ele se abaixou e colocou a mão em meu tornozelo.
- Aqui? - Assenti e no momento que ele abaixou a cabeça para olhar o tornozelo lhe dei um chute com tudo. O que o fez cair no chão.
Vendo a oportunidade sai correndo. Corri mais do que imaginava ser possível. Não olhei para trás, mas podia ouvir seus passos velozes atrás de mim, o que me apavorava.
De repente senti um impacto que me jogou no chão. Ele havia me alcançado, mas eu não facilitei pra ele, sem nossa consentimento descemos rolando por um morro.
Senti alguns galhos machucarem minha pele. Parei em cima do mesmo, ele estava sem a máscara, revelando seu rosto com alguns hematomas. A arma do mesmo estava jogada no chão, com certa dificuldade, já que eu estava algemada, consegui levantar primeiro e pegá-la. Apontei para ele, que ao se levantar, levantou as mãos pra cima. A questão é, nunca toquei em uma arma na vida. Ele começou a se aproximar com calma.
- Fica longe, se não eu atiro. - Tentei demonstrar o máximo de confiança possível. O que era apenas fachada.
- Você não sabe atirar. - Antes que desse tempo de questionar, com grande habilidade ele tirou a arma de minhas mãos e me derrubou no chão, ficando em cima de mim. O mesmo apontou a arma pro meu peito e me fitou profundamente. Minha respiração estava descontrolada e a dele também.
- Vá em frente. Mas olhe bem nos meus olhos. Olhe a vida saindo deles, e lembre dessa imagem pro resto de sua vida. - Eu estava com os olhos cheios de lágrimas mas séria, sem demonstrar tristeza.
Ele respirou profundamente, e ficou alguns segundos me encarando.
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Continua...
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Como se eu mandasse no CORAÇÃO
AcakDesde que sua mãe se foi, Kiara se sentia sozinha. Como se ninguém a amasse de verdade, mas ninguém precisava saber que ela se sentia assim. De uma família importante, seu pai comandava uma das maiores empresas de moda do mundo e era o homem mais ri...