Capítulo 14

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Do Outro Lado Da Tela.


POV MIRANDA

O acidente foi basicamente um borrão diante dos meus olhos. Eu não quis falar para Andrea o quanto o acidente me apavorou. Ela já está assustada o bastante por nós duas. A verdade é que consegui finalmente comprovar o que as pessoas falam sobre ver a vida diante dos olhos em poucos segundos. E nesses segundos vi o último jantar que dividi com Andrea e com as gêmeas. Foi uma noite magnífica.

FLASHBACK ON

— ...E eu era a única lá usando calça jeans. Todos estavam se perguntando o motivo da filha da rainha da moda estava desafiando os padrões La Priestly.

Andrea e Caroline gargalhavam das proezas de Cassidy em sua aventura descomedida em um dos eventos da Runway. Enquanto tomava uma taça de vinho eu só observava a cena. Era a primeira vez que Andrea passava o final de semana conosco depois de nos acertamos. E as gêmeas haviam feito questão de estar presentes. Foi um jantar completamente descontraído na mesa do flat. E após as gêmeas seguirem para os seus próprios programas noturnos, Andrea e eu fizemos amor devagar como sempre adorávamos na nossa cama nova e lençóis novos, com a promessa de um recomeço. Foi a noite que Andrea descobriu que eu havia comprado o imóvel. Andrea se emocionou. Eu mesma me emocionei. Eu mesma não tinha ideia da grandeza do motivo de eu ter comprado o imóvel. Mesmo sentindo tanta dor quando ela partiu, alguns dias depois fechei a compra. Parece que mesmo sem perceber, meu coração tinha um pouco de esperança do reencontro.

FLASHBACK OFF

Desperto dos meus pensamentos quando a enfermeira aparece para mexer no soro.

— Posso estar enganada, mas me foi informado que eu receberia alta o mais breve possível.

Afirmo e a enfermeira me olha.

— Sim. A doutora já assinou a sua alta. Estou aqui para remover o acesso ao soro.

A enfermeira explica e aponta para o meu pulso.

— Ótimo.

Andrea surge na porta.

— Onde estava? Eu achei...

De repente percebo Andrea sorrindo enquanto empurra uma cadeira de rodas.

— O que é isso?— Pergunto apontando para a cadeira.

— Foi inventada por alguém do passado. Não sei especificamente, mas posso descobrir via-web em alguns instantes. Esse objeto serve para transportar pessoas com algum problema de locomoção, por um determinado ou de forma definitiva. E...

— O seu senso de humor aflora em momentos muito inapropriados, devo admitir.— Suspiro impaciente. — Eu sei o que é uma cadeira de rodas. Quero saber o motivo de ter trazido para cá.

— Miranda...

— Não preciso de cadeira de rodas.

Determino e me sento na cama quando a enfermeira finalmente remove o esparadrapo junto com o acesso do meu soro. Limpa o sangue que escorre e faz um curativo, estancando imediatamente o sangramento. Me olha e parece esperar algo.

— O que foi? Aqui vocês recebem gorjetas? Pois se estiver esperando, eu não sei onde está a minha bolsa. — Falo olhando para enfermeira que arregala os olhos.

— Miranda...Por favor. Ela estava apenas aguardando para lhe ajudar a trocar a roupa. Oi...Não se preocupe. Eu a ajudarei com as roupas.

Andrea fala com a tal enfermeira que sai apressada pela porta.

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