Epílogo

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Do Outro Lado da Tela


POV ANDREA

Alguns meses depois.


Estamos numa manhã típica em Nova Iorque. Embora aqui dentro esteja muito bem aquecido, olho encantada pela janela a neve caindo feroz lá fora. Assopro um pouco a fumaça do meu chocolate quente e bebo um pouco da bebida escaldante. Escuto um resmungo incompreensível, me viro e olho para cama.

Ela ainda está desacordada deitada de bruços, com metade do corpo coberto, mas parte das pernas alvas não. Me aproximo e me sento devagar na cama por receio de acordá-la. Fico vislumbrando a perfeição que ela é. Os cabelos curtos grisalhos repousando no travesseiro casando com a respiração serena e invejável. Observo um pouco mais com mais atenção e a mão esquerda repousando perto do rosto perfeito. Meu olhar se prende à joia dourada no dedo. Ontem eu me casei com ela. Casei com a mulher da minha vida. A mulher que faz meu corpo todo obedecer a ela e que faz meus sorrisos se tornarem sinceros. Mesmo que às vezes ela me faça perder o equilíbrio mental.

Eu me casei com Miranda Priestly.

Céus. Eu me casei com Miranda Priestly. Eu jamais cansarei de repetir para mim mesma que eu casei com ela. Quando meu contrato com o Daily News foi finalizado eu corri para os braços dela. Havíamos combinado que não viajaríamos nos dois últimos meses do meu contrato. A revista está exigindo muito dela nessas últimas semanas e eu precisava de concentração total para finalizar o meu contrato com a mesma qualidade de quando eu comecei: Com muita responsabilidade e seriedade. Sim! Eles me ofereceram um dos cargos mais prestigiados em Portugal. E na mesma hora eu disse que iria pensar. Não que eu estivesse realmente levando a sério aquela proposta. Eu só queria me sentir valorizada na minha carreira. E foi através da proposta, que a diretoria da Vanity Fair entrou em contato comigo. A proposta do Daily me fez ser vista como uma ferramenta em potencial. E é maravilhoso ser reconhecida assim. Devo confessar que quando eu fui embora, eu pedi para ser transferida. A decisão foi minha de ir embora de Nova Iorque. Eu não poderia ficar aqui, cruzando os caminhos dela a qualquer momento nessa cidade. Eu estava furiosa demais naquela época. E não era com ela ou comigo. Era realmente pela situação de não poder tê-la só para mim o tempo todo. Saber que eu estava amando mais do que eu gostaria de amar naquele momento tão conturbado na vida dela. A conturbação que eu não soube esperar passar e que ela não soube me fazer esperar passar. Éramos um casal sigiloso e não ter ela por completo me fez meter os pés pelas mãos. O fato é que quando se passaram poucas semanas depois do rompimento, estando em Londres, meu coração começou a apertar por estar longe dela pouco tempo depois de partir. Eu percebi que eu tinha tudo com Miranda, mesmo tendo tanto em tão pouco tempo em nossos encontros. Me fez lembrar de como quando tudo começou entre ela e eu. A primeira vez que ela me chamou de Andrea, o primeiro olhar mais intenso, o primeiro beijo e a primeira noite que passamos juntas.

O nosso primeiro sexo...Uau. Quando nós nos sentimos sem barreiras pela primeira vez na cama dela, foi como se eu percebesse que estava há tempos montando um quebra cabeça, esperando a última peça de duas ou três dimensões para me completar...E a mulher adormecida na minha cama diante de mim, chegou como se fosse um prisma hexagonal brilhante com 12 vértices e 18 arestas de pura sedução, se encaixando com suas curvas em meu corpo. Cheia de dimensões e imperfeições perfeitas a cada curva sinuosa e sensual. Me fazendo querer senti-la em mim cada vez mais. Nunca foi e nunca será suficiente ouvir Miranda gemendo o meu nome no meio de nossos orgasmos. Aliás, antes, durante e depois...É maravilhoso quando ela geme meu nome em qualquer momento. Eu olho para as pernas dela fora do edredom e fico maravilhada por saber que não há nada por debaixo. Fico ainda mais maravilhada por saber que eu sou a responsável por ela estar sem roupas debaixo do edredom, e ser a responsável por algumas marcas de mordidas espalhadas pelas costas feitas por mim. E o corpo? Céus, que corpo magnifico Miranda tem. Ontem eu quase fiquei hipnotizada com o maravilhoso par de seios da minha esposa, que parece estarem mais lindos a cada vez que eu os vejo. O corpo de Miranda Priestly é digno de me fazer ajoelhar todos os dias e agradecer ao universo essa criação perfeita da natureza em forma de humana.

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