O Cara Perfeito - jikook

18 ☯ Fofoqueira

Capítulo 18: fofoqueira.

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Jimin

O dia parecia ter acordado calmo. O sol ameno, poucas nuvens no céu, todos na casa silenciosos como uma madrugada, até mesmo as crianças estavam quietinhas (acho que mais porque elas brincaram até tarde ontem do que por quererem ficar quietas).

Eu acordei mais tarde que o habitual, apenas para ir tomar café da manhã e ser abordado por mulheres e gers curiosos com o que tia Sionsik e Hyemin havia contado para toda família. Ontem, depois da intrusão de minhas tias e de vovó ter arrastado elas para longe, Jungkook não me deixou dormir por horas, com energia o bastante para virar a noite. Minha cara de cansado ficou bem evidente quando eu levantei hoje, mas eu estava tão satisfeito que nem Laila e Soyuki discutindo pelos cantos pôde tirar minha paz interior.

Eu aproveitei minha tarde como ninguém, deitado na espreguiçadeira perto da piscina, vendo as crianças brincarem, lendo e ouvindo música, o clima ótimo e a harmonia preguiçosa que eu desejava a muito tempo nessa família. Era como uma tarde de domingo perfeita.

Isso até Laila fazer um escândalo no jardim, já perto de escurecer. Começou a gritar e mostrar fotos no seu celular. Provas incontestáveis de que eu havia alugado Jeon Jungkook como namorado falso.

— Laila, se eu aluguei ou não um namorado para vir aqui, por que isso seria da sua conta? — Disse em um tom de voz calmo, a encarando sem piscar.

Muito tempo se passou desde que eu cortei contato com minha família. Uma pessoa pode mudar em um dia, talvez mude em horas. Um ano foi um tempo muito longo pra mim, um ano que me transformou em uma pessoa nova. Laila foi adotada por meu tio, Jungsik, que morreu quando ela ainda era uma criança. Minha mãe, que era muito ligada ao seu irmão ger, criou Laila como se fosse sua própria filha, e como eu e ela temos a mesma idade fomos obrigados a conviver um com o outro. A mesma escola, o mesmo internato, ir as mesmas festas e participar dos mesmos eventos.

Durante todos esses anos, Laila tentava roubar de mim o que era meu por lógica. Desde a atenção da minha família e irmãos até as pessoas que gostavam de mim. Inúmeras situações onde eu saí como o vilão e ela como vítima. Até o ponto em que eu estava tão quebrado por dentro que preferi me afastar a ficar e entrar em uma situação exaustiva e tóxica.

É ridículo que Laila ache que eu sou o mesmo Jimin de antes, que iria se calar e aceitar a situação por medo de perder a família. Eu já me afastei dessa família uma vez, e consegui viver bem, não tenho mais nada a perder.

— Como você consegue vir aqui e enganar a todos desse jeito? Você não tem vergonha na cara? Park Jimin, você é um descarado mentiroso, sem vergonha!

— E você uma puta bastarda invejosa, acho que não somos muito diferentes, certo?

Laila me olhou em choque, como se não esperasse que eu dissesse algo como aquilo na frente de toda a família. Antes, talvez eu não tivesse mesmo essa coragem. Sorri para ela.

— O que foi, queridinha, acha que eu não sei que você tentou seduzir o Jungkook? Ou talvez que traiu seu namorado com um dos nossos primos? Talvez eu devesse dizer que assediou vários dos nossos funcionários?

— Você! Pare de mentir, seu ratinho sórdido! Pequeno prostituto! — Laila espumou de raiva, vindo para cima de mim antes que eu pudesse fazer alguma coisa e agarrou meus cabelos. Quando ela me puxou a dor que senti no meu braço e perna foram tão grandes que eu não consegui reagir, sentindo as lágrimas brotarem.

Toda a balbúrdia ao redor era como um eco seco, já que a dor que eu sentia conseguia superar isso. Voltei a minha consciência quando ouvir o eco de um tapa. Minha mãe estava entre mim e Laila, e a garota estava jogada no chão. Chocada, Laila olhou a mulher de pé em sua frente.