10 ☯ Decimal? Decimais!

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Capítulo 10: decimal? Decimais!

***

Jimin

— Jimin! Jungkook! — Tia Sionsik chamou outra vez, batendo na porta. — Que porra, Park Jimin! Nós não já conversamos sobre essa maldita tranca? E se você escorregar no banheiro e bater a cabeça? Como vamos chegar até você se a porta estiver trancada?

Coloquei um dedo sobre os lábios vermelhinhos de Jungkook, sussurrando bem, bem baixinho:

— Vamos ficar quietos que elas vão embora — Eu espero. Completei em pensamento.

— Nem adianta fingir, Jimin. Eu ouvi vocês dois gemendo aí — A mulher esbravejou. Acho que depois dessa até vovô Guga ouviu, e olha que o vô Gu tem um sono muito pesado.

— Aghr — Choraminguei, irritado. Encostei minha testa no peitoral sólido de Jungkook, suspirando derrotado. Que broxante, meu Deus.

— Jimin, venha atender essa porta agora!

— Nossa Senhora — Consertei minha postura, olhando Jungkook, que parecia um tanto assustado.

Tadinho, nem sabe ainda do que minha família é capaz.

Agora eu me sinto como uma criança, que vai numa loja ou mercado com o pai, e olha aquele brinquedo ou doce, desejando mais do que tudo o ter, quase babando, e o pai não dá a criança o que ela quer, então volta chorando para casa. Nesse momento eu sou a criança, Jungkook é o doce e minha tia é o pai.

Senhor, eu vou chorar!

— Desculpa, minha família é terrível — Pedi, vendo ele sentar-se na cama, ainda comigo no colo.

— Tudo bem — Ele respondeu, regulando a respiração. Passou a mão pelos meus cabelos, parando com os dedos em minha nuca, me deixando todo arrepiado. — Não precisa atender se não quiser. Eu vou.

— Não quero que você passe pelo estresse de lidar com minha tia.

— Não é um problema pra mim. Posso resolver bem rápido.

— Pode mesmo? — Questionei então, sem a mínima vontade de ir lá.

— Posso.

— Vai rápido, por favor.

Ele me deu um último selinho antes de se levantar, indo até a porta.

Eu me deitei no lugar em que ele estava sentindo o calor que ainda emana do colchão, e o cheiro bom da loção pós banho dele. Me enrolei melhor nos lençóis, ouvindo a voz grave do meu namorado alugado debatendo com minha tia. O sono começou a dar seus indícios, agora que não estou quase enfartado de vergonha ou bêbado de tesão. Eu lutei contra o sono. Balancei a cabeça, me obriguei a manter as pálpebras abertas, dei tapinhas no meu rosto, e até me sentei na cama para me manter acordado.

Mas não funcionou. A última coisa da qual minha mente letárgica conseguiu guardar foi Jungkook voltando para a cama e me cobrindo com a colcha felpuda e grossa. Acordei no meio da noite, com uma chuva fina batendo no telhado, meu corpo estremeceu pelo frio tênue que compenetrava o ambiente, então eu percebi que eu e Jungkook estávamos colados, de conchinha, com ele por cima de mim, e a respiração quente no meu pescoço.

Eu me lembro de puxar mais o braço dele para cima de mim antes de deixar o sono me levar outra vez.

Quando acordei, com o sol entrando pelas pequenas frestas das persianas parcialmente fechadas, eu me lembrei com clareza do que aconteceu. Eu pedi um beijo a Jungkook e nós quase fomos longe demais – não que eu esteja reclamado do quão longe nós fomos –, eu dormi antes dele voltar, uma lástima, e nós dormimos de conchinha. Na verdade, ainda estamos de conchinha.

O Cara Perfeito - jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora