Bucareste, Romênia
A L I C E
Havia distraído Barnes quase a tarde inteira. As conversas pareciam durar uma eternidade. Os assuntos nunca acabavam, e nós passávamos de algo sério para um show de piadas sem nem mesmo perceber. Ele não se incomodava com nada, nunca fechava a cara para os assuntos, sempre parecia disposto a falar, e isso era adorável.
Eu queria ser a amiga que ele precisava. James precisava expor toda essa confusão dentro dele com alguém. E de preferência alguém que o entendesse, que não o fosse julgar. Eu já tinha consciência de que não estava fazendo isso pela missão. Estava fazendo por ele. Porque ele precisava. Porque eu sentia que ele queria confiar em mim, e estaria disposta a ajudar realmente ele.
Não quero que ele se torne um homem procurado nos Estados Unidos também, e não tenho plena confiança em Nick Fury, se ele realmente irá ajudá-lo, afinal, para as autoridades, Nick está morto desde 2014, apenas vive como um fantasma. E Steve Rogers, por mais que tenha toda a sua influência, não me dá garantia de que conseguirá deixar o homem fora das garras do governo.
— Quer outra cerveja? — Barnes perguntou, levantando do sofá, me fazendo instintivamente dar pausa no filme.
— Quero sim.
O entrego a garrafa vazia e ele a põe na cozinha. Já havíamos acabado com dois engradados, e estávamos no terceiro. Os dois extremamente resistentes a cerveja, embora estivéssemos começando a ficar alterados. Alpine nos acompanhava, comendo seu patê, que Barnes havia me feito ir comprar. Na chuva. Quando eu o fiz ir comprar mais cervejas.
Agora os dois estavam com frio, dividindo um cobertor. Nossos cabelos ainda estavam molhados, mesmo com os aquecedores do apartamento ligados. Eu me vestia inteira em moletom, e Barnes usava uma calça moletom minha que era folgada demais para mim - talvez fosse de Colin e eu não lembrava? -, mas insistia em permanecer sem camisa enquanto as suas roupas estavam na secadora.
— Obrigada, Narizinho. — O agradeço, pegando a garrafa de cerveja já aberta.
— Por nada, Sunshine. — Diz, sentando-se ao meu lado, voltando a se cobrir com o cobertor.
— Ainda acho que devia pôr uma camisa.
— Eu não fico doente, Alice. É uma das vantagens de ser o que sou.
— “O que”, não. Quem você é. — O corrijo, vendo seu olhar em mim. — Você não é uma coisa. Um animal. É uma das pessoas mais doces que eu já conheci.
— Eu sou um monstro, Alice. — Ele rebate, e eu o encaro, deixando a cerveja no meu colo e sustentando seu rosto com minha canhota.
— Eu não sei quem pôs isso na sua cabeça.
— Olha pra mim! Você não sabe as coisas que eu fiz.
— Não, eu não sei. E não quero saber, porque aquele homem não é você. Esse é você. O Bucky tímido, que gosta de filmes, músicas antigas, cerveja e cachorro quente. O Bucky que escuta e fala na mesma medida. Você é bondoso, Bucket. É um homem de ouro. Só está perdido.
Eu falo sem hesitar, sendo sincera com ele. Não sendo a Agente 09, Alice Dolohov, Tigresa Branca. Aquelas palavras saíram da minha boca apenas como Alice. A Sunshine. A que estava aqui por ele quando ele precisava.
— Toca a minha cicatriz. — Peço, levantando o moletom, expondo meu torso marcado.
— Porque?
— Sinta a minha sinceridade quando falo com você. Porque eu não quero que esqueça as palavras que vou dizer. — Peço, vendo-o unir as sobrancelhas e fazer o que eu mandei.
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𝐒𝐊𝐘𝐅𝐀𝐋𝐋 ꩜ bucky barnes (✓)
Random[EM REVISÃO] Espiã S+. Assassina. Máquina de matar. Estes e muitos outros eram os títulos de 𝐀𝐋𝐈𝐂𝐄 𝐃𝐎𝐋𝐎𝐇𝐎𝐕. Mas ela costumava referir a si mesma como algo mais simples. Monstro. Era tudo o que via no seu reflexo. A carreira de sucesso no...