𝐒𝐊𝐘𝐅𝐀𝐋𝐋 ꩜ bucky barnes (✓)

39. Parte de Mim

Wakanda, África Equatorial

B U C K Y

A nossa chegada e estada em Wakanda foi a melhor possível. T’Challa já havia esclarecido bem a situação do ocorrido com o falecido rei, e tomado seus direitos quanto ao trono. O príncipe fora coroado rei após derrotar seu suposto primo, Erik Killmonger. E então meu tratamento teve início. Shuri e Banner trabalharam juntos por todo o tempo, e a maioria das vezes Alice os ajudava, com seus conhecimentos básicos lhes lembrando algo simples que seus cérebros de gênios havia esquecido.

Foi interessante de acompanhar. Cada simulação com um cérebro “artificial” igual ao meu, rendia boas conversas sobre quando conseguiriam concluir o projeto. E nas vezes em que eles tentavam ativar ou desativar o soldado daquele cérebro falso, Alice me levava para dar uma volta pelo lugar, para que eu não ouvisse e me prejudicasse. Era engraçado e bom vê-la interagir com as crianças, e lhes mostrar sua mutação enquanto corria livremente, híbrida, pelos campos da área do palácio.

T’Challa dizia que éramos o casal dos contos de fadas para as crianças. A tigresa branca e o lobo branco. Daria um bom filme, sendo sincero. E por falar em filme, foi uma atividade recorrente comigo e Alice. Nosso quarto era um só, e nos nossos dias mais tranquilos e praticamente em todas as noites, nós assistíamos algum filme da imensa lista de clássicos que ela gostava.

“Você tem que se atualizar”, era o que ela dizia. E eu obedecia. Gostava dos filmes e ainda mais da presença dela. O tempo fora de toda a paranoia e preocupação dos Estados Unidos nos serviu de muitas formas além disso também.

Eu pude finalmente ter meu tempo para pensar melhor sobre o que ela fez, e tive consciência de que foi para me proteger, por mais chateado e magoado que tivesse ficado, eu entendia melhor agora. Ela já havia pedido perdão pelas mentiras, e eu entendia que foi necessário. Ela me ajudou, tentou quando quase todos queriam desistir de mim. Ela estava comigo ali, agora. Gastando suas férias com um homem maluco que conheceu por acaso.

Ela era tudo o que importava para mim agora. Nós dois. Aliás, três. Não podia esquecer Alpine, o qual eu havia adotado como filho, e que agora conseguia se comunicar quase que perfeitamente com Alice. Era engraçado de ver.

— James? Eles estão prontos.

— Certo.. Já estou indo.

T’Challa assentiu antes de se afastar, deixando que eu fosse no meu próprio tempo. Não sabia se estava pronto ou não, mas tinha que tentar. Shuri e Banner disseram que era uma possibilidade de 98% de dar certo, mas eu ainda ficava receoso. Ainda mais por saber quem seria a pessoa que faria o “teste” comigo. Não queria machucá-la.

Mas tinha que tentar. Não podia vacilar agora.

Caminhei sem pressa até a área externa do lugar, uma espécie de floresta que havia sido fechada pelas dora milaje. Ayo me acompanhou até a parte aberta, em frente à uma fogueira, e eu me sentei ali, aguardando até ver Alice chegar. Estava bem vestida em uma daquelas saias estampadas, e o top, cobrindo bem seus-

Bucky! Foco!

— Como se sente?

— Preocupado. Não quero machucar você, Lice.

— Você não vai, Bucket! Se algo der errado.. Eu posso contê-lo. Lembre-se que a sua garota é uma mutante supersoldada. — Ela diz, acariciando meus dedos ao notar meu nervosismo.

Eu assinto, sem coragem de mandá-la iniciar o teste, e então ela se afasta. Com seu russo natural e perfeito, ela começa a dizer as palavras, mantendo o contato visual comigo. Mas dessa vez era diferente. Eu não sentia aquela dor me corroer, não via uma luz branca dominar meu cérebro, me obrigando a esquecer de tudo.