14. Alguém Para Confiar

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Bucareste, 21h

A L I C E

A volta para casa com Erik rendeu mais do que eu imaginava. Após tentar me impressionar com seus carros luxuosos, ele escolheu o Aston Martin e me levou direto para o pub, alegando que precisaria apenas pegar alguns papéis e logo me deixaria no apartamento.

Em meio a muitas conversas, Erik aceitou um copo de whisky e mandou que me servissem o que eu quisesse enquanto ele resolvia seus problemas com diversas ligações. Eu ouvia o máximo que podia, enquanto disfarçava fingindo que estava olhando a pista térrea lotada. Adicionava notas mentais para me lembrar de cada detalhe das ligações de Lehnsherr e poder reportar para Ross.

Quando pudemos finalmente sair, já eram quase oito da noite, e Erik se solicitou para pedir algo para jantar, aqui mesmo. Segundo ele, não gostava de sair muito em público, então eu aceitei, pensando que talvez fosse uma oportunidade de conversar e descobrir mais sobre ele. Coisas mais pessoais, que não estavam nos arquivos do Pentágono.

E agora estávamos aqui, estendendo o vinho pós jantar, sentados lado a lado. Eu não fazia perguntas diretas demais, mas com os assuntos rolando, Lehnsherr acabava me dizendo o que eu realmente queria saber. O meu maior esforço nessa conversa era fingir que estava interessada nele, e não no que ele estava dizendo.

— Talvez se eu tivesse conseguido achar meus filhos antes, levaria a mãe deles e eles para algum outro país…  Talvez para poder viver minimamente em segurança.

— Imagino como seja difícil. Principalmente para você, sendo tão reconhecido assim…

— É bastante. Tenho sempre que tomar cuidado com todos os lugares que vou.

— Pobrezinho.. — Comento, tocando a lateral do rosto de Erik, vendo-o rir.

Ok, talvez eu estivesse bêbada. Ou quase lá. Qual é, estive bebendo pequenas doses desde que chegamos aqui, as sete. E sem deixar a energia sair. Sem dançar, jogar, ou utilizar demais da mente. Nem que eu tivesse a maior das resistências eu conseguiria aguentar. E agora estava aqui, mantendo o meu papel, mas sustentando os flertes com Lehnsherr.

— O que acha de ir para casa, hm?

— Só se você me levar.

— Está mesmo bêbada se acha que te deixaria ir sozinha. Vamos, Azazel está esperando.

Peguei meus pertences e segui Erik para a saída. O carrão que ele havia dirigido, agora estava nas mãos do seu motorista. Azazel acessou os endereços recentes, achando o meu, e seguiu para o conjunto de prédios.

Eu ia relaxando no banco confortável enquanto sentia minha consciência tentando voltar ao normal pouco a pouco. Quando o carro parou, me senti tonta e nauseada, um sabor da ressaca que viria amanhã. Azazel desceu, abrindo a porta para Erik e eu. Nós dois descemos e ao passar do carro, vi Barnes na entrada do prédio. Estava fumando, e mantinha a mão biônica no bolso da calça.

— Tudo bem, a gente volta pelo mesmo caminho. — Ouço Erik dizer para Azazel, mas não sei sobre o quê, pois não prestava atenção. — Não demoro mais que cinco minutos, pode deixar o carro ligado.

— Sim senhor.

— Você está bem? — Barnes pergunta quando me aproximo dele, deixando Erik mais atrás.

— Estou, só exagerei um pouquinho na bebida. — Explico, e sinto a mão de Erik na minha cintura.

Ele manteve a postura ereta, encarando Barnes de um jeito mais sério. E James sustentava o olhar, não desviando por um segundo, nem mesmo para tragar o cigarro. A tensão era palpável, eu podia senti-la ali na minha frente, então decidi intervir.

𝐒𝐊𝐘𝐅𝐀𝐋𝐋 ꩜ bucky barnes (✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora