~Estrela da Meia Noite ⭐ || Elijah Mikaelson

QUATRO

Ainda é noite, e acredito que esta vai ser uma bem longa.

Fui relutante em acompanhar Klaus e Elijah para a sua mansão na cidade, aqui em Mystic Falls. Mas o único motivo pelo qual eu fui sem questionar, foi Aya. Ela me disse:

"Você ficará bem, ninguém aqui vai te machucar."

Claro que não vai, eu sou incapaz de deixar. Mas uma ideia não sai da minha cabeça, está martelando a horas. Dez... Dez e sua equipe devem ter considerado meu showzinho com os híbridos um ato de traição, e devem ter assistido a tudo, já que atrapalhei o ataque deles com o extermínio dos híbridos. Creio que não tenho muito tempo até virem atrás de mim e exigirem respostas. Até ela me punir por falhar. De novo.

Enquanto isso, o resto do Arsenal deve estar na cola de Rebekah e Kol, mas tento não pensar nisso por enquanto. Não quando tenho tanto a conversar com minha irmã.

Estamos na sala principal. Parece vazia, não tem móveis a não ser pelos dois sofás, um de frente para o outro, bem no centro da sala. Parece que a mansão toda é recém reformada, mas falta todo o resto da mobília, como se não planejassem ficar por muito mais tempo.

Ainda estou imunda. Com sangue daquelas criaturas nojentas por todo meu corpo, meus cabelos, que um dia foram platinados, agora estão com mechas em tom de um ruivo sombrio e assustador. Vejo isso porque consigo ver sua extensão trançada caída por meu ombro direito, passando pelo meu peito e batendo na altura do umbigo. Meu cabelo sempre foi enorme, e nunca tive vontade de corta-lo. Talvez eu gostasse da ideia de sempre ter uma cortina branca para esconder meus pecados.

Olho em volta, tem janelas a minha esquerda, a porta de entrada fica alguns passos atrás de mim, virando a esquerda também. Não questionei nenhum deles, mas tão pouco minha mente descansou. Sempre maquinando planos de fuga, reações e antecipações do perigo. Eu estava sentada no sofá ao lado de Aya, Elijah e Klaus no sofá a frente. Com um tapete de veludo médio cor cinza escuro nos separando, encarávamos uns aos outros.

— Quem é você e qual a sua história com Aya? — Elijah quebra o silêncio, inexpressivo.

Tive que segurar a vontade de sorrir. Quem ele pensava que era pra exigir saber qualquer detalhe sobre mim? Mal sabe ele que eu estava aqui para matá-lo, e suponho que não estaria tão calmo como está agora enquanto me encara, se soubesse. Se soubessem o que eu já fiz durante esse tempo... Se sequer desconfiassem de que tem uma organização especializada apenas para matá-los...

O Instituto já deve ter juntado as peças. A Reitora já deve saber da minha irmã e da minha súbita mudança de planos. Ela já deve ter acionado suas fontes para me vigiar e informar quaisquer informações. Eu não sou burra. Não posso voltar para aquele lugar, ainda mais agora que Aya faz parte da população de vampiros que ela tanto odeia. Pelos Santos... Como as coisas saíram tanto do controle assim?

Eles vão me considerar traidora e, consequentemente, colocar um alvo enorme nas minhas costas, porque com as informações que eu possuo, com certeza sou um perigo para o Instituto Immortals, pelo menos é nisso que vão focar. Vão esperar que eu revele seus segredos, seus planos e todas as merdas escondidas por trás daquela maldita bruxa. E pior, se eles me considerassem uma ameaça para seus planos, o que tenho certeza de que é isso que vai acontecer, instantaneamente, minha irmã estará em tanto perigo quanto eu.

E sinceramente, por mais que eu seja forte, não sou imortal. Tenho muito poder contido e escondido. Quase nunca usado pelo fato da Reitora só me permitir usá-los quando era realmente necessário. Mas mesmo se eu tivesse todo o controle sobre ele, coisa que não tenho, não acho que poderia ser capaz de conter o Arsenal e a fúria dela sozinha. Até tentei uma vez, mas falhei miseravelmente.